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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Corruptos e analfabetos políticos (Antonio Ozai da Silva)


Shakespeare, célebre conhecedor da natureza humana, faz com que Ângelo, em Medida por medida, pronuncie as seguintes palavras:
“Uma coisa é ser tentado e outra coisa é cair na tentação. Não posso negar que não se encontre num júri, examinando a vida de um prisioneiro, um ou dois ladrões, entre os jurados, mais culpados do que o próprio homem que estão julgando. A Justiça só se apodera daquilo que descobre. Que importa às leis que ladrões condenem ladrões?” (SHAKESPEARE, 1994:129)
O espetáculo da corrupção enoja e torna a própria atividade política ainda mais desacreditada. Os que detestam a política – como diria Brecht, os analfabetos políticos – regozijam-se. Os podres poderes fortalecem os argumentos pela indiferença e o não envolvimento na política. É o moralismo abstrato e ingênuo que oculta a ignorância e dissimula a leviandade egoísta dos que não conseguem pensar para além do próprio bolso.
O analfabeto político não sabe que sua indiferença contribui para a manutenção e reprodução desta corja de ladrões que, desde sempre, espreitam os cofres públicos, prontos para dar o golpe à primeira oportunidade que surja. Os analfabetos políticos não vêem que lavar as mãos alimenta a corrupção.
Quem cultiva a indiferença, o egoísmo ético do interesse particularista, é conivente com o assalto ou é seu beneficiário. O que caracteriza a república é o trato da coisa pública, responsabilidade de todos nós. Como escreveu Rousseau (1978: 107): “Quando alguém disser dos negócios do Estado: Que me importa? – pode-se estar certo de que o Estado está perdido”.
Eis o duplo equívoco do analfabeto político: nivelar todos os políticos e debitar a podridão apenas a estes. Os políticos, pela própria atividade que desempenham, estão mais expostos. No entanto, não há corrupção, sem corruptores e corrompidos. Pois, se a ocasião faz o ladrão, a necessidade também o faz.
Não sejamos hipócritas. Exigimos ética dos políticos como se esta fosse uma espécie de panacéia restrita ao mundo – ou submundo – da política. Mas, e a sociedade? Se o ladrão rouba um objeto e encontra quem o compre, este é tão culpado quanto aquele.
Ah! Não fazemos isto! E os pequenos atos inseridos na cultura do jeitinho brasileiro não são formas não assumidas de corrupção? Quem de nós ainda não subornou o policial rodoviário? Ou não vivemos numa sociedade onde honestidade é sinônimo de burrice, de ser trouxa, etc.? E como correr o risco de ser bobo quando a sociedade competitiva premia os mais espertos, os mais egoístas, os mais ambiciosos?
A bem da verdade, o ladrão aproveita a ocasião. Quem de nós nunca foi tentado? Quem de nós não cometeu algum deslize quando se apresentou a ocasião? Quem foi tentado e não caiu em tentação? Quem conseguiu manter a coerência entre pensamento e ação, discurso e prática? Os homens são julgados por suas obras e apenas através delas é que podemos comprovar a sua capacidade de resistir à tentação. Afinal, como afirma Shakespeare (1994: 201), através de Isabel, sua personagem: "A lei não alcança os pensamentos e as intenções são meros pensamentos".
O analfabeto político demoniza a tentação da política. Seu prêmio é a ignorância. E, muitas vezes, enojados e cansados diante do espetáculo propiciado pelos governos que se sucedem, somos tentados a imitá-lo e sucumbir à rotina do cotidiano que consome nossos corpos e pensamentos e nos oferece a substância anestésica capaz de dar a ilusão da felicidade.
Bem que tentamos ficar na superfície das aparências e nos contentarmos em, como os demais animais, simplesmente consumir e reproduzir. Mas só as bestas de todo tipo não refletem sobre a sua situação no mundo. Por mais alienado que seja, o ser humano tem condições de pensar criticamente, de compreender e de projetar seu próprio futuro. Esta pequena diferença em relação aos demais animais é que o torna o único animal capaz de produzir cultura e de fazer sua própria história.
Não basta apenas criticar os que caem em tentação, é mister superar o comodismo do analfabetismo político. Pedagogicamente, educamos pelo exemplo. Não podemos exigir ética na política ou formar uma geração cidadã, consciente dos seus direitos e deveres e capaz de assumir a defesa da justiça social, se nossos exemplos afirmam o oposto. Afinal, mesmo os ladrões têm a sua ética. O personagem shakespeareano tem razão...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pensar


sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um voto de confiança

2007 foi um desastre para a imagem política do Brasil. Queremos acreditar, ter esperança, confiança em que a ética seja um imperativo com relação à ação política a partir de 2008.
Que a grande maioria dos políticos brasileiros não se esqueçam de que, quem assume mandatos públicos deve sempre estar atento às forças sociais que atuam sobre o campo da política. Os interesses são diversos. As motivações que estão subjacentes aos projetos discutidos e aprovados devem vir às claras. E o discernimento daquilo que é autenticamente colocado a serviço da maioria do povo a quem o político representa é algo que deve ser buscado todos os dias. Na política, ninguém está autorizado a agir em nome próprio. Nosso regime é representativo e muitos que assumem cargos políticos esquecem desse encargo público autorizado pelo povo através das urnas.

Nós, brasileiros, devemos fazer uma reflexão acerca da Doutrina Social da Igreja (DSI). A Igreja ensina que “o exercício da autoridade deve assumir o caráter de serviço, que se deve desempenhar sempre no âmbito das leis morais para a consecução do bem comum” .
Com essa orientação mais fundamental, elenca-se uma série de desafios e exigências que são postas ao mundo político, buscando colaborar com o árduo trabalho político de construção do projeto de nação e de um desenvolvimento social e ambientalmente sustentável. Dentre essas exigências ou desafios, cita-se:
* a defesa da vida humana, desde a concepção até o fim dos seus dias;
* a necessidade de ampliação das oportunidades de trabalho;
* a democratização do acesso à terra e ao solo urbano;
* a reforma política;
* a revisão do modelo econômico;
* o problema dramático da mercantilização da vida humana;
* a democratização do Estado;
* a ampliação da participação popular;
* a proteção ao meio ambiente e o reforço à soberania da Nação e aos bens naturais do nosso País.
A Doutrina Social chama a atenção para a profundidade da escuta e da interpretação da realidade. Desse ato de auscultar os clamores sociais podem nascer opções operativas concretas e eficazes. Portanto, aos políticos cabe a tarefa de tomar para sua própria responsabilidade a condução dos atos políticos que visem dar respostas à sociedade.
Política é sinônimo de bem comum. Política é o exercício da caridade social.
E, para fazer valer o princípio do bem comum como imperativo de toda ação política, manifestamos expectativas e preocupações acerca da realidade brasileira.

A fidelidade partidária encontra-se enfraquecida e o aluguel de siglas para propósitos individuais ou corporativos parece predominar. “O troca-troca de partidos suscita a desconfiança e induz à superficialidade dos compromissos”.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Agora, por exemplo, é Natal (Percival Puggina)


Estou cada vez mais convencido de pertencer a uma espécie em extinção, a merecer legislação protetora e severa defesa por alguma ONG preservacionista. Alguém dirá que incorro em exagero, mas não. Minha espécie está sendo extinta e o que torna a situação mais dramática é que isso se dá com a aquiescência e a colaboração dos próprios membros do grupo. Sem perceberem o tamanho da encrenca, eles estimulam o processo de eliminação desencadeado sobre si e acionam os gatilhos das metralhadoras que seus predadores usam para destruí-los.

Refiro-me à raríssima espécie dos conservadores, ou seja, daqueles que são favoráveis à ordem, à justiça e à liberdade. Refiro-me à espécie dos que não gostam que invadam o que é seu nem o que é dos outros. Defendem a civilização, a instituição familiar e os valores da tradição judaico-cristã. Atribuem importância à disciplina e concedem especial deferência aos idosos. Julgam que as mulheres são credoras naturais da cortesia masculina. Desagradam-se ante a violência e seu uso como alternativa ao processo político e democrático. Têm ideais elevados, mas são contra as utopias, em nome de cuja inatingibilidade são cometidas as piores perversidades. Crêem que as necessárias mudanças sociais devem ser produzidas no contexto das instituições, preservando-se o que tem comprovado valor moral e utilidade prática.

