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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Preconceito ou terrorismo?



Preconceitos, como mentiras, é fruto da ignorância e excesso de repetição. Por exemplo, se os pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, quando na fase adulta, dificilmente não deixará de ser uma pessoa preconceituosa.
O preconceito é algo que está enraizado em todas as sociedades, e que se apresenta das formas mais variadas. Cada um de nós está sujeito a manifestar-se de forma preconceituosa devido a formação social que tivemos; mas é dever de cada um e do ensino, procurar entender suas origens e contribuir de forma decisiva para sua diminuição e eliminação. Preconceito é o conceito formado antecipadamente sem o conhecimento dos fatos. O preconceito é uma herança cultural por isso é impossível não ter preconceito algum. O etnocentrismo, é o pensamento que leva as sociedades a acharem que sua cultura é a única válida e por conseguinte desprezar e, de forma mais radical, eliminar outras culturas. Por exemplo, a mídia dos Estados Unidos da América (EUA), após o ataque nas torres gêmeas em Nova York que causou a morte de 3 mil seres humanos, há 10 anos, incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer uma gafe, de declarar, quando visitava a Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.
Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo... alerta o preconceito infundido.
É díficil encontrar uma definição clara para a palavra terrorismo. Sem entrar em uma discussão acadêmica, podemos dizer que o terrorismo é a utilização sistemática da violência imprevisível, contra regimes políticos, povos ou pessoas.
Por suas consequências trágicas e seu grande apelo publicitário, o terrorismo é um dos temas favoritos da mídia.
Vamos deixar bem claro, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos.
Recentemente tivemos notícias de um atentado contra o gabinete do primeiro-ministro e outro na ilha de Utoeya, na pacata Noruega que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz. Tão logo a notícia espalhou-se pelo mundo, a suspeita caiu sobre os islâmicos porque teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas do Profeta Maomé publicadas pela imprensa escandinava. Puro preconceito entranhado na lógica do Ocidente.
Após as investigações, descobriu-se que o autor do deplorável crime foi perpetrado por Anders Behring Breivik, um norueguês de 32 anos, dono de uma fazenda de produtos orgânicos. Esta pessoa é um típico escandinavo com aparência de príncipe. E alma de viking.
É chegada a hora de cobrar uma resposta dos responsáveis da mídia e a educação para: o que vocês estão incutindo na cabeça das pessoas?
Ambições ou valores?
Preconceitos ou princípios?
Egocentrismo ou ética?
Que critérios, regras, medidas podemos utilizar para mensurar e abordar os problemas de agora? Que remédio ou placebo indicamos para a emergência dessa nova configuração cultural? Configuração esta que se reproduz e se desfaz incessantemente (como toda a sociedade) no contexto das disputas e das aspirações divididas por atores sociais esclarecidos, conscientizados, determinados, crentes de seus objetivos.
O que fazer? Combater, sublimar, submeter?
Existem atualmente incontáveis conflitos no mundo. Esses movimentos são, principalmente, de caráter étnico, religiosos e alguns poucos de origem política.
O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.
O que podemos esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes produzidos, 8 exaltam a violência. No Brasil, o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km por hora com uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido?
Churchill falava: "pode se enganar todo o povo por um certo tempo mas não pelo tempo todo". (baseado em texto de Frei Betto)

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