Get Adobe Flash player

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Corruptos e analfabetos políticos (Antonio Ozai da Silva)


Shakespeare, célebre conhecedor da natureza humana, faz com que Ângelo, em Medida por medida, pronuncie as seguintes palavras:
“Uma coisa é ser tentado e outra coisa é cair na tentação. Não posso negar que não se encontre num júri, examinando a vida de um prisioneiro, um ou dois ladrões, entre os jurados, mais culpados do que o próprio homem que estão julgando. A Justiça só se apodera daquilo que descobre. Que importa às leis que ladrões condenem ladrões?” (SHAKESPEARE, 1994:129)
O espetáculo da corrupção enoja e torna a própria atividade política ainda mais desacreditada. Os que detestam a política – como diria Brecht, os analfabetos políticos – regozijam-se. Os podres poderes fortalecem os argumentos pela indiferença e o não envolvimento na política. É o moralismo abstrato e ingênuo que oculta a ignorância e dissimula a leviandade egoísta dos que não conseguem pensar para além do próprio bolso.
O analfabeto político não sabe que sua indiferença contribui para a manutenção e reprodução desta corja de ladrões que, desde sempre, espreitam os cofres públicos, prontos para dar o golpe à primeira oportunidade que surja. Os analfabetos políticos não vêem que lavar as mãos alimenta a corrupção.
Quem cultiva a indiferença, o egoísmo ético do interesse particularista, é conivente com o assalto ou é seu beneficiário. O que caracteriza a república é o trato da coisa pública, responsabilidade de todos nós. Como escreveu Rousseau (1978: 107): “Quando alguém disser dos negócios do Estado: Que me importa? – pode-se estar certo de que o Estado está perdido”.
Eis o duplo equívoco do analfabeto político: nivelar todos os políticos e debitar a podridão apenas a estes. Os políticos, pela própria atividade que desempenham, estão mais expostos. No entanto, não há corrupção, sem corruptores e corrompidos. Pois, se a ocasião faz o ladrão, a necessidade também o faz.
Não sejamos hipócritas. Exigimos ética dos políticos como se esta fosse uma espécie de panacéia restrita ao mundo – ou submundo – da política. Mas, e a sociedade? Se o ladrão rouba um objeto e encontra quem o compre, este é tão culpado quanto aquele.
Ah! Não fazemos isto! E os pequenos atos inseridos na cultura do jeitinho brasileiro não são formas não assumidas de corrupção? Quem de nós ainda não subornou o policial rodoviário? Ou não vivemos numa sociedade onde honestidade é sinônimo de burrice, de ser trouxa, etc.? E como correr o risco de ser bobo quando a sociedade competitiva premia os mais espertos, os mais egoístas, os mais ambiciosos?
A bem da verdade, o ladrão aproveita a ocasião. Quem de nós nunca foi tentado? Quem de nós não cometeu algum deslize quando se apresentou a ocasião? Quem foi tentado e não caiu em tentação? Quem conseguiu manter a coerência entre pensamento e ação, discurso e prática? Os homens são julgados por suas obras e apenas através delas é que podemos comprovar a sua capacidade de resistir à tentação. Afinal, como afirma Shakespeare (1994: 201), através de Isabel, sua personagem: "A lei não alcança os pensamentos e as intenções são meros pensamentos".
O analfabeto político demoniza a tentação da política. Seu prêmio é a ignorância. E, muitas vezes, enojados e cansados diante do espetáculo propiciado pelos governos que se sucedem, somos tentados a imitá-lo e sucumbir à rotina do cotidiano que consome nossos corpos e pensamentos e nos oferece a substância anestésica capaz de dar a ilusão da felicidade.
Bem que tentamos ficar na superfície das aparências e nos contentarmos em, como os demais animais, simplesmente consumir e reproduzir. Mas só as bestas de todo tipo não refletem sobre a sua situação no mundo. Por mais alienado que seja, o ser humano tem condições de pensar criticamente, de compreender e de projetar seu próprio futuro. Esta pequena diferença em relação aos demais animais é que o torna o único animal capaz de produzir cultura e de fazer sua própria história.
Não basta apenas criticar os que caem em tentação, é mister superar o comodismo do analfabetismo político. Pedagogicamente, educamos pelo exemplo. Não podemos exigir ética na política ou formar uma geração cidadã, consciente dos seus direitos e deveres e capaz de assumir a defesa da justiça social, se nossos exemplos afirmam o oposto. Afinal, mesmo os ladrões têm a sua ética. O personagem shakespeareano tem razão...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pensar


sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um voto de confiança

2007 foi um desastre para a imagem política do Brasil. Queremos acreditar, ter esperança, confiança em que a ética seja um imperativo com relação à ação política a partir de 2008.
Que a grande maioria dos políticos brasileiros não se esqueçam de que, quem assume mandatos públicos deve sempre estar atento às forças sociais que atuam sobre o campo da política. Os interesses são diversos. As motivações que estão subjacentes aos projetos discutidos e aprovados devem vir às claras. E o discernimento daquilo que é autenticamente colocado a serviço da maioria do povo a quem o político representa é algo que deve ser buscado todos os dias. Na política, ninguém está autorizado a agir em nome próprio. Nosso regime é representativo e muitos que assumem cargos políticos esquecem desse encargo público autorizado pelo povo através das urnas.

Nós, brasileiros, devemos fazer uma reflexão acerca da Doutrina Social da Igreja (DSI). A Igreja ensina que “o exercício da autoridade deve assumir o caráter de serviço, que se deve desempenhar sempre no âmbito das leis morais para a consecução do bem comum” .
Com essa orientação mais fundamental, elenca-se uma série de desafios e exigências que são postas ao mundo político, buscando colaborar com o árduo trabalho político de construção do projeto de nação e de um desenvolvimento social e ambientalmente sustentável. Dentre essas exigências ou desafios, cita-se:
* a defesa da vida humana, desde a concepção até o fim dos seus dias;
* a necessidade de ampliação das oportunidades de trabalho;
* a democratização do acesso à terra e ao solo urbano;
* a reforma política;
* a revisão do modelo econômico;
* o problema dramático da mercantilização da vida humana;
* a democratização do Estado;
* a ampliação da participação popular;
* a proteção ao meio ambiente e o reforço à soberania da Nação e aos bens naturais do nosso País.
A Doutrina Social chama a atenção para a profundidade da escuta e da interpretação da realidade. Desse ato de auscultar os clamores sociais podem nascer opções operativas concretas e eficazes. Portanto, aos políticos cabe a tarefa de tomar para sua própria responsabilidade a condução dos atos políticos que visem dar respostas à sociedade.
Política é sinônimo de bem comum. Política é o exercício da caridade social.
E, para fazer valer o princípio do bem comum como imperativo de toda ação política, manifestamos expectativas e preocupações acerca da realidade brasileira.

A fidelidade partidária encontra-se enfraquecida e o aluguel de siglas para propósitos individuais ou corporativos parece predominar. “O troca-troca de partidos suscita a desconfiança e induz à superficialidade dos compromissos”.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Agora, por exemplo, é Natal (Percival Puggina)


Estou cada vez mais convencido de pertencer a uma espécie em extinção, a merecer legislação protetora e severa defesa por alguma ONG preservacionista. Alguém dirá que incorro em exagero, mas não. Minha espécie está sendo extinta e o que torna a situação mais dramática é que isso se dá com a aquiescência e a colaboração dos próprios membros do grupo. Sem perceberem o tamanho da encrenca, eles estimulam o processo de eliminação desencadeado sobre si e acionam os gatilhos das metralhadoras que seus predadores usam para destruí-los.

