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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal


Não se trata de ser saudosista mas, esse dia festivo traz muitas recordações de locais e pessoas amadas que já partiram. Recordações de uma casa simples, porém, vivendo em clima de muito amor e alegria onde eram feitos os preparativos para a confecção do presépio, com ramos de pinho e papéis coloridos ilustrando aqueles caminhos áridos, onde viviam humildes habitantes, e os lugares por onde passariam os reis magos que iam ofertar presentes ao Menino Jesus, que acabara de nascer.
A família reunida à mesa para a ceia e, após as orações, era servido um doce, próprio das tradições natalinas, e comemorava-se a santa noite festiva.
Hoje, é muito raro sentir aquela mesma alegria, os belos presépios foram substituídos pelas árvores de Natal, o encontro de pessoas é substituído por cartões e e-mail, sendo que, em muitas vezes, nem é lembrado, condignamente, o nome do filho de Maria e José, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Olho vivo faz votos para que todos se deixem influenciar por esta época Natalícia e possam olhar para o mundo de uma forma mais ternurosa e misericordiosa. Que todos os corações possam bater ao compasso do amor.
Feliz Natal e um Ano Novo repleto de saúde e felicidade.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Tirania da aparência (Clotilde Paul)


Com a valorização da imagem, surgiu a tirania da perfeição corporal. Todos querem ser magros, jovens e bonitos. Todos querem participar da sinfonia do corpo regida pela batuta da aparência.
A TV, o cinema e o espelho da academia dão à mulher a visão objetiva da própria imagem e a visão subjetiva que ela deve mostrar aos outros.
Ser feio é drama, ser gordo é tragédia, ter cabelos brancos, nem pensar! Daí, o aumento das fábricas de beleza – as clínicas de cirurgia plástica.
Os pagamentos em suaves prestações permitem, graças aos implantes, a aquisição de um novo corpo que segue o padrão do desejo atual – a contínua troca do que envelheceu: rosto, seios, panturrilhas, bumbuns etc... etc.
A importância da plástica e da lipoaspiração é objeto do debate entre duas opiniões: uma as descarta e afirma que a conquista da felicidade depende da beleza interior; e outra julga-as indispensáveis para o equilíbrio psicológico e seus desdobramentos – casamento perfeito e sucesso profissional.
Não há dúvida de que devemos cuidar da saúde e da estética do nosso corpo, mas a felicidade pessoal depende do saber aceitar as marcas da passagem do tempo, de estar bem consigo mesmo, do carinho da família e dos amigos.
Dar exclusiva importância à aparência é perigoso e pode levar à obsessão doentia que destrói amizades e a própria família. Mas o pior acontece quando as mulheres tomam por modelo as “Barbies da vida”, de seios volumosos e lábios de Pato Donald, anabolizadas, siliconadas, anoréxicas e oxigenadas, quando querem ter a aparência dos outros e recusam aqueles que não são iguais a elas.
Quando isso acontece, perdem a sua identidade, porque o Brasil é um país de morenas brejeiras, de andar ondulante e cheias de graça...
É preciso acabar com a mulher sem-marca, com a mulher padrão tipo perua importada, porque perua importada só é boa mesmo quando é um veículo para toda a família.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Onde estão os adultos? (Mohamad Ali Abdul Rahim)


