
Ir a um culto religioso. Esta é uma atitude comum para muitas pessoas. Significa ir a um Templo e participar de uma programação. Num sentido mais amplo, participar de um culto significa cantar, orar, ouvir uma mensagem bíblica, contribuir e manter comunhão com os irmãos. No entanto, às vezes, precisamos parar e pensar no significado mais profundo de um culto religioso. Será que qualquer programação de uma igreja pode ser chamada de culto religioso? Existe algum parâmetro bíblico para que determinada reunião possa ser considerada como um verdadeiro culto religioso?
A tarefa primordial de uma igreja e de um ministério cristão é a pregação da Palavra de Deus. Esta é a razão pela qual uma pregação bíblica jamais poderá ser substituída por qualquer outro elemento. Que prejuízo espiritual tem uma pessoa que vai para um culto religioso e não recebe orientação através da Palavra de Deus! Algumas destas reuniões mais parecem encontros de auto ajuda ou reuniões de negócios do que um verdadeiro culto religioso. Somente uma verdadeira pregação bíblica pode causar um impacto positivo e um efeito duradouro na vida de quem participa de um culto religioso.
Cada culto religioso tem seus diferenciais, respeito e acredito que deva ser assim, pois tudo que é igual trilha o caminho do perigo, inibe a liberdade de pensamento, de adorar a Deus de acordo com o que você é.
Quero me ater ao tema sobre ir e não ir a um templo religioso.
A maioria dos “dirigentes” de uma igreja associa o nosso relacionamento com Deus com presença em um templo e é difícil fazer entendê-los que podemos estar bem com Deus em qualquer lugar.
Assim como eu, acredito que muitas outras pessoas não comparecem/participam mais nos templos em razão da forma pela qual são conduzidas as coisas – fica difícil à qualquer pessoa de bom senso fingir estar participando de tudo o que está sendo ministrado ali.
É fácil observar as reações das pessoas, a nossa reação, que o “momento de louvor” é tudo, menos um momento de louvor a Deus. Se você olha para o lado, você vê pessoas olhando para o relógio, olhando para o teto, olhando a bunda de uma irmã, coçando a cabeça com impaciência, e outras “viajando não se sabe para onde”. Percebe-se em algumas pessoas a tentativa de lutar para tentar acreditar naquilo que elas estão ouvindo, elas literalmente fazem força – cerram os olhos – tentando deixar de lado as preocupações, o ceticismo que elas têm ou a verdade de que tudo o que elas estão ouvindo não é verdadeiro. Infelizmente, ou o culto religioso para muitas pessoas é uma alienação ou é um aglomerado de dúvidas. Acredito que adorar a Deus é como sentar e conversar com um amigo.
Isso para não falar da falta de criatividade e, porque não, da falta da Palavra de Deus (Bíblia) dos sermões atuais, que enfocam apenas o que Deus pode fazer pela pessoa, não o que Ele é.
As pregações também são um não atrativo nos cultos. Com raríssimas exceções (e quão boas são estas exceções!), as pregações são baseadas no antropocentrismo (O antropocentrismo (do grego άνθρωπος, anthropos, "humano"; e κέντρον, kentron, "centro"), é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.), irreais, sem criatividade e, não raro, falam sobre o Diabo, Inferno, etc. Eu nunca vi ter tanta obsessão com o Diabo igual os Evangélicos. Palavras como “trevas”, “inferno”, “satanás”, “diabo” e “potestades” são ditas com uma frequência muito maior do que a frequência de suas aparições na Bíblia. Os evangélicos têm uma fobia por perseguição. Acham que o mundo inteiro os persegue, como se todo mundo vivesse em função deles.
Sobre o Inferno, eu realmente não entendo como um povo que diz acreditar em um Deus de amor consegue ter tanta obsessão por um lugar como este. Prega-se sobre o Inferno para amedrontar as pessoas, e convertê-las pelo medo, como se Deus quisesse que as pessoas o seguissem pelo medo. Em alguns momentos eu acho que os evangélicos sentem prazer em saber que existe um lugar como o Inferno onde os ímpios e pecadores (como se os cristãos não pecassem) vão queimar e sofrer por toda eternidade. Um exemplo clássico (pouco conhecido no Brasil, aliás) é o do pastor americano Fred Phelps. O site da sua igreja trás menções como “Deus odeia bichas e quem as ajuda”, “Obama é o antiCristo”, “Obrigado a Deus pela AIDS”. Em escala muito menor (mas ainda assim existente), os evangélicos continuam com suas menções ao Inferno, como se tais menções fossem necessárias e frutíferas à prática do culto religioso.
