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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Brasil do avesso!


“Ganhou as manchetes dos jornais neste mês de dezembro/2010, o caso que envolve o cidadão Jorge Afonso Argello (conhecido como Gim Argello), o relator da mais poderosa comissão do Congresso, encarregado de ordenar as despesas do primeiro ano do governo Dilma Rousseff.
A acusação, feita depois de investigação do repórter do jornal O Estado de São Paulo, jornalista Leandro Colón, informa bandalheiras de grosso calibre. Em qualquer país menos complacente com meliantes o cidadão Jorge Afonso Argello estaria no banco dos réus, na cadeia ou foragido. Num Brasil cada vez mais parecido com lugarejos fora-da-lei de faroeste americano, Gim Argello é senador (Um mero suplente de senador, que não foi escolhido pelo povo, era o relator do Orçamento da União?), dirigente do PTB e conselheiro de Dilma Rousseff. Como não há limites para o absurdo, foi até a tarde da última terça-feira (07/12/2010) o relator do Orçamento da União. Renunciou ao cargo para continuar exercendo o direito de ir e vir entre o Congresso e o Planalto.
Na reportagem do jornal comprovou que, mais que uma raposa escalada para tomar conta do galinheiro, Argello era a raposa que, dentro do galinheiro, mantinha a entrada escancarada ao resto da espécie. Se já vigorasse o "controle social da mídia", o espetáculo da roubalheira federal, reprisado a cada edição do Orçamento, seria reapresentado sem que o diretor Gim Argello sequer se desse ao trabalho de retocar o enredo.
Contratos superfaturados, instituições fantasmas, entidades com endereços inexistentes, larápios conhecidos representados por laranjas, boladas remetidas sem escalas ao bolso dos amigos ou à conta bancária dos parentes, nenhuma prática fraudulenta ficou fora do script que orientou a movimentação dos canastrões de sempre. Tudo somado, a farra não sairia por menos de R$ 16 milhões.
Confrontado com o vistoso buquê de emendas criminosas que subscreveu, o relator alegou que cabe ao governo apurar irregularidades. Homem de boa-fé, ele se apoiara na premissa de que todos os fantasmas são reais, incluídos os que inventou. Uma das emendas assinadas por Argello, por exemplo, repassava R$ 250 mil a uma ONG pertencente a uma amiga condenada pela Justiça.
Suplente do senador Joaquim Roriz, Gim Argello assumiu a vaga aberta pela renúncia do titular em 01/07/2007. Para evitar que fosse despejado do gabinete novo pelo prontuário antigo, aproximou-se do grupo liderado por José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Para garantir a impunidade, aproximou-se de Dilma Rousseff pelo caminho mais curto: virou amigo de Erenice Guerra. Negociante de fino faro, ele sempre sabe com quem está falando.
O reincidente incorrigível não será castigado pelos parceiros de Senado. A Casa do Espanto não pune suas atrações. Pena que o Brasil seja tão compassivo com os bandidos que operam de terno, protegidos por imunidades parlamentares e longe do Morro do Alemão. Se a Justiça valesse para todos, o homem que entrou no Congresso pela porta dos fundos já teria saído na traseira de um camburão.
Assim como aconteceu na favela do Cruzeiro, no Rio de Janeiro, é necessário que a Marinha, Aeronáutica, Exército, Polícia Federal e Estadual mirem suas armas agora para o Planalto Central. O Orçamento da União estava sendo assaltado em plena luz do dia e NINGUÉM SABIA, NINGUÉM VIU. Gim Argello, foi pego com a boca na botija. Emendas liberadas por Argello beneficiaram institutos fantasmas, empresas de fachada no valor de R$ 3 milhões, isso apenas para o seu bolso. Imagino que, para ficar lícito perante os colegas, deve ter sido desviado a quase todos os bolsos também. Agora veremos a cara de pau costumeira dos que não SABEM DE NADA! NÃO VIRAM NADA! A única certeza que tenho é que há oito anos o Brasil virou do avesso.”