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domingo, 3 de junho de 2012

O “senhor” do Brasil

Favorecido pelo país organizado que recebeu e pela conjuntura econômica internacional em boa fase, o Brasil ganhou um “senhor” que se julga detentor das melhores opções para que continuemos em desenvolvimento, um semideus, infalível, senhor das verdades universais.

Este “senhor” (ex-presidente, que não teve meu voto), em todas as oportunidades na mídia, demonstra a grandeza de sua arrogância, chegando ao ponto, em um “programinha” de televisão, a vociferar que: “A única hipótese de eu voltar a me candidatar é se ela (presidente Dilma) não quiser. Não vou permitir que um tucano volte a presidir o Brasil” . Este ex-presidente, demonstra neste tipo de declaração, perda de limites e noção de escrúpulos, pois não cabe a ele decidir quem irá governar o País no futuro, uma vez que esta decisão cabe aos eleitores.

Afora este episódio, uma revista nacional de grande circulação, divulgou uma denúncia de que o ex-presidente Lula, pressionou o STF (Supremo Tribunal Federal) no tocante ao próximo julgamento dos réus do rumoroso caso do mensalão. Conforme, amplamente noticiado, do fato em que divisões do Partido dos Trabalhadores (PT) esquematizaram compra de votos parlamentares em troca de apoio a projetos governamentais, quando Lula era presidente da República. De acordo com o que foi agora revelado, o ex-presidente procurou o ministro do STF Gilmar Ferreira Mendes, e deu a entender de forma subtil, que atuasse favoravelmente no adiamento do julgamento do mensalão, uma vez que desta maneira, a maioria das penas prescreveria e, assim, os acusados, seus companheiros, terminariam impunes. Em contrapartida, o ministro do STF Gilmar Ferreira Mendes,  não teria, em qualquer hipótese, o envolvimento de seu nome com o senador Demóstenes Torres, uma das figuras centrais da rede de corrupção liderada pelo contraventor Carlos Cachoeira. Complementando seu apelo, Lula levou ao conhecimento de Gilmar Ferreira Mendes que falaria também com outros colegas do STF, entre eles Enrique Ricardo Lewandowiski, Carmen Lúcia Antunes Rocha e Antonio César Peluso.

Como de costume, Lula nega com todas as energias este fato e se diz “indignado”, porém o ministro Gilmar Ferreira Mendes confirma, caracterizando a situação “palavra de um contra o outro”. Então para se saber quem tem razão, o mais sensato seria uma investigação rigorosa e isenta de suposta tentativa de intromissão de um ex-presidente nas decisões da Justiça, para proteger autores de ilícitos. É sempre bom trazer à memória, que Lula, primeiro, afirmou desconhecer os acontecimentos do mensalão, que teriam acontecido sem que ele tivesse ciência, uma resposta que jamais mereceu crédito nos meios políticos. Mais tarde passou a dizer que os acontecimentos do mensalão foram inventados pela oposição e pela imprensa para desestabilizar o seu “perfeito” Governo. Para Lula, todo o meticuloso trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso, desvendando a “maracutaia” não vale nada. No seu entender de semideus, o horripilante mensalão nunca existiu. Ora bolas, quem tem esse comportamento de vai e vem absurdo pode sem sombras de dúvidas, ao aproximar-se o momento de um acerto de contas, pretender “melar o jogo”.

Alguns líderes com carisma, quando galgam altas posições, arvoram-se da onipotência e se acreditam acima do bem e do mal.  O total esclarecimento dos fatos, envolvendo o “senhor Lula” se torna uma exigência imperativa. Se isto vai ser feito ou não, é uma grande incógnita. Só sabemos que, senão acontecer, os nossos mecanismos de defesa ética pública e de correção de anomalias políticas e institucionais terão falhado de forma gritante, mais uma vez.