Refiro-me à raríssima espécie dos conservadores, ou seja, daqueles que são favoráveis à ordem, à justiça e à liberdade. Refiro-me à espécie dos que não gostam que invadam o que é seu nem o que é dos outros. Defendem a civilização, a instituição familiar e os valores da tradição judaico-cristã. Atribuem importância à disciplina e concedem especial deferência aos idosos. Julgam que as mulheres são credoras naturais da cortesia masculina. Desagradam-se ante a violência e seu uso como alternativa ao processo político e democrático. Têm ideais elevados, mas são contra as utopias, em nome de cuja inatingibilidade são cometidas as piores perversidades. Crêem que as necessárias mudanças sociais devem ser produzidas no contexto das instituições, preservando-se o que tem comprovado valor moral e utilidade prática.

Sou conservador, sim, porque a história me ensina que é de tais conteúdos e condutas que provêm a paz, o progresso, a harmonia social e os princípios em que melhor se aciona a democracia. É neles que se inspiram os maiores estadistas da humanidade. Sou conservador e percebo, contristado, que, colocando-se ao gosto da moda e cedendo ao impacto da cultura imposta pelos nossos predadores, muitos que pensam como eu reproduzem, inocentemente, o discurso que os condena à extinção.

Agora, por exemplo, é Natal. Mesmo?

Olha que ando por aí e só vejo trenós, constelações de estrelas, toneladas de algodão, multidões de papais-noéis, pilhas de caixas embrulhadas para presente. E quase não vejo presépios ou mensagens que lembrem o fato que faz a festa: o nascimento de Jesus. Mas como eu sei que é Natal, e sou conservador, insisto em desejar aos leitores que ele ganhe, em seus corações, o sentido almejado por Deus em sua radical e santificadora intervenção na História humana. Feliz Natal!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sem a CPMF, como vamos ficar?

Após o “sepultamento” da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (C.P.M.F.) no Senado Federal, o governo acena realizar “pequenos” acertos (aumentos) tributários no Imposto sobre Operações Financeiras (I.O.F.), nos tributos sobre as importações e exportações, no Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I.), na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (C.S.L.L.), entre outros que não dependem da autorização do Congresso Nacional. O “poder central” em Brasília, através do Ministério da Fazenda, apenas prevê reduzir a meta de superávit fixada em 3,8 % do Produto Interno Bruto (P.I.B.) ao ano. Entretanto, o repasse de dinheiro aos Estados e Municípios que certamente irá diminuir, não pode sofrer tantas reduções, e é por isso que a elevação das cargas de outros tributos tem que sofrer o aumento.
Desta maneira, o governo mostra claramente que não pretende cortar seus gastos mas, mantê-los e até aumentá-los.
Neste cenário, as empresas, com certeza, irão repassar ao preço de seus produtos e serviços estes “pequenos” acertos, ou seja, aumento repentino dos preços. Todo o planejamento estratégico das empresas, para o próximo ano, tem que ser revisto porque as metas traçadas serão mais difíceis de serem alcançadas.
2008 chegando, vida nova e preços novos, ou melhor, maiores porque neles estarão embutidos impostos mais pesados. Aquele produto que você “namora” há tempos e que, ainda, não poderá adquirir agora em 2007, provavelmente, ele vai estar mais caro no ano novo. Não existe mágica no mercado de compra e venda. O governo realiza suas mudanças para “equilibrar” o erário público, mas alguém (nós, brasileiros trabalhadores) tem que pagar a conta. E mais uma vez, o governo virá com o seu já “velho” chavão de que é preciso diminuir a “pobreza” no País e assim, continua-se a especialidade do governo: “tampar o sol com a peneira”.
É fato que o fim da CPMF representa uma vitória, entretanto, vamos lamentar porque vem seguida de uma derrota com o repasse para as alíquotas de outros impostos. Porque é dessa maneira que o Brasil continua dando passos que incentivam a informalidade em nossa economia, o “jeitinho brasileiro”. Acaba de sair uma “contribuição provisória” e para ocupar o seu lugar entram aumentos dos antigos tributos e contribuições. E vamos andando assim, em círculos, tentando chegar a lugar nenhum, pois nossos representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, infelizmente, continuarão a ter seus “interesses” atendidos (negociados) e mantendo os olhos fechados e dizendo “amém” ao Palácio do Planalto.
Resultado: nada de mudança. Vamos pagar de qualquer jeito.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Analfabetismo Político

"Alegar ignorância política ou pretender-se "apolítico" é o mesmo que assinar a si mesmo um atestado de incompetência para a cidadania."
Bertold Brecht certa vez escreveu:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”
Em nosso país não somente 30% das pessoas não sabem dizer o nome do governador de seu estado, como 18% nem mesmo saberiam apontar quem é o presidente . Não espanta que grande parcela de nós sejamos analfabetos políticos. Na verdade, muitos até mesmo desconhecem o significado da palavra, considerando ser aquilo que se faz em Brasília.
Entendendo palavras como veículos, “política” pode carregar até 6 diferentes significados:
No uso trivial, vago e às vezes um tanto pejorativo, política, como substantivo ou adjetivo, compreende as ações, comportamentos, intuitos, manobras, entendimentos e desentendimentos dos homens (os políticos) para conquistar o poder, ou uma parcela dele, ou um lugar nele: eleições, campanhas eleitorais, comícios, lutas de partidos etc.;
Atualmente, a maioria dos tratadistas e escritores se divide em duas correntes. Para uns, política é a ciência do Estado. Para outros, é a ciência do poder;
Outros a definem como conhecimento ou estudo “das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados”.
Para muitos pensadores, política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civíl.
Política denomina-se a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política financeira, política educacional, política social, política do café etc.;
Conceituação erudita, no fundo síntese da anterior, considera política a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo. Na noção dada por Nicolau Maquiavel, em O Príncipe;
Elegemos obrigatoriamente políticos para que eles governem o país e 99% de nós simplesmente esquece-se dele e depois reclama indignado com alguém também indignado sobre o cenário político nacional que para ser sincero desconhece em sua totalidade, sabendo “por cima” alguns protagonistas.
“Não percamos tempo com palavras vazias. Façamos alguma coisa, enquanto há chance! Não é todo dia que precisam de nós. Ainda que, bem da verdade, não seja exatamente de nós. Outros dariam conta do recado, tão bem quanto, senão melhor. O apelo que ouvimos se dirige antes a toda humanidade. Mas neste lugar, neste momento, a humanidade somos nós, queiramos ou não. Aproveitemos enquanto é tempo. Representar dignamente, uma única vez que seja, a espécie a que estamos desgraçadamente atados pelo destino cruel. (Rev. Ibrahim Cesar)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Quem votou contra a CPMF não utiliza o SUS, diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (14/12/2007), em São Bernardo do Campo e Pirassununga, estado de São Paulo, que os senadores que votaram contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).
"Alguém vai ter de responder pela falta de investimento de R$ 24 bilhões na Saúde e de R$ 80 bilhões até 2010. Quem votou contra a CPMF não utiliza o SUS", disse o presidente. (Será que ele e sua família utilizam?)
Como Brasileiro estou ofendido com as palavras do presidente Lula.
Esta afirmativa de Lula é um jogo de palavras, para ludibriar o povo que padece com uma assistência médica de quinta categoria. Dizer que a saúde vai piorar (pior do que está?) é uma tremenda brincadeira. Mesmo com o dinheiro da CPMF o sistema nunca funcionou corretamente. Tente qualquer cidadão que não seja político de Brasília, conseguir uma consulta médica especializada ou uma cirurgia ou um exame clínico no SUS - constatará que não consegue esta assistência num prazo menor que 6 (seis) meses. Então para que dinheiro da CPMF ou outra alternativa de arrecadação para substituí-la? O que falta é competência para administrar este setor.
Esta afirmativa, é, também, no mínimo, para esconder a incapacidade administrativa deste governo que não planejou alternativas quando do encerramento desta arrecadação. Senhor Lula, bem sabia que em 31/12/2007, esta arrecadação seria encerrada. Ele está é preocupado com o dinheiro que não mais terá para fazer politicagem na distribuição para deputados, governadores e prefeitos.
Acontece que no nosso Brasil, não se cumpre Lei ou compromissos assumidos e quando se faz cumprir a “chiadeira” é total.
Os senadores que votaram contra a CPMF fizeram um grande benefício à Nação brasileira porque “enxergaram” (vamos rezar para que continuem enxergando) que os bilhões arrecadados se evaporam rapidamente no “caixa único do poder central” (eis alguns destinos??? : jogos panamericanos, canal de televisão, copa do mundo, perdão de dívidas para alguns países...) e o pouco que sobra vai para a saúde. É saudável para o País que estes senadores continuem de “olho” neste governo que até agora somente fez aumentar a tributação e o gasto com o seu pessoal de forma vergonhosa.
Quando se ouve este tipo de pronunciamento fico pensativo. Será que o senhor Lula esquece que ficou milionário no governo? Será que o senhor Lula esquece que o lulinha ficou milionário da noite para o dia com a sua empresa?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O ganha-perde da CPMF