Sou conservador, sim, porque a história me ensina que é de tais conteúdos e condutas que provêm a paz, o progresso, a harmonia social e os princípios em que melhor se aciona a democracia. É neles que se inspiram os maiores estadistas da humanidade. Sou conservador e percebo, contristado, que, colocando-se ao gosto da moda e cedendo ao impacto da cultura imposta pelos nossos predadores, muitos que pensam como eu reproduzem, inocentemente, o discurso que os condena à extinção.

Agora, por exemplo, é Natal. Mesmo?

Olha que ando por aí e só vejo trenós, constelações de estrelas, toneladas de algodão, multidões de papais-noéis, pilhas de caixas embrulhadas para presente. E quase não vejo presépios ou mensagens que lembrem o fato que faz a festa: o nascimento de Jesus. Mas como eu sei que é Natal, e sou conservador, insisto em desejar aos leitores que ele ganhe, em seus corações, o sentido almejado por Deus em sua radical e santificadora intervenção na História humana. Feliz Natal!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sem a CPMF, como vamos ficar?

Após o “sepultamento” da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (C.P.M.F.) no Senado Federal, o governo acena realizar “pequenos” acertos (aumentos) tributários no Imposto sobre Operações Financeiras (I.O.F.), nos tributos sobre as importações e exportações, no Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I.), na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (C.S.L.L.), entre outros que não dependem da autorização do Congresso Nacional. O “poder central” em Brasília, através do Ministério da Fazenda, apenas prevê reduzir a meta de superávit fixada em 3,8 % do Produto Interno Bruto (P.I.B.) ao ano. Entretanto, o repasse de dinheiro aos Estados e Municípios que certamente irá diminuir, não pode sofrer tantas reduções, e é por isso que a elevação das cargas de outros tributos tem que sofrer o aumento.
Desta maneira, o governo mostra claramente que não pretende cortar seus gastos mas, mantê-los e até aumentá-los.
Neste cenário, as empresas, com certeza, irão repassar ao preço de seus produtos e serviços estes “pequenos” acertos, ou seja, aumento repentino dos preços. Todo o planejamento estratégico das empresas, para o próximo ano, tem que ser revisto porque as metas traçadas serão mais difíceis de serem alcançadas.
2008 chegando, vida nova e preços novos, ou melhor, maiores porque neles estarão embutidos impostos mais pesados. Aquele produto que você “namora” há tempos e que, ainda, não poderá adquirir agora em 2007, provavelmente, ele vai estar mais caro no ano novo. Não existe mágica no mercado de compra e venda. O governo realiza suas mudanças para “equilibrar” o erário público, mas alguém (nós, brasileiros trabalhadores) tem que pagar a conta. E mais uma vez, o governo virá com o seu já “velho” chavão de que é preciso diminuir a “pobreza” no País e assim, continua-se a especialidade do governo: “tampar o sol com a peneira”.
É fato que o fim da CPMF representa uma vitória, entretanto, vamos lamentar porque vem seguida de uma derrota com o repasse para as alíquotas de outros impostos. Porque é dessa maneira que o Brasil continua dando passos que incentivam a informalidade em nossa economia, o “jeitinho brasileiro”. Acaba de sair uma “contribuição provisória” e para ocupar o seu lugar entram aumentos dos antigos tributos e contribuições. E vamos andando assim, em círculos, tentando chegar a lugar nenhum, pois nossos representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, infelizmente, continuarão a ter seus “interesses” atendidos (negociados) e mantendo os olhos fechados e dizendo “amém” ao Palácio do Planalto.
Resultado: nada de mudança. Vamos pagar de qualquer jeito.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Analfabetismo Político