Uma das mais conhecidas assertivas de Freud é de que o destino de uma sociedade ou de uma cultura depende em grande medida do destino dado à agressividade e à sexualidade. É bom acrescentar que a maneira como nós tratamos a infância, e, mais precisamente, as crianças, também vai determinar o caminho de nossa sociedade. Os recentes casos de violência envolvendo crianças, como o do pequeno João Vitor, da menina Isabela Nardone, e, mais recentemente, dos dois irmãos que foram mortos, queimados e esquartejados pelo pai e pela madrasta, revelam algo bastante inquietante e perturbador: estamos perdendo o respeito pela infância e a capacidade para lidar com as crianças. Algumas considerações podem ser feitas para corroborar esta incômoda hipótese.
O estilo de vida pós-moderno impôs determinadas formas de convivência e relacionamento humano que alteraram profundamente a maneira pela qual nos dispomos a dedicar tempo e energia psíquica para ouvir e compreender o outro. Casamentos são facilmente desfeitos em virtude de conflitos que em outras épocas seriam resolvidos sem grandes problemas. Relacionamentos amorosos começam e terminam numa velocidade que impede o simples registro em nossas mentes das pessoas que passaram por nós. Consumimos e descartamos produtos sem sequer refletirmos sobre a utilidade e necessidade que eles detêm. Impomos velocidade extraordinária às tarefas mais rotineiras de nosso dia, revelando uma patente impaciência para esperar ou dedicar tempo extra para conhecer melhor determinadas situações cotidianas. Terceirizamos as mais variadas atividades que antes estavam circunscritas ao espaço do lar e ao ambiente familiar, como fazer refeições, dar cuidados básicos aos filhos. As mais elementares responsabilidades da família foram transferidas para especialistas. Agora, temos profissionais para adestrar cães, e nossos filhos, arrumar nossas casas, e nossas vidas, supervisionar nosso comportamento e nossas relações. As constantes queixas, de que nossas crianças estão cada vez mais com ausências de limites, parecem apontar menos para nossos sentimentos de culpa e mais para nossa impaciência. Enfim, a vida pós-moderna nos ensinou que somos impacientes e incompetentes.
Os repetidos casos que assistimos de violência contra a criança parece se inserir neste contexto de modo preocupante. No caso do menino João Hélio, arrastado por um assaltante enquanto fugiu com o carro que roubou, verificamos uma desconsideração total pela condição humana, reduzida a obstáculo indesejável no caminho da consecução de um determinado objetivo. Aqui, a idéia de que a criança e a infância precisam ser preservadas está ausente. Pode se tratar de caso isolado. O episódio da morte de Isabela Nardone chama a atenção por guardar, também, a idéia de que a criança se tornou um estorvo, um elemento que está incomodamente colocado entre dois adultos que não têm disposição para planejar e administrar a vida conjugal diante desta “presença incômoda”. Outro caso trazido a público (provavelmente muitos outros ficam no anonimato), o dos dois irmãos assassinados, expõe com dramática ênfase a intolerância adulta diante dos pedidos constantes de ajuda da criança. Uma sucessão de erros, a começar pela psicóloga, a qual acreditava que as crianças distorciam a realidade para se beneficiar, até passar pela conselheira tutelar, que se apressou em devolver as crianças ao perigo do lar assassino, faz crer, mais uma vez, que não temos mais tempo, nem paciência, nem disposição emocional para dar suporte afetivo às crianças. A maneira como eles foram simplesmente eliminados dá uma idéia de que, mais uma vez, a infância, com suas inúmeras demandas e urgências, não pôde ser acolhida.
Seja nos exemplos do cotidiano, ou dos tenebrosos crimes, o que parece estar ocorrendo é uma tendência em tolerar cada vez menos as crianças. Provavelmente, estamos muito ocupados com nossas urgências infantis. Provavelmente, as crianças devem estar se perguntando: onde estão os adultos?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Papai Noel existe?


"A lenda diz que o bom velhinho teve sua origem inspirada em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, no século IV. Nicolau mantinha suas boas ações, filantrópicas, voltadas, essencialmente, à ajuda de quem passava por dificuldades financeiras. Nicolau, sempre no anonimato, presenteava, ofertando um saco com moedas de ouro, colocando-o pelas chaminés das casas dos necessitados.

Entretanto, com o avanço do mercantilismo, subordinando tudo ao comércio, ao ganho, Papai Noel tornou-se um divulgador e incentivador muito importante desse mesmo comércio, pois suas aparições, na época do Natal, movimentam massas de consumidores em locais onde ele se instala.