Quem ganhou e quem perdeu com a decisão do Senado

Ganharam
FHC – O ex-presidente venceu a queda-de-braço para levar o PSDB para uma oposição mais radical a Lula

Democratas – Foi o primeiro partido a levantar a bandeira anti-imposto. Conseguiu ainda pressionar os votos de ex-filiados, como Romeu Tuma e César Borges

Fiesp – A entidade empresarial preparou os argumentos para a oposição combater o discurso catastrofista do governo

Eduardo Cunha – o deputado do PMDB do Rio chantageou o governo por quatro meses para deixar que o projeto da CPMF andasse na Câmara. Levou a presidência de Furnas.


Perderam
Lula – O presidente só foi se preocupar com a CPMF em novembro, quando era tarde demais

Guido Mantega e Aloizio Mercadante – Apostaram numa negociação direta do governo com o PSDB, fracassaram e deixaram mágoas incuráveis nos partidos aliados

Walfrido dos Mares Guia – o pior dos ministros políticos de Lula apostou suas fichas nas negociações com a Câmara, quando o problema do governo estava no Senado

José Serra e Aécio Neves – Um dos dois pode ser o candidato a presidente pelo PSDB. Mas não controlam meia dúzia de votos no Senado.
(Fonte: O Filtro)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Clip da classe média

Este clip retrata bem a classe média brasileira


terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Corinthianos e Chavistas

O Corinthians venceu apenas 10 das 38 partidas que disputou no campeonato brasileiro. Das 20 equipes que participaram só o América RN teve um ataque mais inepto. No último jogo, o time de Nelsinho Batista entrou em campo para um jogo decisivo contra o Grêmio e, em coisa de um minuto, o goleiro paulista já estava recolhendo a bola no fundo das suas redes. Durante os sete meses da disputa, os torcedores da Fiel, sem refresco algum, tiveram que encarar seu clube na zona de rebaixamento ou bem próximo dela. No entanto, para alguns corintianos ouvidos ao longo desta lacrimosa semana, o responsável pela queda do clube para a Série B foi o Inter. Queriam que o nosso Colorado fizesse pelo Corinthians aquilo que o Corinthians não fez por si mesmo.
Isto quanto aos corintianos que nos inculpam. E os chavistas? Eu não diria que hoje existem mais deles no Brasil do que na Venezuela, mas, começo a crer que os daqui são mais chavistas do que os de lá. Os nossos são realmente fanáticos! Os da Venezuela sabem que as liberdades públicas estão contidas, que Caracas se tornou a segunda capital mais violenta da América e que as inversões estrangeiras caíram a menos de 10% do que eram antes de Chávez. Reconhecem que o chefe é um tipo medio fanfarrón, e que seu país, com uma inflação de 4,4% em novembro, tem o maior descontrole monetário do continente. Sabem que a economia venezuelana só se sustenta graças ao petróleo, que estava cotado a US$ 10/barril quando Chávez assumiu em 1999, e hoje beira os US$ 100/barril. E constatam que, apesar dessa montanha de dinheiro adicionada aos cofres nacionais, as prateleiras dos supermercados estão vazias, faltando produtos tão essenciais ao consumo quanto leite e arroz. Aliás, o socialismo bolivariano, à semelhança do que se observa no regime cubano, já começa a comprovar que, por uma dessas coisas que sequer Freud, Marx e Spencer juntos conseguem explicar, vaquinha comunista não dá leite. O chavismo agrava minha tese segundo a qual a ideologia que o inspira não produz uma economia que se sustente, não exibe nenhum líder que, mesmo visto de longe, possa ser confundido com um estadista e não consegue gerar uma democracia. O que vem acontecendo na Venezuela mostra, adicionalmente, que, mesmo quando o comunismo se instala numa democracia que já esteja funcionando, uma de suas primeiras providências é acabar com ela. Pois bem, Chávez foi derrotado por abandono dos chavistas venezuelanos. Mas os companheiros daqui são fiéis como os da Fiel. E, a exemplo das tentativas de inculpar o Internacional pelo fracasso do Corinthians, os chavistas brasileiros acusam a direita, os estudantes, a Igreja, os brancos e “os burgueses” pelo insucesso do tiranete em sua tentativa de se perpetuar no poder. Muito mais correto seria admitir que Chávez perdeu porque suas estratégias e ações foram percebidas como totalitárias e comunistas. Para eles, malgrado a maneira como usam e abusam do vocábulo “republicano” quando se trata de afirmar valores próprios da democracia, tudo estaria tudo muito bem se Chávez tivesse vencido. Esquecem, no entanto, que a alternância no exercício do governo é característica essencial da república, que usam em forma adjetiva, sem respeito ao que lhe é realmente substantivo.
(Percival PugginaArquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul. Site: http://www.puggina.org/)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Copa 2014


sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

C.P.M.F.





































segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

"O Estado é eu“

É impressionante a desenvoltura do Presidente Lula (campeão mundial no campo da ética – hoje, ninguém mais do que eu, e depois de mim ninguém) em todos os seus pronunciamentos à Nação.
Quando ele fala é difícil saber de qual país está se referindo.
Desde que o Deputado “bomba” resolveu espalhar pólvora e acender vários pavios, temos tido ciência através de todos os noticiários, de comprovadas canalhices nos “corredores do poder” na “ilha da fantasia”.
Quando se ouve o Presidente, parece que já assistimos ao mesmo filme tempos passados e quando percebemos que ele se refere mesmo à situação de nosso Brasil, falta apenas pedir que nós brasileiros usemos verde-amarelo, todos os dias, numa demonstração de apoio e solidariedade aos atos de roubalheira que estão acontecendo no seu governo.
É de ficar perplexo diante do cinismo, do Governo, do PT, dos partidos em geral, ao afirmar que todas as acusações são infundadas, e que no final a “verdade” prevalecerá.
O que podemos perceber é que a cada dia surgem mais evidências, embora para mim desnecessárias, porque uma historia bem contada (mesmo que por outro deputado de má reputação) já dispensa provas.
Vamos esperar que dos pronunciamentos à Nação, pelo menos resista a disposição do Presidente em mandar prender todos os corruptos (principalmente os grandes), aliviando um pouco o conteúdo arrogante, ao se auto-proclamar acima de todas as suspeitas, quando sabemos que os suspeitos, na verdade, habitavam e habitam as salas ao lado de seu local de trabalho.
Se de fato ele de nada sabia ou sabe (situação difícil de explicar num experiente político), devia ser menos arrogante e reconhecer, no mínimo, a sua omissão com as diversas ocorrências de corrupção.
Nesse tempo de tantas más notícias e de tanta lama correndo e melando as portas de nossas instituições, de sabermos o que se faz com o “dinheirão” da C.P.M.F. (para a saúde, nada, mas para outros fins...??? ) pelo menos os piadistas têm motivos para contar a história de uma forma menos dura do que ela tem sido.
A piada do momento, trata do absolutismo dizendo que tudo começou com Luiz XIV ao afirmar: “O Estado sou eu”. Cresceu com as palavras de Luiz XV : “Depois de mim, o dilúvio”.
E solidifica-se agora com o nosso Luis LI, que a bordo de seu super-avião, viaja para inúteis missões, enquanto o país é saqueado, declara: “O Estado é eu. Depois de eu, o Delúbio”. (Baseado em texto de Marco Antonio Mota Gomes)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

As veias abertas


São três conflitos diferentes, mas com origens similares e uma lição importante para o Brasil. Na crise mais vistosa, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou o rompimento das relações com o governo colombiano. "Enquanto o presidente Uribe for o presidente da Colômbia, não terei nenhum tipo de relação nem com ele nem com o governo da Colômbia", declarou Chávez. O pretexto é o fato de a Colômbia ter descartado a participação de Chávez na negociação pela liberação de seqüestrados políticos. Pura cortina de fumaça. Sob ameaça real de perder o referendo constitucional de domingo, Chávez está buscando um inimigo externo para reunificar em torno de si o voto nacionalista. E a Colômbia é um alvo perfeito pelas históricas tentativas (e fracassos) de Bogotá em criar um país único no norte da América do Sul.
A segunda crise é da Bolívia, também envolvida numa polêmica reforma constitucional. Uma greve geral paralisou ontem os departamentos de Santa Cruz e e Chuquisaca, os mais ricos do país e centros da oposição ao governo de Evo Morales. Em Tarija, Beni, Pando, Cochabamba, a greve se concentrou apenas nos centros urbanos. A paralisação foi um protesto contra a aprovação, no sábado (24/11/2007), de um projeto de Constituição sem a participação dos parlamentares opositores. O país está dividido. Os departamentos produtores de gás natural na fronteira com o Brasil querem mais autonomia, talvez até a criação de um novo país. Evo Morales quer a distribuição do dinheiro do gás pelo país, especialmente nos seus redutos eleitorais indígenas. No fim de semana, quatro pessoas morreram em confronto com a polícia em um protesto em Sucre, a cidade que até a semana passada era o palco dessas reuniões da constituinte. Longe de Sucre e dos oposicionistas, os deputados ligados a Evo aprovaram a retirada de verbas e expropriação de terras dos Estados produtores de gás.
Por último, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou ontem que colocará seu cargo à disposição em apoio aos trabalhos de uma Assembléia Constituinte com "plenos poderes". Antecipando-se ao início dos trabalhos da Constituinte, o Congresso equatoriano declarou que entrará em recesso por um mês. "É agora ou nunca, se dessa vez não conseguirmos que o país mude radicalmente de maneira pacífica, na próxima vez o povo vai querer fazer mudanças de formas violentas", disse o presidente. Agora, a lição. A diplomacia brasileira finge que o país é um líder regional, que merece um lugar nas negociações mundiais, mas o que está fazendo para evitar essa crise geral no continente? A idéia de não-intervenção no assunto dos vizinhos é muito bonita quando os países estão em crises digamos “normais”, mas as três de hoje têm reflexos diretos no futuro da democracia do continente. Quem garante o abastecimento de gás no Brasil se houver uma guerra civil na Bolívia? E por que o Brasil não tenta mediar a crise entre Bogotá e Caracas? Qual a posição do “líder” Brasil com a óbvia interferência do chavismo no Equador? Líderes tem que liderar. E não se omitir.
(Fonte: O Filtro)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Doença Nacional (Maria Lúcia Victor Barbosa)


Se você, caro leitor, não tem o hábito de ler jornais e sua informação deriva apenas do que é veiculado pelas redes de televisão, irá crer com fé inquebrantável que Deus é brasileiro porque nosso país é o próprio paraíso na terra depois que Lula da Silva ascendeu ao poder. A Saúde, disse o presidente, está perto da perfeição. O desemprego caiu. Os pobres comem três refeições por dia porque o programa Fome Zero deu certo. O mundo se curva para o Brasil, mesmo porque, ganhamos o jogo contra o Uruguai. Portanto, essa coisa de caos aéreo, caos da Saúde, caos do gás, impostos escorchantes, entre eles a famigerada CPMF apresentada como salvação nacional, falta de infra-estrutura, fracasso de políticas públicas, violência urbana chegando a níveis insuportáveis, violência praticada pelos chamados movimentos sociais ligados a Via Campesina, como o MST e congêneres, não existem. São intriga da oposição, mentiras dos que não aceitam que o Brasil deu certo. Tão pouco existe corrupção no governo, apesar da queda constante de ministros ou de casos escabrosos onde petistas, diante de montanhas de provas e evidências se declaram inocentes, enquanto seu líder afirma que nada vê, de nada sabe. Afinal, ele é apenas um pobre presidente da República. Assim, idiotizados pela propaganda, enlevados pelo mito do “pobre operário” cuidadosamente construído pelo PT, aceitamos com naturalidade a total inversão de valores que aos poucos vai erodindo o que resta de nossa civilidade. Temerosos de infringir o politicamente correto damos por certo que elite é um termo pejorativo ao invés de significar produto de qualidade. Nos curvamos ao veneno destilado pelos seguidores dos novos donos do poder que, usando a velha tática de dividir para dominar, a qual por sua vez é indutora de simplismos maniqueístas, divide a sociedade entre maus (aqueles que não são do PT) e bons (os que são petistas); elites (ricos maus e exploradores, em que pesem as doações dos grandes empresários para as campanhas milionárias do mitológico pobre operário e do fato deste e de seus mandarins da cúpula petista terem chegado ao paraíso da burguesia) e pobres (classe majoritária que foi resgatada das garras do capitalismo selvagem por LILS, o iluminado salvador da pátria); brancos (transgressores dos direitos humanos e opressores dos negros) e negros (cujo direito de odiar brancos e agredi-los é algo natural, como disse uma ministra do bondoso pai Lula). E temos apenas dois partidos: PT e PSDB (quem não pertence ao Partido dos Trabalhadores fatalmente é tucano, ainda que não faça parte de nenhum partido).

