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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O exemplo do futebol (Alcindo Gonçalves)


Em todas as esquinas, rodas e conversas do País há unanimidade: no Brasil as coisas não funcionam direito. O jeitinho sempre vence e a lei não vale para todos parecem ser máximas aceitas por todos. Poderíamos acrescentar outras ideias consagradas, como aquela que diz que a política é o espaço da corrupção e dos negócios privados e escusos, ou que a Justiça é lenta e ineficiente.
Falar em direitos por aqui soa como conversa fiada. Muitos dirão que depende da posição social ou da situação econômica de cada um: os mais privilegiados podem tudo, sempre, e não são punidos nem sofrem qualquer constrangimento em suas atividades ou negócios.
Vivemos, portanto, na bagunça geral e institucionalizada pela história, pelas tradições e pela nossa cultura. E o que é pior e mais dramático: os anos passam e nada muda, de maneira substancial. Seguimos em frente com nossos velhos problemas, que parece que nunca terão solução.
A saída é cada um se virar como pode. Daí o clientelismo como prática comum, envolvendo quem presta o favor e quem vai em busca dele. Como a burocracia estatal é complicada e insolúvel, a saída é burlar e fugir dela. E se a Justiça não funciona, por que e para que procurar direitos se há maneiras mais ágeis de solucionar conflitos?
Nesse quadro de desalento, vale a pena olhar um instante para o esporte, e para o futebol em particular. Paixão nacional, envolve corações e mentes de brasileiros durante todo o ano. As emoções explodem a cada jogo, a cada torneio, a cada lance. E não se diga aqui que futebol é feito por anjos. Muito ao contrário: os cartolas dão as cartas nesse espaço, e os truques e malandragens andam por todos os cantos.
Há inclusive folclore envolvendo os dirigentes e sua grande dose de esperteza, fundamental para o êxito dos clubes, e histórias magníficas e saborosas sobre lances de bastidores e oportunismo em situações-chave.
Mas há um aspecto fundamental no futebol: as regras são cumpridas à risca. A autoridade do juiz nas quatro linhas é incontestável. Mesmo diante de erros incríveis que a televisão não se cansa de mostrar, as decisões sobre impedimentos ou gols irregulares são mantidas. E o mais incrível: as pessoas chiam, protestam, xingam, mas aceitam o que foi decidido.
A Justiça esportiva é ágil e dura. Veja-se o recente caso do Coritiba na final do campeonato brasileiro: em uma semana, praticamente, o caso foi julgado e o time paranaense severamente punido. E atletas que agridem, ou são flagrados em dopping, sofrem condenações rápidas e rigorosas. Ninguém dá jeitinho, não há protelações ou recursos sem fim.
O exemplo do futebol demonstra que quando as normas são cumpridas, e há absoluta segurança desse cumprimento, o resultado é melhor para todos. O sucesso do futebol em todo o mundo, além, é claro, do talento e da categoria de jogadores e equipes, se deve bastante a esse fato.
Fica aí a pergunta: se no esporte as coisas funcionam, e bem, por que isso não pode acontecer na política, na economia, nas relações com o Estado? Não estamos, afinal, no mesmo país? E um detalhe importante: o futebol desperta paixões fulminantes e exageradas. Mesmo assim, ninguém se atreve a contestar as regras e decisões dos tribunais esportivos. Será que um dia vamos viver essa realidade em todos os níveis?

domingo, 27 de dezembro de 2009

Religião ou Comércio?


Fundamentalistas são aqueles que consideram que a sua maneira de entender uma religião é a única certa, e que todas as outras maneiras, bem como as demais religiões, devem ser combatidas. Isso é tão absurdo como pensar que a língua que falamos é a única que expressa o verdadeiro sentido das palavras.
Este texto não tem o objetivo de combate, mas de comentar um objetivo de comércio.
Dentro do Cristianismo houve muitos desentendimentos, fazendo com que ele se divida, hoje, em três confissões: a católica, a ortodoxa e a protestante ou evangélica.
Deus mesmo não tem religião.
Dizer que a Igreja Católica está em crise devido a pedofilia é pura demagogia. A crise da Igreja Católica existe há séculos, pedofilia também.
Dizer que a Igreja Evangélica 'rouba' pessoas com mentes fracas, sem poder de informação e formação de opinião, também é muito pesado.
Algumas pessoas se enganam e outras gostam de se enganar, acreditar que encontram a salvação em religião. Eu respeito todas as religiões, quem quiser seguir que siga.
Em todas as religiões existe gente aproveitadora, inclusive pastores e padres.
É comum constatarmos o comércio de: sabonete da Terra Santa, água da Terra Santa, dízimo para aquilo, compre não sei o que, que faz milagre, etc.
Onde se em caixa? (Mateus Cap.10 versículo 8) Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; DE GRAÇA RECEBESTE DE GRAÇA DAI.
Diante de tudo isto, eu comungo do seguinte princípio:
a) Primeiro, você tem que acreditar em Deus, ter fé...
b) Segundo, você tem que respeitar o próximo, fazer o bem no seu dia-dia... tratar bem as pessoas ao seu redor, não querer crescer passando um outro para trás... se já fizer isso... o mundo será bem melhor.
c) Tudo isto se resume num único mandamento: amar.
Não existe religião melhor que outra. Não existe nenhuma perfeita, mas nós podemos nos tornar melhores a cada dia sem a necessidade de um culto no final de semana ou até todo dia para mudar um comportamento impróprio que tenhamos praticado. O que deve ser modificado são as nossas atitudes.
Para alguém ser bom, ser uma pessoa bondosa com todos (errar faz parte da natureza humana ), não discriminar nem Sicrano e tampouco Beltrano, não será ouvindo sermão de pastor, de padre, de quem quer que seja, para diferenciar o que é certo ou errado.
Existem padres, pastores com bom coração que, realmente, tem o intuito de levar uma mensagem de fé, mas, infelizmente, a verdade é que a maioria gosta que a “ovelha” creia... creia nisso e naquilo, mas não respeita os fiéis que “hipnotizado” pelas palavras aliciadoras deixa de comprar o leite, de oferecer um colégio melhor ao filho, para dar dinheiro (dízimo) para um 'pastor' que, na verdade, irá usar para bens materiais dele, somente dele. O dízimo, o mesmo que não é tributado deixando os donos de igrejas, com uma empresa livre de impostos, podendo aplicar em compra de rádios, televisão e outros meios de comunicação.
Quer dizer na verdade nua e crua é um jogo de interesse quem dá quer receber e ponto.
Talvez por isso, temos tantos incrédulos e pessoas que não acreditam em religião nenhuma, pois as religiões deveriam apoiar a humanidade e não usá-las, deveriam orientar a humanidade e não estreitar os pontos de vista em rituais paralisantes.
Não me considero mais do que ninguém, mas em pleno século XXI nos parece que está na hora de abrirmos os olhos, de pensarmos pela nossa cabeça, de raciocinarmos e de mantermos uma ligação com o Divino de forma natural, simples, pura, sem rituais, sem ser necessário pagar por graças divinas.
A religião serve para libertar o ser humano dos roteiros asfixiantes do materialismo e não para materializar o que é divino.
Mas se você quer dar o dízimo tudo bem, é só para lembrar que Deus não comercializa seus benefícios, pois neste caso aquele que nada tem ficaria como?

sábado, 26 de dezembro de 2009

Um simples gesto

A maioria dos transtornos mentais e depressão grave se produzem apenas por descuido, porque as pessoas não se esforçam em reacionar imediatamente após passar alguns transtornos. Depois de uma decepção, uma vergonha, um fracasso, vão, pouco a pouco se desmoralizando até cair doentes. Se tratassem em transformar logo em seguida seu mal estado, poderiam chegar a evitar tal situação. No entanto, a maioria das pessoas não reagem, esperam que “isto se resolva isoladamente.” É verdade, a vida quase sempre retorna ao caminho natural. Mas em algumas situações mais difíceis, se você não estiver atento, as coisas não se organizam. O mais grave é que muitos não percebem que estão deslizando por um declive perigoso; gradualmente se fundem a estados mórbidos e um dia, são devorados.
O que a princípio era só um desconforto, termina sendo uma verdadeira enfermidade.
Deveis, pois, estar conscientes dos pensamentos, sentimentos e sensações que a cada momento passam através de vós, e impedir que se instalem estados negativos. Logo que sentir uma inquietação interior, reaja. Muitas vezes, basta um simples gesto: regar flores, sorrir para alguém, dirigir-lhe uma palavra gentil, alcançar-lhe um objeto que necessite … Mas com a condição de praticar esse gesto conscientemente, com a vontade de dar outra orientação a vossos estados interiores e, acima de tudo, fazê-lo antes que as coisas se agravem. O essencial é sair da apatia, da estagnação, e chegar a desencadear conscientemente algo positivo.
Então, preste sempre atenção a vossos estados interiores, caso contrário, sucederá o mesmo que com uma bola de neve em movimento: a medida que a neve adere-se à bola, chega um momento em que a bola, já imensa, acaba por bloquear vosso caminho. E lamentais: “Agora sou incapaz…” mexam-se! “De quem é culpa? vossa! vós alimentastes todos os tipos de pensamentos e sentimentos negativos, autoriza para que assumam proporções gigantescas em vossa cabeça, vosso coração e aí ficam presos, bloqueados. “Que fazer?” Aproxime-se e acenda um fósforo para que esta bola de neve derreta, e a água irá regar o seu jardim, seu pomar, e então terá abundância de flores e frutos.
Isto é o que deve ser feito: acender o fogo do amor, e derreter todas as bolas de neve, todos os tumores que estão em vós.
Sim, o amor se manifesta através destes gestos aparentemente insignificantes do dia a dia. Não espere que grandes eventos vos proporcione equilíbrio e saúde. As coisas simples são as mais benéficas. Se vos acostumar em levá-las a sério, desenvolver-se-á uma força que poderá vos proteger. Existem muitas possibilidades! Mesmo que seja apenas recolhendo um objeto solto na rua ou na estrada, uma sujeira, uma garrafa vazia … removendo uma pedra que possa prejudicar alguém ou peças de vidro possam ferir alguém… esforçando-vos sempre em encontrar algo de novo para fazer, sabendo que cada pequeno gesto realizado aplicadamente, com sinceridade e amor, será como uma criatura de luz vos livrando das trevas e impedindo que estas penetrem em vós para destruir-lhes.
(Omraam Mikhaël Aïvanhov)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Jardim em perigo