"Alegar ignorância política ou pretender-se "apolítico" é o mesmo que assinar a si mesmo um atestado de incompetência para a cidadania."
Bertold Brecht certa vez escreveu:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”
Em nosso país não somente 30% das pessoas não sabem dizer o nome do governador de seu estado, como 18% nem mesmo saberiam apontar quem é o presidente . Não espanta que grande parcela de nós sejamos analfabetos políticos. Na verdade, muitos até mesmo desconhecem o significado da palavra, considerando ser aquilo que se faz em Brasília.
Entendendo palavras como veículos, “política” pode carregar até 6 diferentes significados:
No uso trivial, vago e às vezes um tanto pejorativo, política, como substantivo ou adjetivo, compreende as ações, comportamentos, intuitos, manobras, entendimentos e desentendimentos dos homens (os políticos) para conquistar o poder, ou uma parcela dele, ou um lugar nele: eleições, campanhas eleitorais, comícios, lutas de partidos etc.;
Atualmente, a maioria dos tratadistas e escritores se divide em duas correntes. Para uns, política é a ciência do Estado. Para outros, é a ciência do poder;
Outros a definem como conhecimento ou estudo “das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados”.
Para muitos pensadores, política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civíl.
Política denomina-se a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política financeira, política educacional, política social, política do café etc.;
Conceituação erudita, no fundo síntese da anterior, considera política a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo. Na noção dada por Nicolau Maquiavel, em O Príncipe;
Elegemos obrigatoriamente políticos para que eles governem o país e 99% de nós simplesmente esquece-se dele e depois reclama indignado com alguém também indignado sobre o cenário político nacional que para ser sincero desconhece em sua totalidade, sabendo “por cima” alguns protagonistas.
“Não percamos tempo com palavras vazias. Façamos alguma coisa, enquanto há chance! Não é todo dia que precisam de nós. Ainda que, bem da verdade, não seja exatamente de nós. Outros dariam conta do recado, tão bem quanto, senão melhor. O apelo que ouvimos se dirige antes a toda humanidade. Mas neste lugar, neste momento, a humanidade somos nós, queiramos ou não. Aproveitemos enquanto é tempo. Representar dignamente, uma única vez que seja, a espécie a que estamos desgraçadamente atados pelo destino cruel. (Rev. Ibrahim Cesar)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Quem votou contra a CPMF não utiliza o SUS, diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (14/12/2007), em São Bernardo do Campo e Pirassununga, estado de São Paulo, que os senadores que votaram contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).
"Alguém vai ter de responder pela falta de investimento de R$ 24 bilhões na Saúde e de R$ 80 bilhões até 2010. Quem votou contra a CPMF não utiliza o SUS", disse o presidente. (Será que ele e sua família utilizam?)
Como Brasileiro estou ofendido com as palavras do presidente Lula.
Esta afirmativa de Lula é um jogo de palavras, para ludibriar o povo que padece com uma assistência médica de quinta categoria. Dizer que a saúde vai piorar (pior do que está?) é uma tremenda brincadeira. Mesmo com o dinheiro da CPMF o sistema nunca funcionou corretamente. Tente qualquer cidadão que não seja político de Brasília, conseguir uma consulta médica especializada ou uma cirurgia ou um exame clínico no SUS - constatará que não consegue esta assistência num prazo menor que 6 (seis) meses. Então para que dinheiro da CPMF ou outra alternativa de arrecadação para substituí-la? O que falta é competência para administrar este setor.
Esta afirmativa, é, também, no mínimo, para esconder a incapacidade administrativa deste governo que não planejou alternativas quando do encerramento desta arrecadação. Senhor Lula, bem sabia que em 31/12/2007, esta arrecadação seria encerrada. Ele está é preocupado com o dinheiro que não mais terá para fazer politicagem na distribuição para deputados, governadores e prefeitos.
Acontece que no nosso Brasil, não se cumpre Lei ou compromissos assumidos e quando se faz cumprir a “chiadeira” é total.
Os senadores que votaram contra a CPMF fizeram um grande benefício à Nação brasileira porque “enxergaram” (vamos rezar para que continuem enxergando) que os bilhões arrecadados se evaporam rapidamente no “caixa único do poder central” (eis alguns destinos??? : jogos panamericanos, canal de televisão, copa do mundo, perdão de dívidas para alguns países...) e o pouco que sobra vai para a saúde. É saudável para o País que estes senadores continuem de “olho” neste governo que até agora somente fez aumentar a tributação e o gasto com o seu pessoal de forma vergonhosa.
Quando se ouve este tipo de pronunciamento fico pensativo. Será que o senhor Lula esquece que ficou milionário no governo? Será que o senhor Lula esquece que o lulinha ficou milionário da noite para o dia com a sua empresa?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O ganha-perde da CPMF