Acentua-se no Brasil, portanto, o etnocentrismo, ou seja, o julgamento que tudo o que é de alguns é bom e de outros é mau. É o radicalismo do “meu” e do “seu”. Não temos meios termos. Não existem morenos, mulatos, cafusos. Ou se é negro ou se é branco. Ninguém se salva fora do PT e todos que pertencem ao PT são cidadãos acima de qualquer suspeita, façam o que fizerem.

A chamada base governista, ou adesistas de ocasião, capazes de se vender a qualquer preço, mesmo por um “chinelinho novo”, não possuem tanta imunidade. São usados e depois jogados fora. Que o diga o PMDB, partido cujos integrantes, segundo uma amiga internauta, trazem na testa um código de barra, é só passar em qualquer maquininha que sai o preço. Aliás, os mais experientes políticos de diversos partidos nunca aprendem que o PT possui leis próprias, entre elas, esmagar os que não pertencem à casta dos companheiros, triturar os que ajudam o partido e ao seu líder máximo.

Caminhamos rumo ao atraso e a decadência, sob o comando do espaçoso Hugo Chávez, mas vamos felizes entre uma partida de futebol e outra. Afinal, não vamos sediar a Copa do Mundo? Querer mais o quê?

E enquanto o povo se alegra assistindo futebol, gesta-se nos bastidores do poder o terceiro mandato do amado avatar, Lula da Silva. Quem poderá impedi-lo? E que outro mito o PT possui para se perpetuar no poder? Como o próprio presidente afirma que seu comandante Hugo Chávez é um democrata, basta seguir seus passos, como, aliás, vem acontecendo de forma mais branda, conforme a marca registrada brasileira da dubiedade. Calmamente, cuidadosamente o PT fabrica sua ditadura sob aplausos gerais e toques de tambores de guerra de seus estridentes e fanáticos militantes e simpatizantes. Alertas parecem soar inutilmente enquanto triunfa a ignorância, a truculência, a incompetência, a corrupção. A decadência da nossa sociedade já é uma doença que parece incurável, pois progrediu muito. Perdemos nossa elite no sentido dos melhores, dos mais virtuosos e isso faz lembrar o portentoso pensamento de José Ortega y Gasset em Espana Invertebrada: “quando a massa nacional chega a determinado ponto, são inúteis os argumentos racionais. Sua enfermidade consiste, então, no fato de que a maioria não se deixará influenciar, fechará freneticamente os ouvidos e pisoteará com mais força naqueles que queiram contrariá-la”. A partir daí se segue o triste espetáculo dos piores suplantando os melhores”.

domingo, 25 de novembro de 2007

Mensalão


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Animador


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A grande farsa


Natal?
Perguntem à maioria das pessoas o que é o Natal! Responderão um monte de baboseiras e besteiras, despreparadas para uma festa tão séria e apoteótica. Em geral, preocupam-se com perus, lombos, farofas, tenderes etc., mas, no dia seguinte, cadê o espírito de Natal? Onde estará o espírito altruísta, verdadeiro sentimento de ajuda ao próximo?
É durante o ano todo que devemos perseguir a vontade de ajudar os necessitados, sem as besteiras dos ritos impostos por igrejas decadentes, supérfluas e enganosas. É constrangedor saborearmos um suculento quitute, sabendo que há 35 milhões de brasileiros esfomeados, desdentados, ao relento, saboreando promessas de políticos cínicos, em pratos vazios de esperança.
Que neste Natal possamos criar dentro de nós um sentimento de preocupação, respeito, tolerância e dedicação a estas pessoas tão doídas e sofridas. Basta às firulas natalinas comerciais, basta à hipocrisia barata de sentimentos etílicos de duração de poucas horas. Chega de missas e pregações duvidosas. É ajudando o próximo (sempre) que nos aproximamos do Senhor: viva o Natal!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Meu País (Divaldo Alves)

Um país onde as leis são descartáveis por ausência de códigos corretos, com milhões de analfabetos e multidão maior de miseráveis.
Um país onde os homens confiáveis não têm voz, não têm vez, nem diretriz, mas corruptos têm voz, têm vez, têm bis e o respaldo de um estímulo incomum, pode ser o país de qualquer um, mas não é, com certeza, o Meu País.
Um país que os seus índios discrimina, e a ciência e a arte não respeita, um país que ainda morre de maleita por atraso geral da medicina, um país onde a escola não ensina e o hospital não dispõe de raio-x, onde o povo da vila só é feliz quando tem água de chuva e luz de sol, pode ser o país do futebol, mas não é, com certeza, o Meu País.
Um país que é doente, não se cura, quer ficar sempre no terceiro mundo.
Que do poço fatal chegou ao fundo, sem saber emergir da noite escura.
Um país que perdeu a compostura, atendendo a políticos sutis, que dividem o Brasil em mil "Brasis", para melhor assaltar de ponta-a-ponta, pode ser um país de faz-de-conta, mas não é, com certeza, o Meu País.
Um país que perdeu a identidade, sepultou o idioma portuguêsaprendeu a falar pornô e inglês, aderindo à global vulgaridade.
Um país que não tem capacidade de saber o que pensa e o que diz.
E não sabe curar a cicatriz desse povo tão bom que vive mal,pode ser o país do carnaval, mas não, é com certeza, o Meu País.

domingo, 18 de novembro de 2007

Plantando pessoas (Neiva Pavesi)