“Quando você planta uma mudinha de flor, qual é a sua primeira preocupação?
Um bom jardineiro dirá que a primeira providência deve ser tomada antes do plantio, no preparo do terreno, escolha do tempo certo, etc.
Mas a nossa pergunta é para você, pessoa comum, que não tem habilidades de jardinagem.
Talvez, mesmo sem ser um profissional da área, você conheça algumas providências básicas para que a mudinha cresça e dê flores.
Uma delas é plantar em terra fértil. Outra é cuidar para que o sol não a queime, a água não a apodreça, as pragas não a comam, as ervas-daninhas não a sufoquem.
Certamente você não colocaria sobre a sua plantinha, algum veneno que pudesse matá-la, não é mesmo?
Pois bem, fazendo uma comparação com a mudinha de flor e uma criança, podemos seguir o mesmo raciocínio.
Se uma planta merece nosso cuidado, um filho merece muito mais.
Mas, infelizmente, alguns pais, que não derramariam na planta produto que a destruísse, permitem que seu filho faça uso de um veneno que está cada vez mais popular entre crianças e adolescentes: o álcool.
Alguns pais permitem, outros incentivam.
Se você visse alguém derramando alguma substância nociva sobre a frágil plantinha, certamente diria: "isso é loucura!"
No entanto, você vê um pai ou uma mãe dando bebida alcoólica à criança, e considera isso um fato normal.
Estranho paradoxo, esse!
Hoje os problemas decorrentes do uso de bebidas alcoólicas têm preocupado governantes e muitos têm envidado esforços para conter essa epidemia.
Afinal, esse é um problema que ameaça os valores econômicos, políticos e culturais da sociedade.
Acarretam gastos com tratamento médico, internação hospitalar; provocam o aumento dos índices de acidentes de trabalho, de trânsito, de violência urbana, mortes prematuras, entre outros.
É realmente uma catástrofe de grandes proporções, pois os prejuízos não ficam somente no campo da economia.
Os danos morais e espirituais são ainda maiores.
As perturbações da personalidade do usuário, as lesões afetivas causadas nos familiares, os afetos destruídos, as esperanças despedaçadas, os sonhos ceifados, a infelicidade...
E assim, esse imenso jardim que poderia ostentar flores belas e perfumadas, apresenta flores amareladas, sem perfume, sem viço, sem esperança, de breve aparição no solo terreno...
Os perigos advindos dessa substância nociva chamada álcool, espreitam em cada esquina...
Os malefícios desse veneno vão destruindo a criatura lentamente, qual parasita que lhe rouba as forças e lhe impõe cada vez mais necessidade de uso...
A ação devastadora dessa praga cruel é lenta, mas decisiva...
Você, que consegue perceber a gravidade do assunto, pense com carinho a respeito disso.
Passe a observar quanto descuido paira sobre a infância desprotegida...
Perceba quanta indiferença pesa sobre a juventude desorientada...
E você, jardineira ou jardineiro a quem Deus enviou essas almas para fazê-las florir e dar bons frutos, certamente responderá, um dia, sobre a tarefa que lhe foi confiada.
Pense nisso, e não perca nem mais um minuto, pois em um minuto a situação pode fugir totalmente do seu controle.
Você sabia?
Você sabia que o uso e o abuso de bebidas alcoólicas está cada vez mais cedo na vida de crianças entre 9 e 12 anos de idade?
Justamente numa faixa etária em que o ser está em formação, tanto física quanto psicológica.
Por essas e outras razões é que precisamos, com urgência e determinação, salvar esse jardim em perigo.”

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Baixaria


“Eu quero tirar o povo da merda”. Esta frase foi proferida no dia 10/12/2009 durante assinatura de contratos do Programa Minha Casa, Minha Vida, em São Luis, capital do Maranhão. Lula falou a palavra, considerada apenas feia por alguns, mas palavrão por outros, após afirmar que nenhum outro governo investiu tanto em saneamento básico. O presidente disse não querer saber se o prefeito é do PSDB, do PFL (DEM) ou do PT, mas sim tirar o povo da “merda”.
O presidente Lula não aprende com as oportunidades que a vida sobejamente lhe apresentou. Continua no mesmo patamar de miséria cultural e comportamental que tinha quando migrou para São Paulo. Essa de o presidente dizer palavra feia ou palavrão em caráter oficial e ainda justificar-se é transformar cerimônia oficial em festejo de botequim.
Lula declarou após seu discurso: “Amanhã, os jornais vão dizer que eu falei merda!” Qual a novidade, se ele vem falando isso, no sentido figurado, desde que assumiu o governo?
Todos nós sabemos que educação e cultura passaram longe do presidente. Mas ele deveria, pelo menos, ser informado que, quando sentisse necessidade de abrir a boca, procurasse lugar mais adequado, nunca diante das câmeras. Eu e mais 20% da população brasileira não estamos obrigados, ainda, a ouvir essas baixarias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Alimentação no Planeta Terra


Segundo estimativas, a população da Terra, atualmente, ultrapassa a marca de 6.800.000.000 de pessoas.
Essas projeções, levadas a efeito pelo Centro de Programas Internacionais da Agência de Censo dos Estados Unidos (U.S. Census Bureau), apontam ainda que em outubro de 2012, a população da Terra será acima de 7 bilhões de habitantes.
Obviamente são estimativas, e como tal não deve haver qualquer dúvida que essas projeções são baseadas em estatísticas produzidas com enormes margens de erro, mas claramente se apoiam e emergem de dados anteriormente coletados. Se na realidade essa marca não for atingida, sem dúvida o será, no próximo ano.
Um relatório publicado pela mesma Agência em março de 2004 apontava que a população mundial havia atingido a marca de 6 bilhões de habitantes em junho de 1999. "Esse número é cerca de 3,5 vezes maior do que a população mundial no início do século XX e que a grosso modo, dobrou em 1960", informa o estudo.
Mesmo se considerarmos que a população global levou 12 anos para crescer de 5 para 6 bilhões, esse período de tempo foi o intervalo mais curto, se comparado com os outros, para alcançar os bilhões anteriores.
O que preocupa não é que hoje a população da Terra seja cerca de 4 vezes maior do que a existente em 1900 e sim que a produção de alimentos nesse período não acompanhou o vertiginoso crescimento demográfico.
Muitos anos atrás, o ex-Secretário de Defesa americano Robert S. McNamara, afirmava algo parecido com "Enquanto a população mundial cresce exponencialmente, a produção de alimentos cresce linearmente."
Não existe tecnologia, interesse político das nações do primeiro mundo ou qualquer derivativo mágico que faça frente a limitação dos recursos alimentícios que podem ser obtidos no planeta, que os mais otimistas acreditam serem capazes de prover sustento somente para uns 4 bilhões de habitantes.
Que triste fim espera os atuais mais de 2 bilhões de seres excedentes?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Planeta lixo


“O planeta Terra, atualmente, possui uma população que atinge a marca de 6,8 bilhões de pessoas. E esse enorme contingente humano terá que procurar sobrevivência em um mundo em que a deterioração do meio ambiente é um fato presente e uma realidade dolorosa. A degradação da condição humana é constatada, sobretudo, nas grandes cidades.
Estará o ser humano do terceiro milênio, da era da modernidade, preparado para o desafio de resolver os desequilíbrios ambientais e assegurar uma qualidade mínima de vida? Estará ele capacitado para realizar tarefas aparentemente simples como a de dar destinação adequada ao lixo produzido por todos os cantos do mundo?
A administração do lixo já é hoje uma das grandes preocupações na organização urbana. As instituições e entidades ambientalistas têm divulgado números astronômicos sobre o assunto. De acordo com os dados mais frequentemente utilizados, só nos Estados Unidos, cada pessoa gera dois quilos de lixo por dia, alcançando um total anual de 190 trilhões de quilos. No Brasil, cada pessoa gera, em média, um quilo de lixo por dia. Por ano, são produzido 55 trilhões de quilos.
Desde o surgimento da escrita o homem registra as mudanças do clima. Não raras vezes foram encontradas indicações gráficas de enchentes, furacões, chuvas torrenciais, secas e outras variações climáticas. Em tese, todos acontecimentos naturais do globo, que mantém a biodiversidade e os ecossistemas do planeta.
Acontece que, com a modernização e evolução da tecnologia nos mais variados campos da ciência, a devastação da Terra vem acentuando de forma imensurável tais ocorrências, causando milhões de mortes de seres humanos.
Parece demagogia. Mas não é. Basta lembrarmos da Tsuname que de uma vez só matou mais de 400 mil pessoas. Sendo assim, é mais do que pertinente nos preocuparmos também com os resíduos que produzimos.
Para onde vai toda essa sujeira? Na maioria das vezes, para água. Do que adianta termos um dos maiores aqüíferos do mundo se ele estiver poluído?
Pensemos nas seguintes questões. Para onde vão todas as sacolas plásticas que recebemos ao sair do mercado? Para onde vai à água do vaso sanitário? Da torneira? Você pensa que a água é um bem renovável? Alguma vez você já refletiu em economizar água? Produzir menos lixo?
Está na hora de pensar. O ser humano já fez guerra por petróleo. Em um futuro próximo, também fará pela água. Lembre-se dos seus filhos, pois a terra logo deixará de ser o planeta água e graças a nós, será o planeta lixo.”

domingo, 6 de dezembro de 2009

Depois da morte (Alcindo Gonçalves)