Não existe uma forma como o culto deve acontecer. Jesus Cristo nunca exigiu que o adorássemos em um Templo como os judeus faziam. Ele exigiu, sim, que amássemos a Deus e ao nosso próximo, mas é necessário frequentar um templo para isto? Aliás, enquanto estamos dentro de um templo, existem pessoas nas ruas precisando de ajuda e amor. Enquanto estamos nos templos negligenciamos a ordem de amor ao próximo. Os templos brasileiros arrecadam aproximadamente 12 bilhões de reais por mês no Brasil e se 10% disto for investido em benefício para a sociedade, é muito. Prefere-se investir em mais templos, mais pastores recebendo salários, mais programas de TV, mais “Cruzadas Proféticas”, mais coisas fúteis.
O problema em questão, não é que a “maneira” do culto não me agrada. O problema é exatamente existir o culto, a reunião, o ajuntamento. Os evangélicos falam que os templos são apenas quatro paredes e que estar lá não é garantia de salvação, porém, se alguém deixa de ir nas “quatro paredes” os irmãos começam a orar para Deus trazer este alguém de volta. E fazem isto não por saudade, mas por acreditar que este alguém vai para o Inferno se morrer hoje e um a menos no faturamento financeiro.
Não existe uma “maneira” de cultuar a Deus. Eu faço isto em minha casa, sozinho, enquanto estou no ônibus, enquanto leio, enquanto estudo, enquanto escrevo. Eu levo totalmente ao pé da letra o versículo que diz que “quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que está em secreto” (Mateus 6:6).
O próprio respirar é um ato de adoração a Deus, é gratidão pelo presente que nos foi dado. Existem pessoas que acham necessário se reunir para adorar a Deus. Tudo bem, que Deus as abençoe. Mas por que isto deve ser uma regra?
Mesmo refletindo sobre esta questão, não tenho ainda uma resposta definida. Talvez Deus deseje de fato que nós O adoremos em grupo, em conjunto, mas, se assim for, uma família que faz o culto em casa não estaria adorando a Deus também e não seria assim dispensável a ida a um templo?
Talvez um templo seja algo necessário, mas ele é ao mesmo tempo um local, muitas vezes, desagradável (a mim pelo menos). O templo já foi um lugar bom para se ir, um lugar de aprendizado, um lugar de comunhão, um lugar de unidade, mas isto foi em outras épocas distantes, não é mais. O templo seria um lugar muito mais agradável se os presentes não se considerassem super santos com direito de julgar os demais; o templo seria um lugar muito mais agradável se ele dissesse NÃO! ao mercado religioso idiota, que copia as coisas que não prestam do mundo (as piores possíveis, como podemos observar); o templo seria um lugar muito mais agradável se as pregações fossem mais bíblicas, mais simples, sem pseudo intelectualismo (já ouvi em uma pregação o pregador falar que um determinado cantor popular era crente e que renegou a Deus e foi cantar para o mundo e devido a este comportamento morreu e nós fiéis não analisamos se o que ele falou é verdade.), sem lobby, sem dogmatismo.
E aqui convém mencionar um trecho de uma carta de C. S. Lewis ao seu amigo Malcolm:
E eles não vão à igreja para serem entretidos. Vão para consumir o culto, ou, se preferir, para encená-lo. Todo culto é uma estrutura de atos e palavras por meio dos quais recebemos um sacramento, ou nos arrependemos, ou suplicamos, ou adoramos. Permite-nos fazer tais coisas melhor – isto é, tudo “funciona” melhor – quando em razão de uma familiaridade antiga, não precisamos mais pensar. Quem presta atenção e conta os passos ainda não dança, apenas aprende a dançar. Sapato bom é aquele que passa despercebido do pé. A leitura torna-se prazerosa quando você não pensa mais nos seus olhos, na luz, na letra impressa, na grafia das palavras. O culto perfeito na igreja seria aquele que transcorresse quase de forma imperceptível para nós, porque nossa atenção estaria voltada para Deus.
“A Teologia Evangélica atual possui 10 quilômetros de extensão, mas 1 centímetro de profundidade. Se fosse mais profunda, se tivesse raízes bem fundamentadas, certamente não cairia aos primeiros ventos de doutrina.”