Há sessenta milhões de anos um asteróide caiu na Terra, convulsionando-a, e destruiu os dinossauros. Hoje, o asteróide somos nós, os seres humanos, tão inteligentes a ponto de construir naves espaciais e desinteligentes a ponto de provocar o aquecimento global. Cosmicamente, fomos criados para engrandecer tudo com nossa presença; para produzir obras agradáveis que nos proporcionem todas as prosperidades. Por muito tempo a maioria da humanidade andou na contramão de seu destino, amesquinhando e apequenando o mundo. Crises e problemas avolumaram-se a um ponto insustentável e chegamos ao hoje: eis a oportunidade para darmos uma guinada de cento e oitenta graus, abandonarmos a acomodação, a vitimização, e caminharmos na margem certa do rio da vida. Malgrado as decepções, o mundo continua belo.
Felizmente, apesar da violência que campeia, está em gestação a ética inclusiva e a idéia grupal ganha terreno rapidamente. Tudo o que acontece ao nosso redor podemos decodificar como dores do parto que precederá a vinda da luz. Toda a bagunça, a podridão que acontece por aí, são sinais claros de mudanças. Esta é a hora da humanidade organizar-se melhor e estabelecer vínculos solidários entre si; de descobrir que só a união poderá livrar-nos do asteróide que somos.
Há muitos e promissores sinais mostrando a sociedade organizando-se e assumindo suas responsabilidades, se autogerindo, num movimento de baixo para cima. Então, agregue ao discurso inflamado, indignado (com razão), contra a situação vigente, a coragem de mudar o que lhe desagrada. É preciso agir! Falar, por falar, não leva a nada. A palavra de ordem é ação. Procure saber o que a sociedade está produzindo de positivo; informe-se; leia; pesquise (escolha a mídia, claro); agrupe-se. Aja!
Conhece você o trabalho extraordinário que os rotarianos realizam? Além da ação de erradicação da poliomielite infantil no mundo, os clubes de serviço locais trabalham juntos com empresários da construção civil e com o poder público para alfabetizar operários em seus próprios locais de trabalho. Também, nessa linha de ação, otimizam o preparo de professores para enfrentarem o desafio da erradicação do analfabetismo de jovens e adultos no Brasil e no mundo, com seminários sobre alfabetização. Noutro movimento, levam informações aos alunos quanto à escolha de futura profissão. E encaram a educação dentro da realidade de hoje: precisamos de doutores e, também, de bombeiros, bibliotecários, chefes de cozinha, garçons, professores, enfermeiros... Precisamos de ótimos profissionais em todas as áreas técnicas e acadêmicas. A preocupação com a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais, especialmente visuais, moveu rotarianos na ação de proporcionar-lhes condições de adaptação pessoal, profissional e ao mundo da arte, que remete à sensibilidade. Isto é ação: compartilhar, mostrar o caminho, transformar crises e dificuldades em oportunidades.
Não há como ficar somente no discurso estéril que você tanto condena nos políticos. A palavra sem ação, é morta. Mexa-se. Torne-se mais um na corrente da ação, que diminui as diferenças, a violência, que dá oportunidades, que leva à cultura da paz. Diz um antigo, e atualíssimo, provérbio chinês: “Se sua visão for para vida inteira, plante pessoas”.

sábado, 17 de novembro de 2007

Cala a Boca, Chávez

No encerramento da 17ª Cúpula Ibero-americana, em Santiago do Chile, o falastrão Hugo CHÁVEZ disse o que quis e, pela primeira vez, ouviu o que não quis, inclusive, foi surpreendido por um cala-boca real que, ao que parece, o está perturbando até agora. Desta vez o falso democrata venezuelano resolveu, ao invés de atacar, como costuma fazer, os Estados Unidos, seu maior parceiro econômico, partir para uma fanfarronada contra a Espanha. Seu alvo foi o ex-primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, que por sinal foi um excelente governante, homem de mentalidade moderna e dotado de visão de estadista, ou seja, o avesso do caudilho populista.
Acostumado ao mando, O boquirroto DITADOR DE FATO, chamou Aznar de fascista, acusando-o de ter apoiado o golpe ocorrido na Venezuela em abril de 2002.
A resposta veio rápida. O atual premiê espanhol, José Luis Rodrigues Zapatero, por sinal adversário político de Aznar, deu uma lição ao venezuelano, que seria impensável como reação brasileira. Recorde-se que quando Chávez disse que o Congresso brasileiro era o papagaio de Washington, as cabeças se abaixaram humildemente sem a menor reação. Diferentemente, Zapatero reagiu e disse: “Senhor Chávez, podemos discordar radicalmente das idéias de uma pessoa. Mas para respeitar e sermos respeitados, não podemos nunca desqualificar essa pessoa”. Imagina se Zapatero conhecesse os métodos de ataque petistas, que sempre começam com o achincalhamento dos que não rezam por sua cartilha. Como Chávez insistia em sua arenga, ouviu do rei Juan Carlos I da ESPANHA um incisivo :” Por que não te calas?” De todo modo, o ataque gratuito dirigido a Aznar chegou a ser grotesco na boca de um golpista como Chávez, o criador das milícias bolivarianas que são arremedos das milícias fascistas de Mussolini. E bem nesse momento em que acusa ao rei da Espanha de golpista, Chávez está reinventando a Constituição venezuelana que, aliás, já tinha moldado conforme seus interesses golpistas. Agora quer leis que o dotem de poderes ilimitados, portanto ditatoriais, que incluem o fim da propriedade privada, e permitem sua perpetuação no poder através de eleições sucessivas. Isso significa que ele sempre poderá dizer que é um democrata, pois obedece às leis, mas se o estratagema legal pode retratar o Estado de Direito, jamais traduzirá o Estado democrático de Direito. Mesmo porquê, Hugo Chávez vem enxovalhando todos os requisitos da democracia em seu país.
Vejamos como fez isso:
Ele dominou o Legislativo e o Judiciário, rompendo com o equilíbrio dos Poderes constituídos, extinguiu a liberdade de expressão, de organização de opinião e fala diretamente às massas na forma de governar que chamam de democracia direta, idéia, aliás, que sempre foi cara ao PT e característica do mando dos tiranos. Portanto, Chávez tem mais de Mussolini dos trópicos do que de Simón Bolívar. Este, ao final da vida, frustrado por suas tentativas de unificar parte da América na Grande Colômbia partilhada entre Colômbia, Venezuela e Equador, profetizou: “Este país, a Grande Colômbia, cairá infalivelmente nas mãos da populaça desenfreada para passar em seguida para a dominação de obscuros tiranetes”. E concluiu: “Entregues a todos os crimes e esgotados pelos nossos cruéis excessos, os europeus não procurarão sequer reconquistar-nos”. Depois de suas grosserias é possível que Chávez não tenha mais facilidades com os europeus, especialmente com a Espanha.
Nosso grande problema na América Latina se concentra na nossa mentalidade do atraso que pode ser traduzida da seguinte maneira: buscamos respostas às nossas necessidades no passado ao invés de procurá-las no futuro. Dotados de um anti-americanismo xenófobo preferimos a ALBA de Chávez à Alca norte-americana, nos ufanamos de ser de esquerda e permanecemos no século XIX a cultivar um marxismo requentado. Odiamos a globalização mesmo sem entender o que é isso, enquanto a China comunista, sem o menor pudor ideológico, entendeu muito bem e caminha para ser a próxima potência mundial. Para culminar, o Brasil, através de seu chanceler de fato, Marco Aurélio Garcia que se notabilizou não pela nossa desastrada política externa da qual é mentor, mas por gestos obscenos, não abre mão de incluir Chávez no Mercosul. Pior, a Câmara já aprovou a entrada do ditador, ignorando que a Venezuela não se enquadra nas regras do organismo que exige de seus membros a prática da democracia e da economia de mercado. Como disse o embaixador Sérgio Amaral: “com Chávez e seu confuso socialismo do século XXI o Mercosul terá o beijo da morte”.
Seria, pois, interessante, nosso governo, que inclui nossos parlamentares, pensarem bem sobre isso, caso contrário, Chávez, e seus seguidores como Evo Morales que além de expropriar a Petrobrás na Bolívia, fechou a torneira do gás, chegarão à conclusão que, se não somos propriamente uma República das Bananas, estamos nos tornando uma República dos bananas. E viva o rei Juan Carlos I. (Maria Lúcia Victor BarbosaGraduada em Sociologia e Política e Administração Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Ciência Política pela UnB. É professora da Universidade Estadual de Londrina/PR. Articulista de vários jornais e sites brasileiros. É membro da Academia de Ciências, Artes e Letras de Londrina e premiada na área acadêmica com trabalhos como "Breve Ensaio sobre o Poder" e "A Favor de Nicolau Maquiavel Florentino". Criadora do Departamento de Desenvolvimento Social em sua passagem pela Companhia de Habitação de Londrina. É autora de obras como "O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto: A Ética da Malandragem" e "América Latina: Em Busca do Paraíso Perdido")