A morte é triste e trágica. Viver a doença e o agravamento das condições físicas de alguém próximo é difícil e doloroso. Pode-se dizer, como consolo, que é um processo normal e inevitável, do qual quase ninguém escapa. Mas não diminui o sofrimento nem torna a situação mais tranquila ou indiferente.
Até que um dia a morte chega. Para alguns, transcorre um longo tempo até o desenlace, passado entre dores, cuidados, hospitais, UTIs. Em outros casos, é mais rápido: em algumas situações até demais, quando a morte vem de modo súbito e inesperado.
Quem morre, descansa. Isso é repetido desde que o mundo é mundo, sendo talvez o jargão mais conhecido da história. O nosso ente querido está livre dos padecimentos e das agruras da vida, e segue em frente rumo à eternidade.
Mas para quem fica começa um longo calvário. Logo após a notícia, deve ser obtido o atestado de óbito com o médico, e, se a morte ocorreu num hospital, é preciso enfrentar a administração e a burocracia para os primeiros procedimentos. Em seguida, sempre pressionado pelo tempo (e pela emoção forte do momento), ir a um serviço funerário. Não importam os dias e horários – final de semana, madrugada – e lá estará alguém à sua espera, nem sempre com o melhor dos humores e delicadeza.
Outro ritual se inicia. Primeiro, conferir documentos – é claro que faltará algum, ou o atestado de óbito terá algum erro, exigindo que se volte ao médico ou hospital. Depois, será preciso fazer escolhas sobre os detalhes do funeral: flores, salas de velório, e o pior: visitar um show-room para a escolha do caixão que será utilizado.
O corpo será preparado – e algumas horas passarão – e você deverá estar ali, à espera, para conferir o trabalho realizado. Há ainda os preparativos no cemitério, que envolvem quase sempre a exumação do corpo de alguém da família, serviço que deve ser acompanhado pessoalmente (não sei que norma ou regulamento faz essa exigência).
Começa, então, o velório. Estamos cansados, esgotados, sofridos, mas temos que estar ali, firmes e fortes, para receber os cumprimentos e condolências, viver a despedida final e acompanhar o transporte do caixão e o enterro propriamente dito.
Mas o pós-morte não tem apenas esse dia (e noite) difícil. Passado o impacto, começa o drama do inventário se o falecido deixou bens. Não importa que seja um pequeno apartamento, um carro velho, ou uma diminuta conta bancária. Há prazo legal para que isso seja feito, e a via-crucis em busca de documentos vai tomar seu tempo e suas energias por algumas semanas.
São necessárias novas certidões de casamento e nascimento de herdeiros (que custam caro, é claro), várias cópias xerox autenticadas. Você deverá ter um advogado, mesmo que o processo seja feito num cartório (de maneira mais simplificada, diz-se). E gastos, trabalhos, tempo que deverá ser perdido. Paga-se o imposto (4% sobre tudo que compõe a herança). Em suma: a despesa final vai passar, fácil de 10% de tudo o que vier. E se voe não tiver o dinheiro na hora?
Se há um carro envolvido e você pretende simplesmente vendê-lo (o que a maioria deve fazer), prepare-se para o pior. Além de aguardar a conclusão do inventário, você deverá transferir o documento para o nome dos herdeiros, um procedimento que exige agora a “vistoria obrigatória”, mais o trabalho do despachante. Mais R$ 300,00 de gastos, para ser dono do carro às vezes por algumas horas e transferi-lo imediatamente.
Em suma: tudo complicado. Não está mais do que na hora da sociedade e do Estado simplificarem tudo isso, e reduzir os gastos e trabalhos de todos nós?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Esse Eça!

Não sabia que o ilustre autor de Primo Basílio, a Relíquia, a Cidade e as Serras, e tantas outra obras literárias preciosas que escreveu, tinha escrito também essa frase:


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Hábitos inadequados


"Hábito é uma disposição adquirida pela repetição frequente. Entre os mais variados, podemos ressaltar os hábitos comportamentais que podem ser inadequados a ponto de comprometer a harmonia e a integração em qualquer ambiente. O comportamento autoritário pode criar filhos submissos e inseguros, o que os tornará adultos fragilizados emocionalmente, sem condições de enfrentar os prováveis desafios que a vida oferece. O comportamento indeciso, além de não estimular confiança em ninguém, impede a ascensão profissional, assim como limita a possibilidade de crescimento pessoal. O comportamento ansioso gera instabilidade e confusão no ambiente, tornando as pessoas nervosas. Sem deixar de mencionar o comportamento crítico, o depressivo, o mal humorado, o arrogante, que podem causar sérios prejuízos também dentro de uma empresa. Estes são alguns dos hábitos inadequados que fazem com que essas pessoas se sintam cada vez mais sozinhas, cada vez mais isoladas, sem entenderem o motivo de tal isolamento. Para mudar um hábito, comece a observar-se. Perceba qual é a reação que o seu comportamento causa nas pessoas. Você pode estar se afastando de pessoas queridas por falta de observação. Sentir-se o dono da verdade pode torná-lo arrogante. Jamais se esqueça que você só tem o direito de olhar uma pessoa de cima se for para ajudá-la a levantar-se."

domingo, 29 de novembro de 2009

Dar a palavra

Foi-se o tempo em que bastava dar a palavra para se firmar um contrato e estabelecer obrigações. As pessoas tinham, então, dizia-se, caráter. Atualmente, aceita-se que somos o país da impunidade, no qual abundam os corruptos e os “picaretas”. Quando as pessoas deixam de ser corretas, deteriora-se a relação entre elas, a vida vira anarquia e todos procuram apenas, egoisticamente, levar vantagem em tudo. A Bíblia garante que a pessoa honesta é abençoada por Deus. A falsa é abominada.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Árvores: um inimigo


Qualquer pessoa que tenha a preocupação com o meio ambiente pode muito bem saber, analisando uma cidade, que ela tem um incômodo inimigo: árvores. Prédios, casas sobrepostas ou comércios surgem onde existia residências com quintais e as vítimas são as árvores. Praças são “urbanizadas”, vagas de estacionamento para veículos são criadas, ruas são abertas, e as vítimas são as árvores. Planta-se espécies inadequadas, do lado errado da rua, sem qualquer planejamento, poda-se sem técnica e sem cuidado, pede-se remoções de árvores, impede-se que novas sejam plantadas, afoga-se as que restam com cimento e as vítimas, novamente, são as árvores. Pior: depreda-se, fere-se, mata-se.
Árvores, parece, são contra o progresso, contra a fiação, contra as calçadas e os carros, contra a própria vida urbana.
E não é só nas cidades. Nós temos, no Brasil, a Amazônia a maior floresta do mundo (ainda) e na Mata Atlântica uma das florestas mais biodiversas do planeta, sendo que a Amazônia é tão atacada e devastada que chegamos a festejar o mês em que a agressão e o devastamento é menor e da Mata Atlântica só restam ilhas em áreas de serra.
Parecemos ser inimigos de nós próprios, pois o absurdo desmatamento das áreas de mananciais diminui a água potável, essencial às nossas vidas, a extinção das matas ciliares (toda a vegetação que fica na beira dos rios) assoreia rios (ficam rasos, causando a morte dos peixes) e córregos, desalojando e matando com as enchentes.
Também com a desarborização das cidades mostramo-nos inimigos de nós mesmos. Cercados de cimento e asfalto, vestindo tudo de cinza e preto, diminuímos a permeabilidade do solo e sobrecarregamos os sistemas de drenagem, aumentamos drasticamente a temperatura dos ambientes, das cidades, do planeta. Inviabilizamos passarinhos, desnaturamos a vida, desvirtuamos ainda mais a política, já que os representantes que elegemos nada fazem e não possuem visão de futuro.
Quantos projetos de planejamento técnico para a arborização urbana já foram apresentados para que tenhamos uma cidade mais fresca e mais bonita? Esse é um problema que, decisivamente, deveríamos lutar para ter. Mas só quando tomarmos uma decisão pela vida.
O verde viabiliza, ameniza, pacifica a vida. Tratar com carinho, plantar árvores, planejar casas, ruas e cidades para gerarmos mais lugares de plantio é acarinhar a nós mesmos. Tire o cimento do seu quintal, abra novamente sua calçada, sua área comum, sua vida para o verde. Peça a seu vizinho, ao seu parente, ao seu patrão e à Prefeitura que plantem.
Contra a falta de alegria, árvores.
Contra a falta de água, árvores.
Contra a falta de ar, árvores.
Contra a falta de árvores, consciência e cidadania.
Desmatar é matar um país chamado árvore, e o Brasil está em extinção. Aos cidadãos, funcionários, políticos, administradores e planejadores urbanos, uma certeza: árvore é a planta de uma cidade de beleza, paz e harmonia.
(baseado em “Um país chamado Árvore”, texto de Maurício de Araújo Zomignani)

domingo, 22 de novembro de 2009

Prática escravista


“A verdadeira prática escravista acabou no mundo?
Não. A pior prática de escravismo sempre existiu, ela apenas cria outras formas de manifestação ao longo do tempo em toda a história da civilização. Hoje ela assume a forma de escravidão de domínio mental, mais do que ocorreu em toda a história passada, onde já era presente, entretanto, os meios de comunicação eram bem escassos, ao contrário de um mundo moderno recheado de mídias de comunicação como rádio, televisão, jornais, revistas e internet.
O ser humano nunca foi racista. Explico, não se gosta ou se deixa de gostar de alguém por causa da cor da pele, mas por aportes culturais de natureza mental que identificam o que ele enseja ser feio e o que ele deseja ser belo.
O melhor exemplo que podemos citar é a fábula do patinho feio. Por que foi discriminado? Simplesmente porque foi considerado feio, e depois foi aceito por quê? Porque se tornou o mais belo. É simples, mas difícil de ser aceito em razão dos aportes culturais enraizados nas sociedades.
Também não podia ser diferente, com tanta propaganda, com tanta mídia martelando diariamente, torna-se difícil ao indivíduo o reconhecimento de seus próprios sectarismos pessoais.
Nunca houve um numero tão grande de escravos mentais como nos tempos atuais. Praticamente toda a população é escrava e pratica o escravismo com outros seres humanos.
A principal motivação continua sendo econômica, mas esconde outras raízes mais profundas que simplesmente não podem ser resolvidas de imediato, num desenvolvimento que ainda consumirá várias gerações.
Mas a escravidão econômica a estes níveis é intolerável posto que acentua cada vez mais o domínio de uns sobre os outros numa crescente involutiva que somente terá fim em acontecimentos caóticos, como os que estamos observando atualmente.
Para melhorar, na maioria das vezes na história, tudo tem de piorar ao máximo, sim, é verdade, mas é necessário que pelo menos uma parcela considerável da população esteja atenta e consciente do que está acontecendo e fora do domínio escravocrata econômico que resulta em culturas irreais, embora que estas se revistam de trajes bem racionais e reais.
Se estes modelos sócio-culturais-econômicos fossem realmente bons não estaríamos nestes vários becos no caminhar das sociedades.
Intoleramos demais nas culturas ocidentais principalmente, e esta forma de discriminação é pessoal, do tipo, o mais pobre que eu pode ser o meu escravo, por isso deve ser tratado como meu sub-serviente ou um sub-ser humano, em retribuição ao que ele sofre no dia-a-dia com relação aos que estão acima na pirâmide da riqueza social.
O que se discrimina sempre é o mais feio, que é sempre o mais pobre e miserável nas diferentes conceituações de cada sociedade e não exatamente a pessoa de cor de pele diferente como o Obama e a Globeleza.
Essa coisa de salário mínimo no Brasil é outro parâmetro de exploração, porque se deve haver um salário mínimo, tão mínimo, é porque consideramos que existem seres mínimos também. Triste fim de Policarmo Quaresma.
Bem disse o Mestre: “Toda árvore que meu Pai não plantou, será arrancada pela raiz.”
Não viva este dia como o da abolição da escravatura, mas como o dia de sua libertação mental. Tente ao menos ser um escravo consciente de que é um escravo, este é o começo da verdadeira libertação dos aportes mentais.”
(Baseado em texto de Atama Moriya)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Homem Simbiótico (Atama Moriya)