Quanto a mim, sigo da maneira que estou indo, buscando (sem sucesso) pontos de convergência entre a igreja atual e meus anseios espirituais. Espero que a igreja volte às suas raízes protestantes.
A tarefa primordial de uma igreja e de um ministério cristão é a pregação da Palavra de Deus. Esta é a razão pela qual uma pregação bíblica jamais poderá ser substituída por qualquer outro elemento. Que prejuízo espiritual tem uma pessoa que vai para um culto religioso e não recebe orientação através da Palavra de Deus! Algumas destas reuniões mais parecem encontros de auto ajuda ou reuniões de negócios do que um verdadeiro culto religioso. Somente uma verdadeira pregação bíblica pode causar um impacto positivo e um efeito duradouro na vida de quem participa de um culto religioso.
Cada culto religioso tem seus diferenciais, respeito e acredito que deva ser assim, pois tudo que é igual trilha o caminho do perigo, inibe a liberdade de pensamento, de adorar a Deus de acordo com o que você é.
Quero me ater ao tema sobre ir e não ir a um templo religioso.
A maioria dos “dirigentes” de uma igreja associa o nosso relacionamento com Deus com presença em um templo e é difícil fazer entendê-los que podemos estar bem com Deus em qualquer lugar.
Assim como eu, acredito que muitas outras pessoas não comparecem/participam mais nos templos em razão da forma pela qual são conduzidas as coisas – fica difícil à qualquer pessoa de bom senso fingir estar participando de tudo o que está sendo ministrado ali.
É fácil observar as reações das pessoas, a nossa reação, que o “momento de louvor” é tudo, menos um momento de louvor a Deus. Se você olha para o lado, você vê pessoas olhando para o relógio, olhando para o teto, olhando a bunda de uma irmã, coçando a cabeça com impaciência, e outras “viajando não se sabe para onde”. Percebe-se em algumas pessoas a tentativa de lutar para tentar acreditar naquilo que elas estão ouvindo, elas literalmente fazem força – cerram os olhos – tentando deixar de lado as preocupações, o ceticismo que elas têm ou a verdade de que tudo o que elas estão ouvindo não é verdadeiro. Infelizmente, ou o culto religioso para muitas pessoas é uma alienação ou é um aglomerado de dúvidas. Acredito que adorar a Deus é como sentar e conversar com um amigo.
Isso para não falar da falta de criatividade e, porque não, da falta da Palavra de Deus (Bíblia) dos sermões atuais, que enfocam apenas o que Deus pode fazer pela pessoa, não o que Ele é.
As pregações também são um não atrativo nos cultos. Com raríssimas exceções (e quão boas são estas exceções!), as pregações são baseadas no antropocentrismo (O antropocentrismo (do grego άνθρωπος, anthropos, "humano"; e κέντρον, kentron, "centro"), é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.), irreais, sem criatividade e, não raro, falam sobre o Diabo, Inferno, etc. Eu nunca vi ter tanta obsessão com o Diabo igual os Evangélicos. Palavras como “trevas”, “inferno”, “satanás”, “diabo” e “potestades” são ditas com uma frequência muito maior do que a frequência de suas aparições na Bíblia. Os evangélicos têm uma fobia por perseguição. Acham que o mundo inteiro os persegue, como se todo mundo vivesse em função deles.
Sobre o Inferno, eu realmente não entendo como um povo que diz acreditar em um Deus de amor consegue ter tanta obsessão por um lugar como este. Prega-se sobre o Inferno para amedrontar as pessoas, e convertê-las pelo medo, como se Deus quisesse que as pessoas o seguissem pelo medo. Em alguns momentos eu acho que os evangélicos sentem prazer em saber que existe um lugar como o Inferno onde os ímpios e pecadores (como se os cristãos não pecassem) vão queimar e sofrer por toda eternidade. Um exemplo clássico (pouco conhecido no Brasil, aliás) é o do pastor americano Fred Phelps. O site da sua igreja trás menções como “Deus odeia bichas e quem as ajuda”, “Obama é o antiCristo”, “Obrigado a Deus pela AIDS”. Em escala muito menor (mas ainda assim existente), os evangélicos continuam com suas menções ao Inferno, como se tais menções fossem necessárias e frutíferas à prática do culto religioso.