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Carta para Evo (Hamilton Bonat)

Caro Presidente Morales:
Espero que esta o encontre com saúde, para que possa continuar exercendo, com muita energia, sua liderança.
Por aqui, tudo como dantes. O São Paulo já é campeão e o Coxa (Coritiba F.C.) voltou para a “Série A”. A novidade fica por conta do lançamento do filme Tropa de Elite. É sensacional. Recomendo-o ao amigo. Porém, devo alertá-lo de que o chefão do tráfico morre no final. Se quiser, mando uma cópia (serve pirata?).
Soube que o presidente Lula vai visitá-lo. Levando em conta a amizade entre vocês, nascida nos bons tempos do Fórum de São Paulo, bastaria um telefonema. Seria mais barato. Mas não se preocupe. Não é ele quem vai pagar.
Acredito que pretenda recebê-lo com toda a fidalguia. Para não cometer nenhuma gafe, aconselho-o a não falar sobre futebol. A diretoria do Corinthians, time do nosso presidente, envolveu-se numa confusão danada e foi demitida. Dizem que foi corrupção. Você sabe muito bem como ele odeia esse tipo de assunto.
Sabia que o Bush andou por aqui? Veio conversar sobre bio-combustíveis. O fidel ficou com ciúmes. Foi logo dizendo que vai faltar comida. Você não acha que o Comandante anda meio caduco? Ele pensa que o Brasil é do tamanho da Ilha? Se tiver chance, diga-lhe que ando preocupado. Recebi umas fotos de Cuba. Achei algumas pessoas magras demais.
Será que não estava na hora de plantarem mais arroz, feijão e batata e pararem de produzir seus famosos charutos? Agora, se os raquíticos das fotos não forem filiados ao partido, tudo bem.
Mas, voltando ao Brasil, parece que o pessoal do Rio e São Paulo anda meio chateado. Está faltando gás. Cá entre nós, quem mandou os taxistas converterem o motor dos seus carros? E os empresários então? Só para economizar, a classe dominante investiu em usinas a gás. Bem feito para eles.
Aliás, é sobre o fornecimento de gás que nosso presidente vai conversar com o amigo. “Good news”! Parece que há intenção de investir de novo na Bolívia. Como não é bobo, sei que você vai topar. Depois, é só mandar o exército tomar conta.
E aí, como andam as coisas? Os venezuelanos estão cuidando bem das nossas refinarias que você... digamos, usurpou? Parece que tudo o que você, Fidel, Lula e Hugo Chávez combinaram no Fórum de São Paulo está dando certo. Que bom!
Último alerta ao amigo. Se a “cumpanheirada” que está na direção da Petrobrás for competente e tiver vontade, logo logo estaremos produzindo o gás de que necessitamos. Imagine se isso acontecer? O que você fará com o seu gás? Aborde isso com o Lula.
Saudações Bolivarianas.

domingo, 11 de novembro de 2007

Leite... é Soda!!!



































Consumidor Brasileiro na era PT

sábado, 10 de novembro de 2007

A CPMF

Eu tenho me divertido ao acompanhar o noticiário sobre a dança dos políticos em torno da prorrogação da CPMF. O resultado final todos já sabemos qual é, será prorrogada e fim de papo. A questão é ver os papéis que os diversos atores desempenham em torno do tema, que é a síntese do manicômio que se tornou o sistema tributário nacional: nenhum grupo político ousa fazer a defesa da maioria, dos brasileiros em geral, os pagadores de impostos anônimos.
Aqui podemos ver com todas as letras que não existe oposição política de fato no Brasil, pelo menos naquilo que a política tem de mais de substantivo, que é a defesa da liberdade enquanto tal, que tem um dos seus medidores na cobrança desproporcional de impostos. Todas as agremiações partidárias, por um motivo ou por outro, não podem votar contra a prorrogação da CPMF. Lula foi feliz ao dizer que seu possível sucessor não quererá abrir mão do recurso que, uma vez recusado agora, teria muitas dificuldades para ser reintroduzido posteriormente. Está certo na sua lógica.
O PSDB está feito prostituta de rua, rodando a bolsinha e piscando para os petistas passantes. Em um gesto a dama estará entregue sem qualquer resistência. As “condições” impostas para a adesão, divulgadas nesta semana, não serão atendidas, exceto em um ou outro ponto acessório. Vieram apenas para marcar posição. O DEM da mesma forma, arrota oposição enquanto seus membro estão aderindo, um a um, na calada da noite. Todos os dias os colunistas políticos noticiam o nome de mais um que entrou no jogo do PT. O interesse geral não vale nada diante dos interesses específicos de cada grupo político representado por cada senador.
O ponto aqui é que está exposta a fratura de nossa sociedade: uma minoria de barões tem poder sobre os destinos de toda a gente sem representá-la de fato, seja pela distorção do sistema político, que ponderou os votos que deveriam ser igualitários, seja pelo sistema econômico, cujos interesses maiores estão cristalizados no caixa do Tesouro: bancos, funcionários públicos, fornecedores do Estado, aposentados, recebedores de bolsa-esmola, toda essa grande e qualificada minoria tem seu motivo particular para não deixar a carga tributária cair. O butim não pode ser reduzido.
Temos que ver a questão federativa também. A CPMF financia a União, cuja receita foi esquartejada na nova Constituição sem que os encargos tivessem sido repassados aos entes federados. A CPMF corrige essa distorção elevando a carga tributária. Esse é o único sustentáculo racional para a sua existência, o que nada tem de racional evidentemente. Irracional é todo o sistema tributário junto com o sistema de despesas públicas. Estamos a ver empresários sendo presos por exorbitância arrecadadora estatal e pela criminalização por descumprimento de normas contraditórias, incumpríveis na origem, cabendo à autoridade arbitrar quem será indiciado ou não. Não é por acaso: aumentar a arrecadação de agora em diante só mesmo mediante a coação pura e simples.
Estamos às vésperas do totalitarismo, pelo menos no que tange à perseguição tributarista estatal. Na verdade já estamos vivendo um regime de terrorismo fiscal explícito. É o Estado devorando sua própria gente que trabalha, em benefício dos vagabundos, parasitas, despachantes e assemelhados. (José Nivaldo Corderio - www.nivaldocordeiro.org)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Leite contaminado