O atual modelo social-econômico e filosófico de vida encontra-se em colapso. Mantido este “status quo” talvez não haja humanidade alguma dentro de poucas décadas, porque os poucos que restarem não saberão nem mesmo construir um computador.
Esta não é uma visão, nem mesmo é apocalíptica, embora “coincida” em muitas coisas, mas são conclusões baseadas em modelos que cientistas elaboraram e estão alertando para os limites de sobrevivência humana, apenas que entramos numa roda tão grande de vida que não conseguimos mais parar ou interromper a escalada, sem que para isto, consigamos nos unir e criar toda uma nova estrutura econômica no mundo inteiro e de uma só vez. Isto, eu concordo, é impossível, neste momento.
Creio mesmo que diante os dados colhidos ao longo de um século nos permitem avaliar e projetar que o atual modelo social e econômico que estrutura a nossa Civilização Humana chegou ao fim, ou está próximo dele.
Não pretendo aqui criar um tratado, pois as questões são por demais longas e detalhadas, entretanto, aos poucos vamos elaborando alguns textos que o leitor poderá trabalhar em outras pesquisas e juntar aos poucos os pontos, como por exemplo, “Os Desafios desta Humanidade” (http://atamamoriya.wordpress.com/tag/desafios-da-humanidade/ ).
Ao final cada um deve tirar suas próprias conclusões, se é que é possível dizer que há um final e que há conclusões a serem extraídas.
Somos hoje 6,5 bilhões de habitantes no Planeta, e matematicamente estamos consumindo todos os recursos naturais do Planeta. No processo de industrialização quanto mais produzimos e criamos bens que melhoram o bem-estar social dentro dos padrões de populações mais ricas de países desenvolvidos, maior será o consumo que cresce exponencialmente de matérias primas e outros insumos como energia.
Pelos cálculos atuais, em poucas décadas teremos praticamente esgotado vários minérios, como alumínio, zinco, cobre, teremos pouco carvão, pouco minério de ferro, sem contar que restará menos da metade das atuais reservas de petróleo.
Estamos reduzindo dramaticamente todas as florestas para ocupá-las com plantio de alimentos, cujas necessidades crescem de forma geométrica.
Estamos poluindo o ar queimando petróleo, carvão e outros combustíveis de forma louca e irresponsável e isto já está trazendo reflexos violentos causados pelo aquecimento global, cujas consequências todos continuam a minimizar ou os atuais dirigentes e formadores de opinião realmente acreditam que diminuir rapidamente alguns bilhões da população mundial de maneira brusca será benéfica. Não sei, não dá para saber o que pensam de verdade.
As fontes de água doce estão sendo todas contaminadas, o mar está sendo poluído de maneira brutal, os peixes do mar estão tendo suas populações reduzidas a 20% do que havia no inicio do século passado. Mais algumas poucas décadas muitas espécies terão desaparecido quase por completo e teremos destruído todo o equilíbrio do eco-sistema marítimo.
Com todo o desequilíbrio que estamos provocando na natureza, com secas, chuvas, furacões, poluições em rios e mar, poluições atmosféricas, e toda a sorte de desgraças que se seguirão, outras gravíssimas acontecem em função desta quebra de vida planetária, que são doenças que podem surgir a qualquer momento, algumas já conhecidas e outras totalmente novas.
Qualquer um destes fatores por si só são absolutamente graves a ponto de representarem mesmo uma ameaça à sobrevivência do ser humano, e até mesmo a continuidade da civilização.
Quando observo tudo que acontece a nossa volta, fico imaginando ou ao menos tentando imaginar um outro sistema de vida, uma nova estrutura econômico-social, uma nova cultura ao homem, uma nova filosofia de vida, um novo modo de vida que priorizasse não a riqueza como objetivo principal, mas o bem-estar e o equilíbrio de tudo na natureza e com todos nesta humanidade, mas realmente não consigo ver como isto seria possível neste atual momento.
Seria necessário imaginar a existência de quase 100% de homens de boa-vontade para que pudéssemos implantar e criar novos rumos civilizatórios, todavia, não é esta a principal virtude humana e que domina a si mesmo.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cuidado com o Fermento!


"Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus" (Mateus 16:6). Quando Jesus ofereceu estas palavras de advertência aos Seus apóstolos, ele se apoiou em milhares de anos de significado simbólico da palavra "fermento". Quando entendemos o uso deste termo na Bíblia, podemos ver algumas aplicações da sua advertência, que é importante para nossos esforços ao servir a Deus.
O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: "Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" (1 Coríntios 5:6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.
Exatamente como os filhos de Deus no Velho Testamento tinham que oferecer sacrifícios ázimos (isto é, sem fermento) e puros, hoje Deus espera que nossos sacrifícios espirituais sejam livres de impurezas. Para ajudar-nos a apreciar este fato, Deus nos deu o exemplo do sacrifício perfeito e sem pecado oferecido por seu Filho. Os cristãos de hoje celebram a Ceia do Senhor com pão asmo, porque este foi o que Jesus usou na comunhão-modelo com seus apóstolos. Quando consideramos o simbolismo do fermento, fica aparente que nenhum outro tipo de pão pode ser satisfatório. Cristo foi nosso sacrifício ázimo, sem pecado (1 Coríntios 5:7-8). Temos que imitá-lo e também sermos verdadeiramente sem fermento (1 Coríntios 5:7).
Nossa sociedade é, infelizmente, cheia do fermento de imoralidade. A desonestidade, a cobiça e a sensualidade têm corrompido as vidas de inúmeras pessoas e ameaçam cada um de nós, todos os dias. Os jornais estão cheios de relatos da corrupção no Governo. As revistas e os filmes tiram lucro da exploração sexual. Os ensinamentos de Jesus nos chama para sermos luzes e para mudar este mundo escuro e corrompido (Mateus 5:14-16).
Porém, muitos que afirmam estarem seguindo Jesus ignoram esta determinação. Enquanto proclamam estão se atualizando com um mundo em mudança, algumas igrejas vão aprovando certas práticas claramente condenáveis, como o adultério (Lucas 16:18) e o comportamento homossexual. Onde Jesus exigia santidade, estas igrejas modernas a substituem por uma atitude tolerante que aceita, o câncer mortal do descaminho moral e encoraja a morte espiritual eterna. O fermento está agindo, corrompendo os justos.
A Importância de Ser Doutrinariamente sem Fermento O evangelho que Jesus revelou (através do trabalho do Espírito Santo), para guiar seus seguidores, era puro. Agora, depois de dois mil anos, ainda podemos apreciar a pureza e a simplicidade da doutrina que ele revelou no Novo Testamento. Mas muitas pessoas não se contentam em aderir a esta verdade pura e não fermentada. Séculos depois do trabalho de Jesus na terra, os homens começaram a misturar o evangelho com outros elementos, criando uma ímpia mistura de doutrinas corruptas. A palavra "sincretismo" descreve esta tentativa de misturar ideias que são contraditórias.
O desenvolvimento do catolicismo na Ásia e na Europa ilustra esta tendência perigosa. Quando o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano ficou mais fácil incorporar as falsas religiões à "nova" fé do que converter verdadeiramente os adoradores de ídolos. Uma ilustração clara deste fermento doutrinário ocorreu no ano 432. Em um concílio, em Éfeso, representantes de várias igrejas determinaram declarar que Maria era a Mãe de Deus. Nessa cidade, conhecida por sua adoração de uma divindade feminina, Maria foi "elevada" por um concílio humano a ser conhecida como a Mãe de Deus. Em vez de enfrentar diretamente o pecado de adorar Diana (como Paulo havia feito quatro séculos antes, veja Atos 19:26-29), este concílio adotou a adoração a Diana na prática da igreja, disfarçada de veneração a Maria. Com o passar do tempo, esta exaltação a Maria levou ao desenvolvimento de um completo sistema de crenças sobre a mãe de Jesus, sem qualquer fundamento bíblico. O fermento da falsa doutrina estava se espalhando.
O ambiente religioso do Brasil ilustra esta mesma tendência. A crença religiosa de muitos brasileiros é uma mistura de catolicismo, superstições tribais de índios nativos e ideias religiosas trazidas da África. Muitos dos "santos" honrados hoje nada mais são do que falsos deuses, aos quais foram dados nomes católicos e incorporados em um sistema confuso onde a distinção entre verdade e erro está apagada.
Nas décadas passadas, mais fermento foi espalhado por várias igrejas protestantes. Uma nação mundialmente conhecida pelo seu espiritismo tem muitas pessoas que acreditam em experiências subjetivas e rejeitam a ideia de que Deus revelou um padrão absoluto de verdade. O amplo crescimento do pentecostalismo é desenvolvido, parcialmente, sobre esta confusão. Supostos milagres ("trabalhos!") feitos pelos maus espíritos são substituídos pelos milagres que se dizem operados pelos pregadores. Satanás aparentemente cede seu lugar ao Espírito Santo, mas o que acontece mesmo é a expansão das doutrinas contraditórias. No Novo Testamento, o Espírito Santo deu poder a homens santos para realizarem maravilhosos milagres e confirmar a verdade do evangelho falado. Hoje em dia, dúzias de igrejas que ensinam doutrinas conflitantes dizem estar manifestando os sinais do céu! Paulo disse que devemos rejeitar tais novas e contraditórias mensagens e contentar-nos com as mensagens já reveladas 2000 anos atrás! Ele advertiu os Gálatas: "Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gálatas 1:9). É uma triste ironia que o Espírito da Verdade (João 14:17) tenha sido transformado no autor da confusão e da incerteza. O fermento do falso ensinamento continua se espalhando.
O entendimento desta tendência humana para corromper o que é bom e justo, nos auxiliará a encontrar nosso caminho na travessia da confusão dos erros humanos, e chegar à verdade revelada por Deus. Em cada encruzilhada temos que insistir na resposta à pergunta que Jesus fez aos chefes religiosos espalhadores do fermento, no seu tempo: ". . . do céu ou dos homens?" (veja Mateus 21:25). Com este teste, poderemos seguir a inspirada determinação de Paulo: ". . . julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda a forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). O fermento humano tem que ser rejeitado, quando nós seguimos "o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6).
(Baseado em texto de Dennis Allan)

sábado, 14 de novembro de 2009

Acorda Povo Brasileiro!!!


