
Em todas as esquinas, rodas e conversas do País há unanimidade: no Brasil as coisas não funcionam direito. O jeitinho sempre vence e a lei não vale para todos parecem ser máximas aceitas por todos. Poderíamos acrescentar outras ideias consagradas, como aquela que diz que a política é o espaço da corrupção e dos negócios privados e escusos, ou que a Justiça é lenta e ineficiente.
Falar em direitos por aqui soa como conversa fiada. Muitos dirão que depende da posição social ou da situação econômica de cada um: os mais privilegiados podem tudo, sempre, e não são punidos nem sofrem qualquer constrangimento em suas atividades ou negócios.
Vivemos, portanto, na bagunça geral e institucionalizada pela história, pelas tradições e pela nossa cultura. E o que é pior e mais dramático: os anos passam e nada muda, de maneira substancial. Seguimos em frente com nossos velhos problemas, que parece que nunca terão solução.
A saída é cada um se virar como pode. Daí o clientelismo como prática comum, envolvendo quem presta o favor e quem vai em busca dele. Como a burocracia estatal é complicada e insolúvel, a saída é burlar e fugir dela. E se a Justiça não funciona, por que e para que procurar direitos se há maneiras mais ágeis de solucionar conflitos?
Nesse quadro de desalento, vale a pena olhar um instante para o esporte, e para o futebol em particular. Paixão nacional, envolve corações e mentes de brasileiros durante todo o ano. As emoções explodem a cada jogo, a cada torneio, a cada lance. E não se diga aqui que futebol é feito por anjos. Muito ao contrário: os cartolas dão as cartas nesse espaço, e os truques e malandragens andam por todos os cantos.
Há inclusive folclore envolvendo os dirigentes e sua grande dose de esperteza, fundamental para o êxito dos clubes, e histórias magníficas e saborosas sobre lances de bastidores e oportunismo em situações-chave.
Mas há um aspecto fundamental no futebol: as regras são cumpridas à risca. A autoridade do juiz nas quatro linhas é incontestável. Mesmo diante de erros incríveis que a televisão não se cansa de mostrar, as decisões sobre impedimentos ou gols irregulares são mantidas. E o mais incrível: as pessoas chiam, protestam, xingam, mas aceitam o que foi decidido.
A Justiça esportiva é ágil e dura. Veja-se o recente caso do Coritiba na final do campeonato brasileiro: em uma semana, praticamente, o caso foi julgado e o time paranaense severamente punido. E atletas que agridem, ou são flagrados em dopping, sofrem condenações rápidas e rigorosas. Ninguém dá jeitinho, não há protelações ou recursos sem fim.
O exemplo do futebol demonstra que quando as normas são cumpridas, e há absoluta segurança desse cumprimento, o resultado é melhor para todos. O sucesso do futebol em todo o mundo, além, é claro, do talento e da categoria de jogadores e equipes, se deve bastante a esse fato.
Fica aí a pergunta: se no esporte as coisas funcionam, e bem, por que isso não pode acontecer na política, na economia, nas relações com o Estado? Não estamos, afinal, no mesmo país? E um detalhe importante: o futebol desperta paixões fulminantes e exageradas. Mesmo assim, ninguém se atreve a contestar as regras e decisões dos tribunais esportivos. Será que um dia vamos viver essa realidade em todos os níveis?
Falar em direitos por aqui soa como conversa fiada. Muitos dirão que depende da posição social ou da situação econômica de cada um: os mais privilegiados podem tudo, sempre, e não são punidos nem sofrem qualquer constrangimento em suas atividades ou negócios.
Vivemos, portanto, na bagunça geral e institucionalizada pela história, pelas tradições e pela nossa cultura. E o que é pior e mais dramático: os anos passam e nada muda, de maneira substancial. Seguimos em frente com nossos velhos problemas, que parece que nunca terão solução.
A saída é cada um se virar como pode. Daí o clientelismo como prática comum, envolvendo quem presta o favor e quem vai em busca dele. Como a burocracia estatal é complicada e insolúvel, a saída é burlar e fugir dela. E se a Justiça não funciona, por que e para que procurar direitos se há maneiras mais ágeis de solucionar conflitos?
Nesse quadro de desalento, vale a pena olhar um instante para o esporte, e para o futebol em particular. Paixão nacional, envolve corações e mentes de brasileiros durante todo o ano. As emoções explodem a cada jogo, a cada torneio, a cada lance. E não se diga aqui que futebol é feito por anjos. Muito ao contrário: os cartolas dão as cartas nesse espaço, e os truques e malandragens andam por todos os cantos.
Há inclusive folclore envolvendo os dirigentes e sua grande dose de esperteza, fundamental para o êxito dos clubes, e histórias magníficas e saborosas sobre lances de bastidores e oportunismo em situações-chave.
Mas há um aspecto fundamental no futebol: as regras são cumpridas à risca. A autoridade do juiz nas quatro linhas é incontestável. Mesmo diante de erros incríveis que a televisão não se cansa de mostrar, as decisões sobre impedimentos ou gols irregulares são mantidas. E o mais incrível: as pessoas chiam, protestam, xingam, mas aceitam o que foi decidido.
A Justiça esportiva é ágil e dura. Veja-se o recente caso do Coritiba na final do campeonato brasileiro: em uma semana, praticamente, o caso foi julgado e o time paranaense severamente punido. E atletas que agridem, ou são flagrados em dopping, sofrem condenações rápidas e rigorosas. Ninguém dá jeitinho, não há protelações ou recursos sem fim.
O exemplo do futebol demonstra que quando as normas são cumpridas, e há absoluta segurança desse cumprimento, o resultado é melhor para todos. O sucesso do futebol em todo o mundo, além, é claro, do talento e da categoria de jogadores e equipes, se deve bastante a esse fato.
Fica aí a pergunta: se no esporte as coisas funcionam, e bem, por que isso não pode acontecer na política, na economia, nas relações com o Estado? Não estamos, afinal, no mesmo país? E um detalhe importante: o futebol desperta paixões fulminantes e exageradas. Mesmo assim, ninguém se atreve a contestar as regras e decisões dos tribunais esportivos. Será que um dia vamos viver essa realidade em todos os níveis?
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