Em tempos atrás, o leite era vendido a granel. O interessado levava uma vasilha à leiteria, a qual era enchida com o leite semicongelado. Ninguém colocava em dúvida a qualidade do produto e nunca se teve notícias de qualquer alteração na sua composição original, o qual era gorduroso, tinha sabor agradável e ainda se fazia manteiga com a nata – espessa e amarelada.
Como consumidores inocentes, não sabemos há quanto tempo o leite que consumimos está contaminado com soda cáustica e água oxigenada, uma vez que adquirimos o produto em supermercados, geralmente em caixas com doze embalagens longa vida, com validade de até três meses, cujos preços variam conforme a marca e promoções.
Quem nos assegura que outros produtos líquidos, embalados em caixas, como sucos e polpas, também não estejam contaminados com conservantes também tóxicos? Não se tem notícia que misteriosos códigos de espessantes, conservantes, acidulantes, antioxidantes etc., constantes nas embalagens e autorizados pelas autoridades sanitárias, muitos sintéticos, possam provocar danos à saúde dos consumidores se utilizados em dosagens diferentes das autorizadas e consentidas.
]O leite, com toda a moderna tecnologia no seu processamento e rigorosa fiscalização (???), normas de acondicionamento, validade etc., é agora o vilão, pois descobriu-se que contém conservantes tóxicos e aditivos que mascaram sua vida útil.
O famoso processo UHT, diz o rótulo, garante sua conservação e também, agora, das drogas que lhe são adicionadas.
A solução é comprar uma vaca leiteira ou adotar o uso do leite de soja como substituto desse fundamental alimento que hoje é alvo dessa criminosa adulteração com substâncias altamente nocivas, pois já não sabemos em que confiar.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Faltam condições para competir


"A economia brasileira está vivendo um momento de euforia, e apresenta alguns vistosos indicadores, situação que, segundo a maioria dos analistas, se deve não apenas ao bom trabalho do Governo, baseado em suas políticas conservadoras, como também, em grande parte, ao cenário externo favorável. Entretanto, nem tudo são flores. Relatório do Fórum Econômico Mundial, que acaba de ser divulgado na Europa, e que analisa a economia interna de 131 países nos cinco continentes, mostra que o Brasil, em termos de competitividade – ou seja, de concorrência com outras nações em comércio exterior, produção, infra-estrutura e capacidade de absorção de investimentos, entre outros itens -, perdeu posições no ranking global, de 2006 para este ano. Ocupava o 66º. Lugar, no meio da lista, embora longe de significar uma colocação elogiável, mas recuou para o 72º. posto. Passou para o bloco inferior, o dos países atrasados. Está abaixo dos demais emergentes, como a China, a Rússia e a Índia. Na América Latina, é superado por Chile e México.
As causas desses problemas são bastante conhecidas. O complicador é que não são combatidas com a obstinação e a competência exigidas. Elas começam com a carga de impostos excessivas, das mais pesadas do planeta, e continuam com os juros altos, o emaranhado da burocracia estatal,os gargalos logísticos nos mais diversos setores, o deficiente sistema educacional que não concorre para a elevação do nível da mão-de-obra, a corrupção em repartições governamentais, e por aí afora. São falhas graves, todas elas, que, em sua somatória, outro efeito não provocam se não o de desestimular novos investimentos produtivos no País, principalmente os de origem estrangeira. É verdade. Observe-se que, apesar de tantos obstáculos, o Brasil não está parado. A economia se expande. O crescimento, porém, não se dá em escala compatível com as extraordinárias potencialidades nacionais, estas, sim, entre as maiores do mundo. Com raras exceções, os avanços são discretos. É isso que perpetua a nossa pobreza, o nosso subdesenvolvimento, e retarda indefinidamente o processo de redução das nossas agudas diferenças sociais.
Enquanto a administração federal estiver focada em objetivos pontuais e isolados, esse quadro certamente não mudará. Ele resulta da falta de uma visão estratégica de conjunto, assim como do predomínio de um viés varejista que inibe qualquer ação transformadora de largo alcance. É uma questão de mentalidade errada, aliada ainda a uma prática política arraigadamente fisiológica. Tudo isto é o que nos mantém na rabeira, enquanto os outros países vão em frente. Não há surpresa. Trata-se tão-somente de uma realidade inescapável para quem não se preparou direito para competir, num mundo de disputas cada vez mais árduas. Nele, como nas selvas, vencem os fortes."

domingo, 4 de novembro de 2007

O país perdeu a consciência moral

"Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo? “
Não!
Triste coincidência...
(escrito por Eça de Queiroz em 1871)

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

No Reino Brasil

Tem pessoas que consideram o Brasil uma verdadeira democracia e outras que acham que o Brasil é pior do que uma ditadura.
Na verdade, o Brasil não é nenhuma das opções citadas.
O Brasil é um sistema feudal, porque temos Rei, Nobres, Povão e Bobos da Corte. Estes são os reais moradores no Brasil.
Na Nobreza estão acomodados os políticos, altos funcionários públicos, juízes aposentados, fiscais e outros apadrinhados pelo Poder. Esta minoria, em relação à população, consomem muito mais riqueza do que produzem.
Os Bobos da Corte são os empresários, executivos, profissionais liberais, trabalhadores com carteira assinada e outros. Este contingente, produzem muito mais riqueza do que consomem.
O Povão, a maioria da população, estão os miseráveis, aposentados pela iniciativa privada, trabalhadores informais e outros. Estes produzem e consomem pouca riqueza.
Este é o real quadro da nossa sociedade brasileira.
Tudo começa com os Bobos da Corte.



Exemplo: Digamos que a sua empresa te pague cinco mil reais por mês – R$ 5.000,00
Somando os diversos tipos de imposto, você pagará em média 35% do total direto à nobreza – R$ 1.750,00
Sobrando por enquanto R$ 3.250
Com esse dinheiro, você comprará produtos e serviços, como arroz, gasolina e manicure.
Só que nesses produtos e serviços, estão embutidos cerca de 40% de impostos, que vão direto para a nobreza... – R$ 1.300,00
R$ 5.000,00 – R$ 1.750,00 = R$ 3.250,00 – R$ 1.300,00 = R$ 1.950,00
Até agora, dos R$ 5.000,00 que você suou a camisa para ganhar, sobraram apenas R$ 1.950
Em um País normal, em troca dos 60% do seu salário que você já entregou, você deveria receber ensino, saúde e aposentadoria gratuitos e de qualidade
Mas no Brasil nada disso presta, portanto você precisa pagar tudo de novo.
Você gasta mais R$ 1.200 entre escola particular, plano de saúde e previdência privada.
São serviços que você deveria receber de graça em troca do dinheiro previamente saqueado pela nobreza.
Sobrou R$ 750
Resumo
Você produziu – R$ 5.000,00
Você consumiu – R$ 750,00
Foi para a Nobreza – R$ 4.250,00
O equilíbrio do sistema
1) Bobos da corte entregam a maior parte da sua riqueza para os nobres.
2) Nobreza joga migalhas para o povão, como bolsa família, bolsa creche, auxílio enchente...
3) Povão devolve votos para a nobreza e reelege.

Situação final
Povão: Continua ignorante - Continua miserável - Continua feliz desde que haja cachaça e futebol.
Nobreza: Continua trabalhando pouco - Continua levando uma vida de luxo - Continua aumentando gastos e impostos.
Bobos da Corte: Concluem que produzir no Brasil é um mau negócio - Ficam olhando os países mais sérios decolarem à frente do Brasil - Os mais brilhantes e capazes se mudam para países onde são mais valorizados.