"O Senado, está uma bagunça e parece, organizada! Sarney, no alto de uma moral de quem foi Presidente do País, se sente inatingível, e o Senado, como um todo, parece que isso diz em coro. Os poucos, que falam contra, falam entre dentes, pois parece que pensar em atacar o "Coronel"Sarney, é algo que atacaria a instituição da República, ou algo parecido!
O Senado, da forma que corre a viola, ou tira Sarney, ou nada muda, nas arapucas de plantão, e todos nós sabemos que lá tem…e tem muito. O povo paga a conta, mas quem administra não está com a confiança deste mesmo povo.
Muda ano, e sai ano, e as coisas não mudam, neste País….
Estamos vivendo momentos difíceis, atrás de momentos difíceis, e nada muda.
Um contingente de “afortunados” mama nas tetas do governo, suga o dinheiro público, e parece que está tudo as mil maravilhas, desde que sobre grana para o Presidente voar pelo mundo, no Aero Lula e ver o País do alto!
Enquanto a nuvem de maus tratos ao poder paira, o Senado da República, ninguém percebe a máquina do PT fazendo gatos e lagartos com a política de certos municípios importantes, transformando prefeituras em reais cabides de empregos a petistas desempregados.
Estamos num País capitalista, onde o “Zé Povinho” passa fome…
Estamos no “país bolsa família”, que foi criado para tapar a fome com peneira e comprar favores para ganhar votos…
Estamos no “reino das águas escuras”, pois os das Águas Claras, era o de Lobato!
Cansado está o povo, que paga a conta, mas não vê o resultado!
Cansados estamos, de um Senado em inércia…Parado, a espera de um empurrão!!!
Cansado está o povo, dos 300 (atualmente, mais do que dobrou) picaretas de Brasília!!!! Cansado está o povo…. Cansado está o povo….
Um povo, que nem sequer lhe resta uma Une, para que vá à rua defendê-lo!
Cansado está o País, governado por um “presidente” que pensa mais nele mesmo, do que na população!
Cansado estamos de escutar nosso “Poder Maior”, falar que nada sabe, nada viu, e o País está em paz!!
O País, não está em paz! A nação, está sofrendo a olhos vistos, uma política feita nas coxas, sem critérios, sem horizontes dignos, e caminhando, a passos largos, para uma “ditadura partidária”, bem mais grave do que a ditadura conhecida até então! E o que faz a oposição?
Discute “sexo de anjos”, e não vê o nascer desta ditadura, feita de baixo, feita na calada dos municípios, montando a base de um estopim, que deve estourar em breve!
Se o povo brasileiro está adormecido, mais adormecida está a classe política que não enxerga que este governo, está se preparando para ser mais do que um simples partido, em breve! Olho vivo, senhores políticos e não políticos... A coisa é maior do que nós conseguimos enxergar!!!!"

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

De onde nascem nossos políticos


Uma pesquisa do Ibope, divulgada tempos atrás ( a pesquisa foi feita em janeiro/2006 e foram entrevistadas 2001 pessoas em todo o país), mostra que o eleitor brasileiro é tolerante com a corrupção. Os dados mostram que nada menos do que 69% dos eleitores admitem cometer pelo menos um tipo de ato ilícito entre 13 ilegalidades do cotidiano listadas pelo pesquisador. Pior, se tivessem oportunidade, 75% dos eleitores dizem que cometeriam ao menos um ato de corrupção entre 13 apresentados pelo instituto aos entrevistados.
Já 40% dos eleitores brasileiros disseram que, se fossem eleitos, escolheriam familiares ou pessoas conhecidas para cargos de confiança, 18% mudariam de partido em troca de dinheiro ou cargos, 18% contratariam sem licitação empresas de parentes para prestar serviços públicos e 31% aproveitariam viagens oficiais para lazer próprio ou de familiares.
Em situações do dia-a-dia, 14% dos eleitores admitem subornar alguém para se livrar de uma multa, 7% sonega impostos, e nada menos do que 55% compram cópias piratas ou falsificadas de produtos.

Conclusão: Eleitor brasileiro tolera corrupção

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Serviço de urgência


Uma das tentações humanas diante de Deus é o de querê-lo a serviço de nossas urgências que não passam, às vezes, de pequenas esquisitices. Quando não atendidas, ficamos, além de frustrados, arrogamos o direito de vituperá-lo. Nada mais impróprio e impertinente! Como se Deus fosse um criado sempre a postos para atender nossas precisões! Diante de Deus, somos pobres mendigos e não senhores, adoradores de sua santidade e não mandatários de suas graças. A Ele devemos louvar e não dar ordens.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"LULA NÃO TEM PUDOR"

Esse SENADOR Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) está de PARABÉNS! Eis o Discurso no Senado Federal, em 06/07/2009.
“A crise do Senado é gravíssima, seu desfecho é imprevisível, tudo pode acontecer.” Essas palavras iniciais, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não são minhas, fazem parte da nova cantilena adotada pelo Presidente Lula para, mais uma vez, distorcer a verdade em benefício próprio. Com esse discurso assustador, S. Exª procurou intimidar os Senadores do PT, que cometeram o sacrilégio de insurgirem-se contra o roteiro que havia estabelecido para o período eleitoral que se avizinha.
Como que ungido por uma força sobrenatural, o Presidente Lula planejou em detalhes todos os eventos políticos para os próximos meses, para que, ao final, eleja como sucessora na Presidência a sua candidata, a Ministra Dilma, de preferência de forma consagradora, não para ela, mas para si próprio.
Entre esses eventos que fazem parte do futuro idealizado por Lula, Sr. Presidente, consta em destaque o apoio do PMDB. Interessa a S. Exª o tempo de televisão, a grande estrutura partidária e o apoio congressual em um futuro governo. E me refiro a isso tudo em sentido amplo. Não importa ao Presidente respeito às leis ou à Constituição, muito menos consideração a quaisquer princípios éticos ou morais. Nosso Presidente não tem pudor algum; tudo fará para permanecer no poder, inclusive comprometer seus correligionários e destruir o que ainda resta de dignidade no Congresso Nacional, especialmente no Senado Federal. Não tem compromisso com nada e com ninguém, a não ser consigo mesmo. Deslumbrado pelo poder e pelos índices de aprovação de seu governo, considera-se acima das instituições. Partindo dessa análise megalomaníaca, na última semana, [Lula] decidiu resolver a crise que se abate sobre esta Casa. Uma ingerência sem limites, vista anteriormente apenas durante a ditadura militar. Interveio para impor a permanência do Presidente Sarney. Constrangendo e ameaçando seus próprios partidários, decidiu que, contra todos os fatos, irá impor sua vontade imperial, sustentando um Presidente do Senado que não tem apoio interno para permanecer no cargo, um presidente que se transformou em uma rara unanimidade negativa frente à opinião pública. Ainda assim, como intuiu que o afastamento pode frustrar seu projeto, vai impor ao Senado e ao Brasil a permanência de Sarney.
Lula tem razão quando diz que a crise do Senado é gravíssima, mas distorce a realidade ao afirmar que o desfecho é imprevisível. A solução natural para que iniciemos uma completa reforma desta Casa é o afastamento do Presidente Sarney.
O momento posterior a esse fato é inteiramente previsível. O Vice-Presidente do Senado, Senador Marconi Perillo, irá convocar nova eleição. O PMDB irá indicar, entre os membros da sua bancada, aquele que melhor represente a continuidade do projeto de poder do Presidente da República e da parcela do PMDB que dá sustentação ao governo no Senado da República. E esse candidato será eleito – ou alguém duvida da capacidade de convencimento do onipresente Senador Renan Calheiros. Eis aí o desfecho para esta crise. Tudo ocorrerá na mais tranquila ordem e dentro de toda previsibilidade.
A imprevisibilidade aludida pelo Presidente Lula não diz respeito ao Senado da República mas sim ao seu projeto pessoal de continuidade. Sua Excelência teme perder o domínio sobre a Bancada do PMDB no Senado – ameaça que, de forma sutil, foi levada por seus interlocutores.
Este é o quadro: um Presidente da República que pensa única e exclusivamente em si mesmo e que subjugou, de maneira vexatória, seus companheiros; os Senadores do PT, que, majoritariamente, decidiram pelo afastamento do Presidente Sarney e tiveram de voltar atrás, e, finalmente, o PMDB – ou aquilo em que se transformou o partido de Ulisses Guimarães – mais preocupado em manter privilégios do que enfrentar os reais problemas de nosso país. Hoje, o Senado, instituição centenária, é submetido aos ditames desses grupos.
O que podemos fazer, Sr. Presidente Mão Santa?
1) Chamar à razão o Presidente Sarney – que, de maneira recorrente, valoriza sua biografia, sua condição de estadista – e fazê-lo ver que está destruindo a si mesmo e a esta Casa;
2) Persuadir os Senadores do PT – ou pelo menos os que ainda guardam alguma identidade com os princípios éticos que defendiam num passado recente – a reafirmar a decisão da bancada pelo afastamento do Presidente da Casa;
3) Quanto à bancada do PMDB, não tenho ilusões; não há apelo que suplante os interesses individuais dos nossos Senadores, e V. Exª sabe disso.
Tenho horror a exercer o papel de paradigma da moralidade; não me agrada quando tentam impingir a mim essa função. Não sou diferente de ninguém e tenho como princípio não julgar quem quer que seja. Mas, a atual crise impõe uma tomada de posição, e a minha é estar ao lado daqueles que defendem o afastamento imediato do Presidente desta Casa, para que possamos voltar a desempenhar o papel institucional para o qual fomos eleitos.
Não vai aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, qualquer questão pessoal em relação ao Presidente Sarney. Ressalto esse ponto, pois a cultura que se criou nesta Casa a partir do episódio que envolveu o Senador Renan Calheiros é de que críticas de cunho político são invariavelmente transferidas para o campo pessoal.
Qualquer reforma administrativa no Senado só poderá ser realizada se tiver o mínimo de apoio da opinião pública e essa condição só será atingida a partir do afastamento do Presidente Sarney. S. Exª infelizmente personifica, para boa parte da mídia e da opinião pública, todas as distorções que ocorreram nos últimos 15 anos.
O Senado vai mudar, vai mudar porque essa mudança é uma exigência da sociedade, vai mudar porque esse é o desejo da maioria dos Senadores, vai mudar pelas mãos de inúmeros servidores desta Casa que querem vê-la valorizada e respeitada. Infelizmente, essa mudança, que ocorreria cedo ou tarde, de maneira natural, será concretizada agora, em meio a uma crise. Mas ela é inexorável, pois é a sociedade que está mudando.
O Presidente Lula está na contramão da sociedade. Seus altos índices de aprovação devem-se aos inegáveis avanços sociais e econômicos que o Brasil alcançou nos últimos 15 anos a partir do Plano Real, quando vencemos, definitiva e competentemente, a inflação. O Presidente confunde seu governo com sua pessoa. O Presidente, presunçoso, acha que sua popularidade lhe dá o direito de julgar condutas. Absolveu os mensaleiros e os companheiros criminosos que forjaram dossiês eleitorais. Entende que todos aqueles que contribuem para o seu objetivo de poder estão acima da lei.
A sociedade a tudo isso assiste, inconformada em ver valores tão caros a ela, como a ética e honestidade, serem repetidamente desconsiderados por seu Presidente. Lula precisa saber que para tudo há um limite. Os segmentos sociais mais independentes já começam a discernir o que é bravata e o que é dissimulação.
É hora de refluir, de rever condutas. Não é mais possível aceitarmos esse patrimonialismo antiquado, esse fisiologismo que, de tão incentivado, convive amistosamente com a corrupção. Precisamos dar um basta a isso tudo, a começar pela cobrança de uma nova postura do Presidente da República, o verdadeiro responsável pelo lamentável nível da atual composição do Congresso Nacional.
Ao enquadrar a Bancada do PT no Senado e interferir de maneira despudorada em outro Poder da República, o Presidente Lula encerra de vez o sonho daqueles que o elegeram acreditando em um País mais justo.”