Quem ganhou e quem perdeu com a decisão do Senado

Ganharam
FHC – O ex-presidente venceu a queda-de-braço para levar o PSDB para uma oposição mais radical a Lula

Democratas – Foi o primeiro partido a levantar a bandeira anti-imposto. Conseguiu ainda pressionar os votos de ex-filiados, como Romeu Tuma e César Borges

Fiesp – A entidade empresarial preparou os argumentos para a oposição combater o discurso catastrofista do governo

Eduardo Cunha – o deputado do PMDB do Rio chantageou o governo por quatro meses para deixar que o projeto da CPMF andasse na Câmara. Levou a presidência de Furnas.


Perderam
Lula – O presidente só foi se preocupar com a CPMF em novembro, quando era tarde demais

Guido Mantega e Aloizio Mercadante – Apostaram numa negociação direta do governo com o PSDB, fracassaram e deixaram mágoas incuráveis nos partidos aliados

Walfrido dos Mares Guia – o pior dos ministros políticos de Lula apostou suas fichas nas negociações com a Câmara, quando o problema do governo estava no Senado

José Serra e Aécio Neves – Um dos dois pode ser o candidato a presidente pelo PSDB. Mas não controlam meia dúzia de votos no Senado.
(Fonte: O Filtro)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Clip da classe média

Este clip retrata bem a classe média brasileira


terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Corinthianos e Chavistas

O Corinthians venceu apenas 10 das 38 partidas que disputou no campeonato brasileiro. Das 20 equipes que participaram só o América RN teve um ataque mais inepto. No último jogo, o time de Nelsinho Batista entrou em campo para um jogo decisivo contra o Grêmio e, em coisa de um minuto, o goleiro paulista já estava recolhendo a bola no fundo das suas redes. Durante os sete meses da disputa, os torcedores da Fiel, sem refresco algum, tiveram que encarar seu clube na zona de rebaixamento ou bem próximo dela. No entanto, para alguns corintianos ouvidos ao longo desta lacrimosa semana, o responsável pela queda do clube para a Série B foi o Inter. Queriam que o nosso Colorado fizesse pelo Corinthians aquilo que o Corinthians não fez por si mesmo.
Isto quanto aos corintianos que nos inculpam. E os chavistas? Eu não diria que hoje existem mais deles no Brasil do que na Venezuela, mas, começo a crer que os daqui são mais chavistas do que os de lá. Os nossos são realmente fanáticos! Os da Venezuela sabem que as liberdades públicas estão contidas, que Caracas se tornou a segunda capital mais violenta da América e que as inversões estrangeiras caíram a menos de 10% do que eram antes de Chávez. Reconhecem que o chefe é um tipo medio fanfarrón, e que seu país, com uma inflação de 4,4% em novembro, tem o maior descontrole monetário do continente. Sabem que a economia venezuelana só se sustenta graças ao petróleo, que estava cotado a US$ 10/barril quando Chávez assumiu em 1999, e hoje beira os US$ 100/barril. E constatam que, apesar dessa montanha de dinheiro adicionada aos cofres nacionais, as prateleiras dos supermercados estão vazias, faltando produtos tão essenciais ao consumo quanto leite e arroz. Aliás, o socialismo bolivariano, à semelhança do que se observa no regime cubano, já começa a comprovar que, por uma dessas coisas que sequer Freud, Marx e Spencer juntos conseguem explicar, vaquinha comunista não dá leite. O chavismo agrava minha tese segundo a qual a ideologia que o inspira não produz uma economia que se sustente, não exibe nenhum líder que, mesmo visto de longe, possa ser confundido com um estadista e não consegue gerar uma democracia. O que vem acontecendo na Venezuela mostra, adicionalmente, que, mesmo quando o comunismo se instala numa democracia que já esteja funcionando, uma de suas primeiras providências é acabar com ela. Pois bem, Chávez foi derrotado por abandono dos chavistas venezuelanos. Mas os companheiros daqui são fiéis como os da Fiel. E, a exemplo das tentativas de inculpar o Internacional pelo fracasso do Corinthians, os chavistas brasileiros acusam a direita, os estudantes, a Igreja, os brancos e “os burgueses” pelo insucesso do tiranete em sua tentativa de se perpetuar no poder. Muito mais correto seria admitir que Chávez perdeu porque suas estratégias e ações foram percebidas como totalitárias e comunistas. Para eles, malgrado a maneira como usam e abusam do vocábulo “republicano” quando se trata de afirmar valores próprios da democracia, tudo estaria tudo muito bem se Chávez tivesse vencido. Esquecem, no entanto, que a alternância no exercício do governo é característica essencial da república, que usam em forma adjetiva, sem respeito ao que lhe é realmente substantivo.
(Percival PugginaArquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul. Site: http://www.puggina.org/)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Copa 2014


sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

C.P.M.F.





































segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

"O Estado é eu“

É impressionante a desenvoltura do Presidente Lula (campeão mundial no campo da ética – hoje, ninguém mais do que eu, e depois de mim ninguém) em todos os seus pronunciamentos à Nação.
Quando ele fala é difícil saber de qual país está se referindo.
Desde que o Deputado “bomba” resolveu espalhar pólvora e acender vários pavios, temos tido ciência através de todos os noticiários, de comprovadas canalhices nos “corredores do poder” na “ilha da fantasia”.
Quando se ouve o Presidente, parece que já assistimos ao mesmo filme tempos passados e quando percebemos que ele se refere mesmo à situação de nosso Brasil, falta apenas pedir que nós brasileiros usemos verde-amarelo, todos os dias, numa demonstração de apoio e solidariedade aos atos de roubalheira que estão acontecendo no seu governo.
É de ficar perplexo diante do cinismo, do Governo, do PT, dos partidos em geral, ao afirmar que todas as acusações são infundadas, e que no final a “verdade” prevalecerá.
O que podemos perceber é que a cada dia surgem mais evidências, embora para mim desnecessárias, porque uma historia bem contada (mesmo que por outro deputado de má reputação) já dispensa provas.
Vamos esperar que dos pronunciamentos à Nação, pelo menos resista a disposição do Presidente em mandar prender todos os corruptos (principalmente os grandes), aliviando um pouco o conteúdo arrogante, ao se auto-proclamar acima de todas as suspeitas, quando sabemos que os suspeitos, na verdade, habitavam e habitam as salas ao lado de seu local de trabalho.
Se de fato ele de nada sabia ou sabe (situação difícil de explicar num experiente político), devia ser menos arrogante e reconhecer, no mínimo, a sua omissão com as diversas ocorrências de corrupção.
Nesse tempo de tantas más notícias e de tanta lama correndo e melando as portas de nossas instituições, de sabermos o que se faz com o “dinheirão” da C.P.M.F. (para a saúde, nada, mas para outros fins...??? ) pelo menos os piadistas têm motivos para contar a história de uma forma menos dura do que ela tem sido.
A piada do momento, trata do absolutismo dizendo que tudo começou com Luiz XIV ao afirmar: “O Estado sou eu”. Cresceu com as palavras de Luiz XV : “Depois de mim, o dilúvio”.
E solidifica-se agora com o nosso Luis LI, que a bordo de seu super-avião, viaja para inúteis missões, enquanto o país é saqueado, declara: “O Estado é eu. Depois de eu, o Delúbio”. (Baseado em texto de Marco Antonio Mota Gomes)