Papai Noel é pago por empresários, cuja intenção é o retorno satisfatório do capital nas vendas de seus variados produtos. Infelizmente, Papai Noel, com sua indumentária em cores cintilantes, com o "saco cheio de ilusões", cobra para as crianças posarem, em fotografias, ao seu lado, em seu confortável trono de rei.

Noel, ao contrário de Nicolau canonizado, esquece-se dos necessitados, meninos pobres das favelas e das ruas; sua aparição é em meio a clientes das classes de médio a alto poder aquisitivo, sendo os pais abastados os legítimos papais noéis, pois estes realmente presenteiam seus filhos.

Os papais noéis das classes de poder aquisitivo baixo, com sacrifício, presenteiam seus queridinhos filhos com o prato de arroz e feijão no dia-a-dia do ano inteiro.

Infelizmente, aos papais noéis pobres, tachados pela sociedade econômica de miseráveis, o dia do Natal é pura e simplesmente mais um dia a ser descartado do calendário." (Alberto Dias)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Fome e Miséria


"Cifras impensáveis estão sendo gastas, pelas maiores economias do mundo, para salvar os seus ícones capitalistas da bancarrota. Fato este que desmoraliza de vez o principal mandamento da bíblia do capitalismo: o livre-mercado.

Não vamos discutir aqui a necessidade e a urgência dessa ajuda. Afinal, é o que precisa ser feito, ou então o caos reinará. O que dá para discutir é por que os governos da elite mundial não se empenham com o mesmo entusiasmo para erradicar a fome e a miséria do mundo?"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cartão de aniversário


Todos nós caminhamos pela vida com alguma espécie de cartão de aniversário para entregar – alguma demonstração particular de alegria, de criatividade, de vitalidade que estamos ocultando no bolso à espera de ver se, nos expondo, teremos alguma recompensa. Mas o universo não nos gratifica antes de agirmos. A vida só pode nos ensinar quando temos coragem suficiente para nos aventurarmos em território desconhecido. A cura sempre ocorre fora dos limites da “zona de segurança”. O verdadeiro aprendizado vem quando tentamos fazer algo que nunca fizemos antes. Você não pode saber quais serão os resultados senão depois de agir. Nosso ego quer garantias, certificados de segurança, promessas de sucesso antes mesmo de entrar em cena. Mas poucos grandes atores tiveram certeza de que receberiam aplausos antes de desempenhar o seu papel. Eles vão lá, oferecem seu talento no máximo de sua capacidade e esperam que tudo dê certo. Às vezes são recompensados, às vezes sofrem decepções. Mas aquele que se entrega do fundo de sua alma desfruta a recompensa ímpar de ser capaz de deitar a cabeça no travesseiro à noite e dizer para si mesmo: “Muito bem; dei tudo o que tinha para dar”.
Em contraposição, contaram-me sobre uma freira em cuja lápide funerária estava escrito: “Aqui jaz irmã Martha – nenhuma rebatida, nenhum ponto, nenhum erro”. Irmã Martha levou uma vida tão “segura” que não cometeu nenhum erro. Mas também não rebateu nem marcou pontos. Se todos ficassem no banco com medo de cometer erros, não haveria jogo. O único jeito de aprender a rebater certo é errando. Ninguém jamais pegou o taco (de beisebol) e, na já primeira vez, começou a rebater perfeitamente. Os melhores rebatedores são também os que mais erram. Eles querem mandar a bola por cima da grade e costumam errar a tacada. Mas quando acertam, cuidado!
Talvez você queira parar um momento agora para descobrir qual é o cartão de aniversário que você tem levado no bolso. Qual é a pior coisa que poderia acontecer se você o entregasse? E a melhor? Lembre-se de que sua tarefa não é garantir um determinado resultado externo. É o resultado interno que faz a diferença. Sua tarefa é manifestar o amor e viver a verdade. O universo cuidará do resto.