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Circo e o Congresso

Não pensem que este artigo foi escrito agora em 2009. É simplesmente impressionante o quão atual é este artigo escrito pelo Millôr e publicado há mais de duas décadas (1985) sobre o Congresso Nacional, comparando-o com o circo e seus profissionais (palhaço, mágico, domador..). Já ouvi dizer que a moda é cíclica, mas a partir de agora, também sei que a corrupção é circular e viciosa!


domingo, 1 de novembro de 2009

Diálogo e Entendimento


Ainda com pouca idade, aprendemos a usar esta palavra e, daí para a frente, ela nos acompanha pelo resto da vida. Na escola fundamental, dizemos que nossos professores (com raras exceções) não permitem um diálogo e, em casa, da mesma forma, nossos pais (também com raras exceções) não sabem estabelecer um diálogo conosco para entender melhor nossos terríveis problemas.
Adolescentes, enfrentamos nossas agudas crises amorosas reclamando que aquela garota linda e maravilhosa não quer nenhum diálogo com a gente. Agora, aquela outra feiosinha de óculos é vidrada num papo altamente intelectual. Depois, quando casamos, muitas vezes a coisa não dá certo e lá vem a mesma explicação: com a Jandira nunca houve diálogo! Se geramos filhos, um novo ciclo se inicia. E lá vem a falta de diálogo outra vez! Mas, afinal, o que precisamos para viabilizar um diálogo?
Se partirmos da premissa de que dialogar significa manter entendimento, estabelecer comunicação com vista à solução de problemas comuns entre pessoas (Aurélio), fica claro que, ao falarmos de diálogo, sempre estaremos falando de estabelecer um vínculo interpessoal.
Entretanto, um vínculo interpessoal só nasce e se consolida quando baseado em atitudes de respeito mútuo de compreensão do direito que cada indivíduo tem de pensar e sentir diferentemente dos demais.
Quando nos esquecemos disso nos tornamos incapazes de estabelecer qualquer diálogo. Dialogar pressupõe possibilidades de dissenso e de consenso. A falta de consenso não precisa significar ruptura de relações ou afastamento das pessoas. Temos a necessidade natural da comunicação, queremos que as outras pessoas se comuniquem conosco mas temos sérias dificuldades em manejar nossas relações interpessoais. Geralmente achamos que estamos fazendo o melhor nessa área o que nos leva a um desequilíbrio entre a nossa necessidade de comunicação e os meios que utilizamos para isso.
Nelson Pilosof, filósofo, jornalista e pensador uruguaio escreveu que diferenças ideológicas, num contexto de falta de diálogo, conduzem quase sempre ao confronto porque as idéias passam a funcionar como abismos que distanciam e não como pontes que aproximam. Desta forma, o que era colega ou parceiro pode passar a ser adversário ou mesmo inimigo.
Qual é o objetivo por trás de uma campanha ideológica? Que as demais pessoas adotem a ideologia em campanha. Mas isso jamais será conseguido pela imposição pois esta não é capaz de convencer, de gerar adesão. Pelo contrário, a imposição gera a resistência, como mostra a nossa própria história. Normalmente, o que gera a adesão de pessoas a partidos ou grupos políticos ou mesmo a simples idéias, condutas ou comportamentos é a persuasão e é este o caminho usado em quase todas as campanhas políticas ou ideológicas e nas ações visando mudar atitudes ou comportamentos. Adesão poucas vezes significa entendimento genuíno e franco. Pode significar desistência, entrega, capitulação, sujeição, rendição. Nem sempre adesão quer dizer convencimento.
O entendimento genuíno e franco por qualquer pessoa ou qualquer comunidade se alicerça tão somente na convivência aberta, onde não há predomínio desta ou daquela concepção mas um equilíbrio racional entre uma pluralidade de concepções, de perspectivas, de pontos de vista. O entendimento só acontece quando as pessoas têm a oportunidade de se comunicar abertamente, sem qualquer policiamento, sem censuras, quando todos ouvem e todos podem falar, mesmo que não tenham muito a dizer.
(Arnaldo Pereira Ribeiro)

sábado, 31 de outubro de 2009

Você realmente conhece a importância da “água”?

Vivemos tão atarefados conosco mesmo que passa desapercebido muitas questões importantíssimas do próprio ser humano, seu físico, seus desenvolvimento, suas características, o funcionamento dos órgãos, e tantas outras colocações sobre o próprio homem e sua existência, sua origem e seus destinos.
As civilizações e as culturas sociais forçaram o homem a buscar fora de si, nas coisas exteriores, a sua realização pessoal, a satisfação de seus psiquismos e a resposta de todas as inquietações pessoais, desde alegrias até os seus próprios fracassos como se o homem realmente possa ser medido e dimensionado externamente.
Ao buscar tanto a sua complementaridade do lado de fora de si mesmo, o homem cada vez mais foi perdendo a sua verdadeira identidade que tem origem não aqui na Terra, mas de uma substância máter, ou matéria primordial ou do que chamamos também de “o grande oceano” que não teve inicio ou mesmo terá fim.
Logo, estarei escrevendo sobre o homem simbiótico, mas este assunto é tão grande, vasto, que fico imaginando uma forma simplificada de expor a questão sem ter que descer às minúcias e detalhes que tornaria difícil e demorado o entendimento.
Assim, creio eu que melhor colocar algumas questões em textos já escritos e passados por pesquisadores anteriormente, para que concatenando alguns pontos apenas, possam todos ter uma idéia macro, mesmo que ainda assim incompleta, sobre as principais interligações do ser humano, seja físico ou espiritual, como desejam sempre separar nas culturas, mas que serve para o entendimento mais primário traçar os primeiros passos.
Sem dúvida nenhuma a ciência que é a uma base importante para o desenvolvimento e evolução do homem tem realizado experimentos e descobertas incríveis e extraordinárias nas ultimas cinco décadas, a despeito do endurecimento humano comum neste mesmo período. Mas uma nova luz, ou luzes sempre devem ser acrescidas para que este homem atual possa acrescentar em sua mente, posto que a evolução em si não é um processo automático, mas depende em grande parte do que nós mesmos fazemos por aqui.
O próprio homem é o seu limite, afinal, ele mesmo se limita em vida acreditando apenas no que “acha” que é verdadeiro e real, e nesta medida, sua mente não pode avançar.
Seja física ou espiritualmente só se vai a lugares e pontos mais elevados que cada um pode ao menos imaginar, e imagem que se pode formar mentalmente é a forma que limita o homem. Não creio mesmo que mentalmente haja limites para o indivíduo, mas há limites que o indivíduo impõe a si mesmo, daí porque somente alguns conseguem vislumbrar equações da matemática, da física, da música, das filosofias, mesmo que sejam somente abstratas e mentais.
É por esta razão das limitações das mentes que se diz, os sábios, que o homem é um ser ignorante, mas não neste sentido pejorativo, mas no sentido de que ele realmente “ignora” tudo aquilo que ele ainda não conhece e faz questão que assim continue.
Ignorar é limitar os seus próprios pensamentos, e assim fazendo, deixa de haver evolução no sentido mais amplo.
Tudo está sempre em evolução, como ensina o esoterismo, e também a ciência, mas individualmente nem todos estão evoluindo. Se de um lado tivemos como exemplo Einstein lendo e estudando os compêndios “A Doutrina Secreta” de HPB e mesmo que tenha afirmado que não conseguia compreender muito do relativismo ali descrito, reputou a obra como realmente grandiosa e foi além ao freqüentar estudos místicos com Yogananda nos EUA por alguns anos, ocasião em que conheceu e conviveu com um extraordinário teólogo brasileiro, Huberto Rohden, que o chegou a descrevê-lo em uma de suas obras. De outro lado temos o homem “ignorante” que não faz nenhum esforço para compreender os grandes mistérios da vida e do Universo, de Deus ou o Criador.
Tanto faz quem só crê no Criacionismo ou somente no Evolucionismo, tudo está em marcha constante para frente e para o alto, apenas muitos homens com seus limites mentais se colocam para trás e para baixo o tempo todo, moldados por uma anti-cultura limitativa.
Separar o homem, sua vida em duas partes, sendo uma a origem mística e espiritual de outra parte como sendo a sua vida material é uma das anti-culturas mais limitadoras de uma grande compreensão e evolução.
Não posso ainda compreender como se pretende evoluir as civilizações sem que antes o homem conheça mais profundamente as suas próprias origens e destinos, suas ligações e inter-dependências cósmicas, sua verdadeira natureza evolutiva e seus verdadeiros destinos cósmicos.
Por sua ignorância divina o homem atual tende a “involuir” e a demonstração clara está na sua forma atual de viver, com incongruências extremadas, com guerras econômicas, com a destruição da natureza, com o consumo e esgotamento de todos os recursos naturais, com a poluição ocasionada pela super-industrialização e mesmo assim incentivando as populações para maior crescimento do consumo.
Se neste momento a civilização é “ignorante” em todos os sentidos mais abstratos, então resta esperarmos que a ciência promova a abertura das mentes, já que ela como elemento de estudo e base aceita hoje como material é a única possível de impedir a auto-destruição humana.
No mais, nem que Jesus, O Cristo, surgisse de novo para nos alertar, os homens nem sequer dariam o seu reconhecimento, e estariam mesmo mais preocupados com as oscilações das bolsas de valores.
A seguir segue um texto publicado na net e extraído de um livro escrito há mais de trinta anos atrás. Veja que nada é novo, apenas que preferimos sempre “ignorar” pois achamos que está além dos nossos limites mentais e que isto não terá qualquer influência em nossas vidas.
Ignorância e tolice é uma combinação mortal, como veremos num futuro breve.
Tenho sempre enfatizado que estamos ligados a tudo e a todos, como, aliás, está escrito no testamento cristão e com outras palavras em todas as religiões:
“Do pó viestes e ao pó retornarás”
A água é um dos quatro elementos básicos que dão sustentação a toda a vida no Planeta, e o próprio homem é constituído quase que totalmente de água. Conhecer e estudar a natureza da água e suas moléculas é uma base importantíssima para que a civilização possa prosseguir convivendo no Planeta em simbiose com todos os demais reinos.
( Atama Moriya)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Motoqueiros