Não existe uma forma como o culto deve acontecer. Jesus Cristo nunca exigiu que o adorássemos em um Templo como os judeus faziam. Ele exigiu, sim, que amássemos a Deus e ao nosso próximo, mas é necessário frequentar um templo para isto? Aliás, enquanto estamos dentro de um templo, existem pessoas nas ruas precisando de ajuda e amor. Enquanto estamos nos templos negligenciamos a ordem de amor ao próximo. Os templos brasileiros arrecadam aproximadamente 12 bilhões de reais por mês no Brasil e se 10% disto for investido em benefício para a sociedade, é muito. Prefere-se investir em mais templos, mais pastores recebendo salários, mais programas de TV, mais “Cruzadas Proféticas”, mais coisas fúteis.
O problema em questão, não é que a “maneira” do culto não me agrada. O problema é exatamente existir o culto, a reunião, o ajuntamento. Os evangélicos falam que os templos são apenas quatro paredes e que estar lá não é garantia de salvação, porém, se alguém deixa de ir nas “quatro paredes” os irmãos começam a orar para Deus trazer este alguém de volta. E fazem isto não por saudade, mas por acreditar que este alguém vai para o Inferno se morrer hoje e um a menos no faturamento financeiro.
Não existe uma “maneira” de cultuar a Deus. Eu faço isto em minha casa, sozinho, enquanto estou no ônibus, enquanto leio, enquanto estudo, enquanto escrevo. Eu levo totalmente ao pé da letra o versículo que diz que “quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que está em secreto” (Mateus 6:6).
O próprio respirar é um ato de adoração a Deus, é gratidão pelo presente que nos foi dado. Existem pessoas que acham necessário se reunir para adorar a Deus. Tudo bem, que Deus as abençoe. Mas por que isto deve ser uma regra?
Mesmo refletindo sobre esta questão, não tenho ainda uma resposta definida. Talvez Deus deseje de fato que nós O adoremos em grupo, em conjunto, mas, se assim for, uma família que faz o culto em casa não estaria adorando a Deus também e não seria assim dispensável a ida a um templo?
Talvez um templo seja algo necessário, mas ele é ao mesmo tempo um local, muitas vezes, desagradável (a mim pelo menos). O templo já foi um lugar bom para se ir, um lugar de aprendizado, um lugar de comunhão, um lugar de unidade, mas isto foi em outras épocas distantes, não é mais. O templo seria um lugar muito mais agradável se os presentes não se considerassem super santos com direito de julgar os demais; o templo seria um lugar muito mais agradável se ele dissesse NÃO! ao mercado religioso idiota, que copia as coisas que não prestam do mundo (as piores possíveis, como podemos observar); o templo seria um lugar muito mais agradável se as pregações fossem mais bíblicas, mais simples, sem pseudo intelectualismo (já ouvi em uma pregação o pregador falar que um determinado cantor popular era crente e que renegou a Deus e foi cantar para o mundo e devido a este comportamento morreu e nós fiéis não analisamos se o que ele falou é verdade.), sem lobby, sem dogmatismo.
E aqui convém mencionar um trecho de uma carta de C. S. Lewis ao seu amigo Malcolm:
E eles não vão à igreja para serem entretidos. Vão para consumir o culto, ou, se preferir, para encená-lo. Todo culto é uma estrutura de atos e palavras por meio dos quais recebemos um sacramento, ou nos arrependemos, ou suplicamos, ou adoramos. Permite-nos fazer tais coisas melhor – isto é, tudo “funciona” melhor – quando em razão de uma familiaridade antiga, não precisamos mais pensar. Quem presta atenção e conta os passos ainda não dança, apenas aprende a dançar. Sapato bom é aquele que passa despercebido do pé. A leitura torna-se prazerosa quando você não pensa mais nos seus olhos, na luz, na letra impressa, na grafia das palavras. O culto perfeito na igreja seria aquele que transcorresse quase de forma imperceptível para nós, porque nossa atenção estaria voltada para Deus.
“A Teologia Evangélica atual possui 10 quilômetros de extensão, mas 1 centímetro de profundidade. Se fosse mais profunda, se tivesse raízes bem fundamentadas, certamente não cairia aos primeiros ventos de doutrina.”
Quanto a mim, sigo da maneira que estou indo, buscando (sem sucesso) pontos de convergência entre a igreja atual e meus anseios espirituais. Espero que a igreja volte às suas raízes protestantes.
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