Uma reflexão sobre politicagem, acordos de bastidores, falta de amor, soberba, arrogância, inveja, desmandos e tantas outras coisas que depreciam o sentido real de ser cristão. E muitas vezes vemos isso bem pertinho de nós.
Pergunto: Se ser cristão é ser “seguidor de Cristo”, talvez Cristo esteja a perguntar nas entrelinhas:
“Vocês realmente acham que estão me seguindo? Lembrem-se do que já vos tenho dito. Naquele dia muitos me chamarão de Senhor e apresentarão obras grandiosas, mas Eu os rejeitarei, pois jamais os conheci e muito menos eles a mim”.
Vivemos dias que em que é mais importante a “posição de liderança” do que “servir o reino”. Muitos estão ludibriados com o poder temporal, como vemos no caso de Diotéfres (3 Jo v9-10), e deixam de ser exemplos de servos de Deus como Gaio e Demétrio (3 Jo v5, 11).
A política tem entrado na igreja, não como uma via da Igreja agir nas esferas legislativas, mas como forma de poder, e muitas vezes esse poder é usado de formas ilícitas, haja vista os escândalos da chamada “bancada evangélica” do Congresso Nacional. Em época de eleições somos visitados por nossos “irmãos candidatos”, que tomam posse do púlpito para falar de seus projetos, projetos estes, que depois não se concretizam quando os mesmos são elegidos.
Claro que há os que realmente são comprometidos com o reino de Deus, e que lutam de forma a entregar à comunidade (e não exclusivamente aos domésticos da fé) o cumprimento das obrigações de governo.
Saindo da área da política, voltamos ainda ao exemplo de Diotréfes, ao qual o apóstolo João acusa de gostar de exercer a primazia, ou seja, gostava de mandar, de ser o chefe.
Não há muita diferença entre Diotréfes e os déspotas que hoje se assenhoreiam de igrejas, departamentos e mandam, desmandam e ainda castigam os que de bom grado são servos do reino. Acordos são feitos nos bastidores, mentiras são propagadas como verdades e o povo é enganado. Pelo menos os mais simples, pois muitos estão de olho, em cada passo dado por estes “cristãos de meia pataca” e chegará o dia que tudo o que estiver encoberto será revelado.
Some-se a isso a soberba, a arrogância, a falta de amor, a inveja e todos os adjetivos pejorativos tão magistralmente praticados por estas pessoas.
Disse-nos Jesus
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” Lc 9:23
“Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.” Jo 12:26
Se o filho do homem veio para servir e não para ser servido, como os cristãos (se é que são) podem dizer-se seguidores de Cristo e não praticarem as mesmas obras que Ele?
Não bastasse a decepção com as tantas esferas de nosso mundo, estamos nos decepcionando cada vez mais com a igreja, não a igreja invisível e eterna, mas com a igreja instituição, de quatro paredes e teto.
Hoje, muitos cristãos deixaram de ser luz do mundo e sal da terra para ser lâmpadas postas debaixo da cama e sal insípido.
Fica aqui a frase, muito oportuna, de Charles Spurgeon:
“Se não tivermos o Espírito de Deus, será melhor que fechemos as igrejas, que aferrolhemos suas portas e preguemos nelas cruzes negras com os dizeres: Que Deus tenha misericórdia de nós!”
Estamos de olho !!
Soli Deo Glória !!