Rua movimentada. Trânsito parado em razão de um semáforo fechado. Vários carros enfileirados à espera da abertura do sinal. De repente, ouve-se uma buzina estridente à retaguarda. Não é possível identificar bem a origem. Pode ser uma ambulância aflita, ou alguém tentando chamar a atenção de algum conhecido?
Nada disso. O semáforo abre, os automóveis seguem. E eis que, súbito, surge uma moto a ultrapassar os veículos pela direita. O motoqueiro, colérico e enraivecido, grita, xinga, faz um gesto obsceno. O motorista, é claro, é a vítima, o responsável, o destinatário da fúria.
Num primeiro momento o motorista leva um susto. Fica sem ação, a pensar no que teria ele feito para provocar tal atitude. Às vezes, de fato, por distração, existe descuido ou imperícia no trânsito. Poderia ter sido este o caso? Analisando a situação acima: afinal, que poderia ter sido feito, o motorista cercado de carros por todos os lados, com um semáforo fechado à frente? Mover-se sobre a guia lateral, numa manobra que apenas se justificaria se atrás estivesse um carro de polícia ou ambulância?
Não, definitivamente, não há culpa alguma. É para concluir que o motoqueiro é um idiota, um cretino. Mas ele passa rápido e não existe tempo para revidar os xingamentos. Na verdade, talvez não se deve mesmo fazer isso: o tempo das disputas e ataques pertence ao faroeste, e não ao nosso civilizado século XXI.
Este fato não ocorre uma única vez, mas várias vezes. Quem dirige automóvel pode testemunhar a respeito, e contar histórias semelhantes, ou muito piores e mais graves. A princípio, vamos ser justos: não são só os motoqueiros que assim agem. Há motoristas de belos carros, inclusive do sexo feminino, que seguem pelas ruas e avenidas histéricos e agitados, a cortar, a costurar e a bradar contra os outros que os impedem de praticar toda sorte de absurdos.
Afinal de contas, o que se passa com as pessoas no trânsito das grandes cidades? Ao volante sentem-se poderosas e capazes de tudo. Exercitam seu poder, indiferentes às regras, aos outros. O estresse causado pelos congestionamentos agrava ainda mais a irritação diária. E o resultado é a agressividade constante, os palavrões e gestos como rotina nas vias públicas.
Convenhamos, porém, que os motoqueiros abusam mesmo. Não vou generalizar para evitar injustiças. Certamente há motos que, disciplinadas e ordeiras, respeitam as leis de trânsito. Seriam então os motoboys, aqueles que vivem de entregas rápidas, pressionados por horários e patrões, tendo que cumprir jornadas estafantes, os únicos responsáveis por esse quadro?
Não creio. O idiota que xinga na maioria das vezes não é um motoboy. Ao contrário, às vezes está sobre uma moto reluzente, de última geração. Mas sente-se o dono da rua, o dono do mundo. No banco de sua máquina, é o todo poderoso: nada pode ou deve detê-lo. O que fazer, então? Resignar-se esta horda de gente incivil, responsável por toda sorte de acidentes, nos quais eles acabam por ser tragicamente e parte mais frágil?
Eis aí um bom problema para nossas autoridades de trânsito, que precisa ser enfrentado. As motos são modernas, ótimas e práticas, e devem existir. Mas não à margem da lei, como muitas fazem hoje.
(Baseado em texto de Alcindo Gonçalves)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Invenção demoníaca (Dráuzio Varella)


"Desconfio que Satanás inventou o e-mail só para me infernizar. Desde que caí nessa armadilha criada pelo Maligno com o objetivo precípuo de transformar minha existência num vale de dívidas eternas, vivo sufocado pelas mensagens que chegam feito nuvens de gafanhotos.
Anos atrás, embasbacado com essa ousadia da informática que jurava simplificar a rotina, acabar com cartas, selos, rolos de fax e com o tempo desperdiçado ao telefone, além de colocar em rede a humanidade inteira, atirei-me em seus braços com determinação.
Suportei com galhardia os dissabores das horas noturnas de trabalho extra anteriormente destinadas ao lazer e ao convívio familiar. O ganho de rendimento e a sensação de viver "online" com o mundo valiam o sacrifício.
Por meio do e-mail podia discutir os casos de meus pacientes, conversar com escritores, ter acesso a pessoas que jamais teria conhecido em outras circunstâncias e manter contato com amigos que não tenho tempo de ver.
Com o passar dos anos, o correio eletrônico melhorou a performance e acelerou meu ritmo de trabalho com tanta fúria que se tornou imprescindível. Com o celular no bolso e a tela do computador à frente eu me sentia Clark Kent pronto para virar Super-Homem, assim que a ocasião se apresentasse.
Como eu, milhões de incautos embarcaram de corpo e alma nessa trama do Coisa Ruim, e a popularização trouxe a banalização, sua companheira inseparável.
Basta um conhecido receber um desses malditos textos musicados ou uma gracinha qualquer, e você ter o infortúnio de fazer parte da lista de vítimas preferidas dele, pronto: é mais uma bobagem para ler, no meio dos assuntos sérios. Como não é fácil adivinhar o conteúdo do arquivo recebido sem abri-lo, você fica tamborilando na mesa enquanto aguarda aqueles bites inúteis se materializarem na tela.
E a publicidade que chega em massa com promessas incríveis, como as de aumentar o tamanho de seu pênis, de revitalizá-lo com medicamentos e aparelhos e de fazer da sua a mais feliz das mulheres.
A face mais cruel dessa praga escravocrata, entretanto, vem à tona quando alguém exclama com ar de contrariedade:
- Você não recebeu o meu e-mail?
Ao ouvir essa pergunta sou invadido pelas culpas somadas de todos os judeus que passaram pelo mundo, dos cristãos diante de Jesus crucificado e de todas as mulheres que tiveram filhos.Meu Deus, como pude deixar de ver o tal e-mail? Devo ser vagabundo, irresponsável e incapaz de acompanhar a velocidade dos dias modernos. Se meu pai voltasse à vida, morreria de vergonha.
No início, até que os atrasos para esvaziar minha caixa de entrada eram razoáveis: um assunto menos importante, uma resposta que podia esperar ou um recado que ficava dois ou três dias sem ser lido; nada que tomasse muito tempo para colocar em ordem.
Com o passar dos anos, no entanto, os tentáculos desse polvo eletrônico me enlaçaram até a asfixia. Minha caixa de entrada virou calamidade pública.
Na semana passada, trabalhei até tarde todos os dias. Chegar em casa às dez da noite, tomar banho, jantar e ir para o computador. Não é tarefa alvissareira para quem acorda às 6h.
Apesar de haver respondido algumas mensagens durante os dias da semana, domingo havia 128 à espreita para me enlouquecer. Respondi quase 40 e deixei as demais para os dias seguintes.
Não é fácil abrir o computador no meio da correria diária, mas imbuído dos melhores princípios cristãos fiz o que pude: consegui me livrar de 20 ou 30 por dia.Adiantou? É como navegar contra a maré em canoa furada: no fim de semana seguinte havia 132.
Por isso, quero pedir desculpas a meus credores; procurei ser bom filho, bom pai, bom marido e cidadão cumpridor dos deveres, mas, antes de perder a razão, decidi comunicar-lhes que meu e-mail entrou em concordata por tempo indeterminado.
Ele poderá argumentar que sou mal-agradecido, que sem ele não teria conseguido escrever livros nem fazer metade do que fiz. Estou de acordo, mas prefiro passar por ingrato e até por mau-caráter do que acabar no hospício.
Além do mais, quem ele pensa que é? Meu patrão? Acha que passei a vida estudando para acabar escravo?
Lamento o inconveniente, mas não estou em condições psicológicas de prever a duração da atual concordata. A julgar pelo estado de espírito em que me encontro, não descarto a possibilidade de que no final dela venha a ser decretada a falência."


Este artigo faz uma perfeita análise da utilização predadora do e-mail, que pode conduzir à servidão, ao desespero e a ansiedade neurótica. A falência decretada ao e-mail certamente possibilitará um retorno ao convívio humano equilibrado, apesar das imperfeições do cotidiano.

Se o e-mail desvairado foi rotulado de "anticristo" lembramos que ele tem um irmão batizado de "celular" e que está totalmente descaracterizado de suas funções originais: comunicações pertinentes, rápidas e precisas. A utilização esquizofrênica é um desrespeito aos limites e privacidades individuais, favorecendo acidentes de trânsito, criação de uma absurda arrogância e cumpre o enunciado de que "nunca, neste País falou-se tanta futilidade desde o advento deste que poderia ser um poderoso instrumento de comunicação".

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Idoso, quando tudo parece conspirar (Dado Moura)

Todos têm algo para oferecer, independentemente da idade. As crianças, ainda que não cooperem com sua força física, contribuem com a alegria em uma casa. E com o passar dos dias, os nossos pequenos irão fazer novas descobertas, adquirindo uma nova percepção a respeito do mundo. Após alguns anos, eles passarão pela puberdade, entrarão na vida adulta e, pouco a pouco, a presença deles se tornará mais participativa na sociedade.
No ciclo da vida, como todas as coisas, aquelas crianças, que um dia encantaram a família com sua destreza, também vão adentrar na terceira fase da vida e já não chamarão mais a atenção como antes. Por terem se tornado pessoas “velhas”, nem o conhecimento absorvido ao longo dos anos as tirará do “exílio” social.
“Vivemos numa sociedade utilitarista, na qual aquele que não produz parece não ter direito de participação. E, assim, a importância da pessoa mais vivida, experiente, para a sociedade começa a se inverter. Dessa forma, por conta de de mais um aniversário, o censo transfere alguém, que antes pertencia ao quadro das estatísticas dos indivíduos economicamente ativos, para o quadro da população improdutivas.
A parcela mais insensata da sociedade acredita de que a presença dos idosos em lugares públicos esteja “roubando” a vez de alguém que tem uma agenda repleta de compromissos; a lentidão dos seus passos, mesmo que eles [os idosos] tentem caminhar um pouco mais rápido, parece ainda obstruir a passagem nas calçadas. Para essas pessoas, ao se depararem com a debilidade de nossos velhos, realizando uma atividade simples como de atravessar uma rua, já os condenam à morte social.
Por mais importante que seja o que eles têm a falar, poucos se detêm para ouvi-los. Pois, invariavelmente, em meio à conversa, a memória, já não tão eficaz, faz com que repitam o mesmo assunto várias vezes ou se percam em meio ao raciocínio… Tudo parece conspirar contra aqueles que já viveram mais da metade dos anos de seu ciclo de vida. O peso dos anos coopera para que seus olhos já não enxerguem tão bem, mesmo com a ajuda de óculos e as doenças já não são curadas com a mesma rapidez com que aparecem… Como se tudo isso não fosse o suficiente, qualquer coisa que façam parece estar errado diante do mundo.
Sabemos que, como consequência natural do tempo, o envelhecimento faz todas as pessoas sofrerem com a deterioração da saúde. Todavia, não precisamos retirar ou diminuir a dignidade daqueles que abriram e facilitaram o nosso acesso para um mundo melhor. Fazer uma sociedade mais justa para os mais idosos é um compromisso que exige de cada um de nós a coragem de derrubar os padrões estereotipados, os quais classificam o valor de uma pessoa na eficiência e na sua vitalidade física.”

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Planos


"Plano de alienação
Reality para entreter
A novela é escrita
A ignorância em evolução
O povo é coadjuvante
Aderiu à repressão

Plano de saúde
O pobre a espera
Tantos por cento ofertados
Do governo, uma atitude
Para impressionar
O pobre que se cuide!

Plano de igualdade
A Constituição ratificou
Rico e pobre, um paradoxo
Ao negro, liberdade
O povo elegeu o líder
Abandonou a comunidade

Plano de paz
O homem se contradiz
Ignorar não funciona
A guerra resolve mais
Medalha ao vencedor
Matou pelo bem dos demais

Plano de liberdade
“Sim”, disse a criança
Pondo as armas no chão
Anulando a desigualdade
Mas a criança cresceu
E o homem constrói a grade."

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os espertos


Diariamente os usuários de Internet são alvo dos mais diversos golpes através de e-mails maliciosos, contendo arquivos anexados, alguns bem arquitetados, com o objetivo de provocar a curiosidade. O internauta incauto que clicar no arquivo permite que um programa “assaltante” seja instalado em seu computador e a partir daí vai capturar senhas de acesso a bancos.
Ultimamente um e-mail é enviado com um sugestivo título: “Nossas fotos no motel”, “Essas fotos são para você se lembrar de mim”. É claro que não existe nenhuma foto, e sim um arquivo que invade o seu computador. Outro tipo de e-mail é o que informa que existe uma soma de milhões de dólares deixada por uma pessoa que morreu com toda sua família. O emitente do e-mail faz proposta para que a vítima assuma ser herdeiro e reivindique o dinheiro, que será “repartido entre nós”, diz ele. Facilidade para ser milionário igual a esta proposta, não existe igual, certo?
A mente e o instinto criminoso fazem parte do ser humano. Desde que o mundo é mundo, a transgressão existe. E é evidente que os criminosos utilizam as ferramentas disponíveis para atacar, roubar, enganar. Não é surpresa, portanto, que a Internet, hoje meio utilizado por milhões de pessoas, inclusive para transações financeiras, seja um alvo privilegiado, e de difícil monitoramento ou controle.
O surpreendente de tudo isto é a facilidade como muitas pessoas caem no “conto do vigário”, usando uma antiga expressão. Apesar de todos os alertas que são repetidos à exaustão, pessoas são enganadas através do celular, das falsas ligações telefônicas e dos e-mails. E há indivíduo que ainda é presa fácil de artimanhas tão antigas e conhecidas como o famoso golpe do “bilhete premiado”.
A história do “bilhete premiado” é emblemática. Por que alguém, abordado por uma pessoa na rua, que nunca viu ou conhece, acredita e dá dinheiro em troca de algo que não existe? O golpista tem lá sua dose de competência e “conversa”, sem dúvida. Mas não é só isso: na maioria dos golpes, inclusive nos casos cibernéticos, a verdade é que a vítima vislumbra a oportunidade do ganho fácil, e não hesita.
O criminoso é esperto o suficiente para sempre despertar a cobiça e a curiosidade da vítima. E esta é facilmente enganada pela história ou na mensagem: nessa luta de espertos e malandros, ganha sempre o criminoso.
O melhor caminho a ser seguido é o de deixar de lado a esperteza e parar de sonhar com vantagens e lucros que cairiam do céu.

sábado, 17 de outubro de 2009

A morte não está nem aí para nós (Arnaldo Jabor)


Depois de certa idade, começamos a pensar na morte. Meu avô me disse uma vez: "Acho triste morrer, seu Arnaldinho, porque nunca mais vou ver a Avenida Rio Branco..." Isso me emocionou, pois ele ia diariamente ao centro da cidade, onde tomava um refresco de coco na Casa Simpatia, depois passava na Colombo, comprava goiabada cascão, queijo de Minas, e voltava para casa, de terno branco e sapato bicolor. Entendo meu avozinho, porque o morto fica desatualizado logo, logo. As notícias vão rolar e eu nada saberei. Haverá crises mundiais, filmes que estréiam, músicas lindas, e eu ficarei lá embaixo, sem saber das novidades. "Como morrer num dia assim, com um sol assim, num céu assim?" — cantou Olavo Bilac. Como ficar por fora das artes, da política, das doces fofocas?
O Drauzio Varella acaba de escrever um livro, que sairá brevemente, onde ele conta suas experiências no contato com a morte em sua profissão de cancerologista. No livro, vemos que a morte é variada. Não há uma só morte. Há um menu de mortes. As mortes são vividas de mil maneiras, ou melhor, não se vive a morte, óbvio, pois o que há são os últimos minutos no furo da tragédia, no olho do fim. Filosofar sobre a morte não dá em nada.
A morte não está nem aí para nós. Ela nos ignora, ignora nossos méritos, nossas obras. Ela é simples, uma mutação da matéria que pouco se lixa para nós. Só nos resta viver da melhor maneira possível até o fim. Há muitos anos, pegou fogo no edifício Joelma em São Paulo, torrando dezenas. Até hoje eu me lembro da foto em cores de um homem de terno, pastinha James Bond, agachado numa janela do vigésimo andar, com o fogo às costas. Seu rosto mostrava dúvida: O que é melhor para mim? Morrer queimado ou me jogar? Ele se jogou.
Às vezes, quando tenho vontade de morrer, penso: E vou perder o espetáculo da vida? Por exemplo, escrevo agora diante do mar da Bahia. Vou deixar esse grande céu azul colado no grande mar azul que bate em pedras negras há milhões de anos, com o sol se afogando no horizonte? Vou sair dessa eternidade para ir aonde? Daí, penso: já estamos na eternidade, o universo “é” a eternidade e viver é ter o infinito privilégio de ver Deus, que está entranhado em tudo. Sei que o "viver" humano é doloroso por ser um "exílio", por termos perdido a simbiose com a natureza, perdido a paz dos pássaros, macacos e peixes. Mas, apesar dessa dor do exílio — que nos deu a linguagem (essa maravilhosa anomalia) — temos a chance de ver o universo de fora, estando dentro. Parafraseando Cézanne, somos a consciência do universo que se pensa em nós. A gente acha que verá Deus quando morrer. Essa é a grande burrice; Deus é isso aí, bichos, Deus está nos telescópios, Deus é o hidrogênio que está em toda parte. Deus não está no universo; Deus é o universo. Deus não está em nós; Deus é "nós". Viver é ver Deus, ali, na galáxia e no orgasmo, no buraco negro e no coração batendo. Mas, como a vida é em geral uma bosta social e política, no deserto do Iraque ou na miséria carioca, imaginamos que Ele esteja em outro lugar. Não. Está aqui, escrevendo comigo, movendo meus dedos, espelhando o mar da Bahia em meus olhos cansados. (Santo Deus, como a boneca está filosófica, hoje...)
Por isso, quando me penso morto, eu, o único que não irei ao meu enterro, tremo de pena de mim mesmo. Deixarei de ver, para ser natureza cega.
Por exemplo, acho triste a lagoa azul e roxa no fim da tarde e eu longe, sem ver nada. Como? O jazz tocando num piano-bar e eu ausente? Não terei saudades de grandes amores, megashows do mundo de hoje, excessivo e incessante. Não. Debaixo da terra, terei saudade de irrelevâncias essenciais para mim, terei saudades de algumas tardes nubladas de domingo que só o carioca percebe, quando fica tudo parado, com os urubus dormindo na perna do vento, com o radinho do porteiro ouvindo o jogo, terei saudades do cafezinho, de beiras de botequins, do uisquinho ao cair da tarde em Ipanema — minha morte é carioca.
Terei saudades dos raros instantes sem medo ou culpa, de momentos de felicidade sem motivo que sentia ao ouvir, digamos, "Sophisticated Lady", no sopro arfante do sax de Ben Webster e com Billie Holiday, mas não terei saudades do excesso de sangue e de notícias, nada do mundo febril, só quietudes, Erik Satie, João Gilberto, Matisse, Rimbaud, João Cabral, "Cantando na chuva", terei saudades de Fred Astaire dançando "Begin the beguine" com Eleanor Powell felizes para sempre dentro do universo onde estamos, nada de grandes prazeres globais, só calmarias, "Deus e o Diabo", "Oito e meio", Pina Bausch, o silêncio entre amigos na paz de um bar, papos de cinéfilo, risos proletários e camaradagem de subúrbio, Lapa, Avenida Paulista de noite, a chacona da Partita em Ré-Menor de Bach, Francis Ponge, que também amava o irrisório, o samba com o clima de amor que nos envolve nas rodas pobres, Noel Rosa, pernas cruzadas de mulheres lindas e inatingíveis, terrenos baldios do subúrbio antigo, Paris (claro), uma corrida de Zizinho com a bola quando entendi a grande arte que Pelé depois recriou, o tremor de medo e desejo da mulher na hora do amor, a timidez, a delicadeza, a compaixão, a súbita alegria de uma vitória, a frágil lua nova, Borges, Eça de Queiroz, um fecho de ouro de orquestra ou de poema, o prazer da arte, Fellini, Chaplin, Shakespeare e Tintoretto em Veneza para sempre, terei saudades do odor de madressilvas, da fome de amor entre os jovens, da simpatia, do desejo nos rostos e do Brasil, claro, do meu Brasil.
O Drauzio me falou uma vez sobre duas mortes: súbita ou lenta. Você, frágil leitor, qual delas prefere? O súbito apagar do abajur lilás, num ataque cardíaco, ou o lento esvair da vida, sumindo com morfina? Eu queria morrer como o velho Zorba, o grego, em pé, na janela, olhando a paisagem iluminada pelo sol da manhã. E, como ele, dando um berro de despedida.